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Exército chinês adverte manifestantes de Hong Kong com vídeo

1 de agosto de 2019

Imagens mostram o uso de tanques, cassetetes, gás e jatos d'água contra manifestantes, em advertência aos que, há dois meses, desafiam o governo pró-Pequim nas ruas de Hong Kong.

Policiais usam gás lacrimogênio contra manifestantes no fim de julho, em Hong Kong
Policiais usam gás lacrimogênio contra manifestantes no fim de julho, em Hong KongFoto: Getty Images/L. Chor

O Exército chinês divulgou um vídeo que mostra o uso de tanques, cassetetes, gases e jatos d'água contra manifestantes que acabam algemados, em advertência aos que vêm desafiando há dois meses o governo pró-Pequim nas ruas de Hong Kong.

O vídeo de três minutos de duração, divulgado nesta quarta-feira (31/07) pela guarnição do Exército de Libertação Popular em Hong Kong, é acompanhado por uma legenda na qual os militares expressam "confiança" e "capacidade" para manter a segurança no território semiautônomo.

As imagens mostram tanques, helicópteros e lança-mísseis em operações na cidade do sul da China e em colinas próximas, assim como forças especiais durante um exercício antiterrorismo. Vê-se também um exercício antidistúrbios, em que soldados bem equipados dispersam uma multidão de manifestantes com o apoio de carros blindados de transporte de tropas e jatos d'água.

"Todas as consequências são por seu próprio risco", grita um militar ao alto-falante em cantonês, a língua falada em Hong Kong, em vez do mandarim da China continental.

Soldados equipados com capacetes, escudos e cassetetes são vistos montando barricadas de arame farpado e lançando o que parece ser gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Os militares exibem uma bandeira vermelha com a frase "Atenção: parem de atacar ou usaremos a força" – as mesmas palavras usadas pela polícia de Hong Kong ao confrontar os manifestantes pró-democracia.

A sequência termina com os soldados escoltando manifestantes algemados em direção a áreas descritas com letreiros como "locais de detenção". O vídeo foi divulgado no mesmo dia em que dezenas de cidadãos se apresentaram à Justiça em Hong Kong, acusados de participar de distúrbios durante as manifestações do fim de semana.

A ex-colônia britânica, devolvida à China em 1997, está sob tensão desde o início de junho com as gigantescas manifestações pacíficas em repúdio a um projeto de lei, apresentado pelo governo local, pró-Pequim, autorizando extradições para a China continental.

O governo de Hong Kong suspendeu os esforços de enviar o projeto de lei para o Parlamento, mas o movimento se ampliou para exigir reformas democráticas amplas, rejeitando a influência de Pequim e a redução das liberdades em Hong Kong.

Sob os termos da devolução de Hong Kong à China, os habitantes do território semiautônomo gozam de direitos e liberdades ausentes no continente, como um Judiciário independente e liberdade de expressão.

Entretanto muitos afirmam que esses direitos vêm sendo restringidos, dando como exemplo o desaparecimento de livreiros dissidentes sob custódia na China continental, a desqualificação políticos destacados, e a prisão de líderes dos protestos pró-democracia.

O governo chinês havia basicamente deixado o governo de cidade lidar sozinho com os protestos. Contudo, com a escalada de violência das últimas semanas, sem que o movimento mostrasse sinais de enfraquecimento, Pequim envia sinais mais fortes de que poderá intervir.

Na segunda-feira, a China renovou também seu apoio à chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e à polícia local, além de pedir o "restabelecimento rápido da ordem" nesse polo central das finanças internacionais.

FC/afp/ap

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