Eurostar planeja trens diretos entre Londres e Frankfurt
10 de junho de 2025
Empresa ferroviária quer conectar a capital britânica a Frankfurt e Genebra até 2030, com investimento de 2 bilhões de euros – mas enfrenta concorrência de outras operadoras.
Eurostar realiza viagens entre o Reino Unido e o continente europeu através do Eurotúnel, sob o Canal da Mancha Foto: SARAH MEYSSONNIER/REUTERS
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A operadora de trens Eurostar revelou planos para oferecer serviços ferroviários diretos conectando o Reino Unido à Alemanha e Suíça.
A empresa – que realiza as travessias entre o Reino Unido e o continente europeu através do Eurotúnel, sob o Canal da Mancha – afirmou que uma "nova era de ouro das viagens internacionais sustentáveis chegou". A Eurostar pretende inaugurar novas linhas entre a estação de St. Pancras, em Londres, e as cidades de Frankfurt e Genebra no início da década de 2030.
As novas rotas deverão ser atendidas por uma frota de até 50 novos trens, com custo aproximado de 2 bilhões de euros (R$ 13 bilhões).
O tempo de viagem entre Londres e Frankfurt seria de cerca de cinco horas, e de cinco horas e 20 minutos entre a capital britânica e Genebra. Ainda não foi decidido quais escalas os serviços deverão fazer no trajeto – como a cidade de Colônia no percurso entre Frankfurt e Londres – e se os passageiros poderão embarcar e desembarcar nessas paradas.
A diretora-executiva da Eurostar, Gwendoline Cazenave, afirmou que muitos passageiros estariam dispostos a fazer viagens de trem mais longas ao invés de vez de voar, com a intenção de "viajar de forma mais sustentável".
Ela conta com uma forte demanda de passageiros em viagens de lazer e a negócios nos serviços diretos para Frankfurt e Genebra, que descreveu como sendo os "grandes centros financeiros" europeus.
"Observamos uma forte demanda por viagens de trem para a Europa", afirmou Cazenave, destacando que esses serão os primeiros trens diretos entre Londres e as duas cidades europeias.
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Quais são os obstáculos
Contudo, uma série de desafios ainda precisa ser superada antes que os serviços possam ser iniciados, como a criação de espaço suficiente para acomodar os passageiros nessas estações, a segurança do acesso às plataformas e a instalação de novos postos de controle de fronteira.
Cazenave reconheceu que a abertura de novas rotas ferroviárias internacionais exigirá "tempo, investimentos, expertise, uma enorme quantidade de energia e parcerias", mas diz não ter dúvidas de que os novos serviços diretos se tornarão realidade, dada as expectativas da Eurostar, dos passageiros e dos governos.
No mês passado, Reino Unido e Suíça assinaram um memorando de entendimento com o objetivo de estabelecer serviços ferroviários diretos entre os dois países.
A Eurostar pretende operar os novos trens juntamente com seus atuais 17 modelos e320.
As linhas da operadora que partem de Londres atendem cidades como Paris, Bruxelas e Amsterdã, além dos Alpes Franceses durante a temporada de esqui no inverno europeu. A operadora também oferece serviços em outras regiões da Bélgica, França, Alemanha e Holanda. Seus trens transportaram 19,5 milhões de passageiros no ano passado, alta de 5% em relação aos 18,6 milhões de 2023.
A Eurostar obteve um aumento de 2% na receita no ano passado, atingindo 2 bilhões de euros, e registrou lucro de 346 milhões de euros. A maior parte da empresa pertence à ferroviária estatal francesa SNCF. O Reino Unido vendeu sua participação na Eurostar para empresas privadas em 2015.
Aumento da concorrência
Recentemente, outras empresas anunciaram planos para romper o monopólio da Eurostar nos serviços de trem entre o Reino Unido e a França através do Eurotúnel.
O órgão regulador dos transportes ferroviários no Reino Unido, o Escritório de Ferrovias e Estradas (ORR), alertou que há espaço nos pátios de trens em Londres somente para mais uma operadora, ou para uma expansão da Eurostar.
O ORR pediu que as empresas apresentem seus planos para que uma decisão possa ser tomada ainda este ano sobre como alocar o espaço para os trens no pátio de Temple Mills, no leste de Londres.
O grupo Virgin, de do empresário Richard Branson, anunciou planos para um serviço de 12 trens através do Canal da Mancha, enquanto uma operação de porte semelhante poderia ser administrada por uma startup britânica, a Gemini Trains. A ferroviária estatal italiana FS Italiane também busca entrar no mercado em uma joint venture com a empresa espanhola Evolyn.
rc/bl (APF, ots)
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