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Evo Morales é investigado por estupro de adolescente

4 de outubro de 2024

Denúncia sobre possível envolvimento de ex-presidente da Bolívia em crimes de tráfico e contrabando de pessoas cita que ele teve filha com menina de cerca de 15 anos. Morales chama acusação de "mentira".

Close no rosto de Evo Morales, com expressão séria
“Estão investigando o ano todo e não há nada. É mais uma mentira", diz Morales, acusando perseguição políticaFoto: ASSOCIATED PRESS/picture alliance

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales é investigado pelo estupro de uma menor de idade há oito anos, durante seu governo, com quem teria tido uma filha, segundo o governo de seu ex-ministro e adversário Luis Arce.

De acordo com o ministro da Justiça, César Siles, a adolescente tinha cerca de 15 anos na época. "[A adolescente] deu à luz outra menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é o senhor Evo Morales Ayma. Existe um processo aberto que está sob investigação", afirmou.

O caso veio à tona em meio a outra denúncia contra Morales. Na quarta-feira (02/10), a então promotora Sandra Gutiérrez informou que foi destituída do cargo por ter pedido a prisão do ex-presidente no âmbito de uma investigação por "tráfico de pessoas" envolvendo, entre outras vítimas, uma menor de idade.

Na resolução de prisão contra Morales, que vazou em partes para a imprensa, consta que, em 2016, o então presidente se envolveu com uma menor de 15 anos, com quem teve uma filha.

Pedido de prisão suspenso

De acordo com Gutiérrez, o mandado de prisão foi suspenso na quarta-feira após a defesa de Morales entrar com recurso. Ao mesmo tempo, ela relata ter recebido reclamações do procurador-geral da Bolívia, Juan Lanchipa, que lhe pediu que renunciasse. Depois que ela se recusou a renunciar, ele ordenou sua demissão.

Lanchipa disse na quinta-feira que demitiu Gutiérrez por "conduta negligente", mas que não deu qualquer instrução para interromper o processo contra Morales.

Em coletiva para a imprensa do lado de fora do escritório da promotoria de Tarija, Gutiérrez disse que ordenou a prisão de Morales porque ele é considerado responsável pelo tráfico e contrabando de pessoas. Ela acrescentou que pelo menos uma das possíveis vítimas é menor de idade e que, por esse motivo, não pode dar mais detalhes sobre o caso.

Nenhuma autoridade judicial comentou, até o momento, sobre o futuro das investigações contra Morales após a anulação de sua prisão.

Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019 e abriu caminhos para seu sucessor, Luis Arce, seu ministro da Economia por mais de uma década. Os dois líderes romperam e agora disputam a liderança do partido governista e a indicação presidencial para as eleições gerais de 2025.

Ex-presidente está escondido

Em coletiva de imprensa em Cochabamba nesta sexta-feira (04/10) Morales classificou a acusação como uma "mentira".  "Não consigo entender que tipo de ministro da Justiça temos, sabendo que esse caso está encerrado, porque não houve nada, é uma mentira", disse.

Nas redes sociais, Morales acusou o atual presidente boliviano, Luis Arce, de se recusar a resolver suas diferenças de "forma democrática" e de iniciar uma “perseguição judicial” contra ele.

"O abuso judicial tornou-se a única ferramenta disponível para um governo esvaziado de legitimidade", afirmou, negando veementemente as acusações contra ele. “Eles estão investigando o ano todo e não há nada. É apenas mais uma mentira”, reiterou.

sf/gq (AFP, DW; ots)

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