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"É a maior ameaça desde o 11/9", diz Europol

14 de janeiro de 2015

Diretor da agência policial alerta que número de europeus que se uniram a fileiras jihadistas no Oriente Médio pode chegar a 5 mil. Ao retornarem à UE, eles teriam capacidade de realizar ataques como os de Paris.

Foto: picture-alliance/dpa/Martijn Beekman

O número de europeus que se uniram a fileiras jihadistas no Oriente Médio pode chegar a 5 mil, afirmou nesta quinta-feira (14/01) Rob Wainwright, diretor da Europol (agência policial europeia). Ele classificou a cifra como "surpreendente" e "a mais séria ameaça que a Europa já enfrentou desde o 11 de setembro de 2001".

"Estamos falando de 3 mil a 5 mil cidadãos da União Europeia (UE)", disse Wainwright, quando questionado pela comissão de assuntos internos do Parlamento britânico.

O diretor da Europol destacou que esses indivíduos representam uma ameaça ao regressarem a seus países de origem. "Estamos lidando com um grande número de homens, sobretudo jovens, que podem voltar, têm potencial intenção e capacidade de realizar ataques como os que vimos em Paris na semana passada."

Wainwright pediu maior vigilância sobre as redes sociais, usadas pelos jihadistas como ferramenta de recrutamento. "Temos que ter uma relação mais próxima e produtiva entre a aplicação da lei e as empresas tecnológicas", disse. Ele também pediu maior compartilhamento de informações entre serviços de inteligência.

Em setembro do ano passado, Gilles de Kerchove, coordenador de políticas antiterroristas da União Europeia (UE), estimou que cerca de 3 mil cidadãos europeus tenham integrado as fileiras jihadistas na Síria e no Iraque. Nesta terça-feira, Kerchove afirmou que cerca de 30% deles regressaram a seus países de origem.

A questão do retorno de combatentes a países europeus chamou atenção na semana passada. Said Kouachi, um dos dois irmãos responsáveis pelo ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, estudou numa faculdade no Iêmen fundada por um clérigo fundamentalista e foi treinado pelo braço da Al Qaeda no país.

Seu irmão, Cherif, fazia parte da rede Buttes Chaumont, em Paris, que recrutava combatentes para o braço da Al Qaeda no Iraque.

LPF/afp/ap/lusa

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