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Europol teme mais vítimas de ciberataque global

15 de maio de 2017

Dimensões do ataque podem se revelar ainda maiores à medida que funcionários retornarem ao trabalho nesta segunda, alerta polícia europeia. Microsoft afirma que incidente deve servir de alerta a governos de todo o mundo.

Vírus WannaCry aparece em tela com horários de trens da empresa alemã Deutsche Bahn
Vírus WannaCry aparece em tela com horários de trens da empresa alemã Deutsche Bahn, em ChemnitzFoto: picture-alliance/dpa/P. Götzelt

A Europol afirmou que as dimensões do ciberataque de sexta-feira passada (12/05) podem se tornar maiores nesta segunda-feira, à medida que funcionários de empresas e organizações de todo o mundo retornarem ao trabalho e ligarem seus computadores. O diretor executivo Rob Wainwright disse que o ciberataque provocou 200 mil vítimas e que a situação pode piorar nesta segunda-feira.

"Nunca tínhamos visto algo semelhante", afirmou à emissora britânica ITV neste domingo. A empresa de segurança Symantec afirmou que a maioria das organizações atingidas está na Europa.

Na manhã desta segunda-feira, a Europol afirmou que a situação parecia estável na Europa, sem aumento no número de vítimas. "Parece que muitos especialistas de segurança em internet fizeram seus deveres de casa durante o fim de semana e atualizaram os softwares de segurança", afirmou o porta-voz Jan Op Gen Oorth à agência de notícias AFP.

O ataque de sexta-feira atingiu centenas de milhares de computadores em 150 países, afetando bancos, hospitais, órgãos governamentais e empresas de diversos setores, como telefonia, logística e transportes. Entre as afetadas estão a alemã Deutsche Bahn, a espanhola Telefónica, a americana Fedex, a francesa Renault e o sistema de saúde britânico NHS.

O ataque foi executado com uma variante do vírus ransomware WannaCry, que ataca o sistema operacional Windows, aproveitando uma vulnerabilidade em versões antigas. O vírus exibe, na tela do computador afetado, uma mensagem na qual afirma que os arquivos foram codificados e solicita o pagamento de 300 dólares na moeda virtual bitcoin para liberá-los. Em geral, o ataque não gera o vazamento de dados.

Alerta da Microsoft

O vírus explora uma vulnerabilidade descoberta e desenvolvida pela Agência de Segurança Nacional (NSA) e tornada pública pelo grupo autointitulado Shadow Brokers, disseram vários especialistas. Eles alertaram contra o pagamento para liberar arquivos, afirmando que não há nenhuma garantia de que isso aconteça.

Já a Microsoft afirmou que o ataque deve servir de alerta a governos de todo o mundo sobre o risco de armazenar informações sobre vulnerabilidades em softwares, pois estas podem ser roubadas por hackers, e comparou o vazamento de informações armazenadas por agências como NSA e CIA ao roubo de armas militares. Por isso, apelou aos governos para que mudem seus métodos e se apeguem às mesmas normas de segurança que regem o mundo físico.

Neste sentido, a empresa lembrou que, em fevereiro, pedira a renovação da Convenção Digital de Genebra, para que seja um requisito governamental informar sobre as vulnerabilidades aos fornecedores, "em vez de armazená-las, vendê-las ou usá-las".

Fábrica da Renault para

Na China, milhares de computadores em cerca de 30 mil instituições, incluindo órgãos do governo e universidades, foram atingidos pelo ciberataque, segundo a empresa de segurança chinesa Qihoo 360.

No Japão, o ciberataque atingiu 2 mil computadores em cerca de 600 locais, incluindo gigantes como a Nissan e a Hitachi, mas aparentemente não causou maiores problemas nem afetou os negócios. Também na Coreia do Sul o impacto parece não ter sido significativo.

Na França, a montadora Renault afirmou que uma de suas plantas, que emprega 3.500 pessoas em Douai, no norte do país, não iria reabrir nesta segunda-feira porque técnicos ainda estavam lidando com os efeitos do ciberataque de sexta-feira passada. Segundo a empresa, trata-se de uma ação preventiva.

AS/efe/ap/afp

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