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Exército de Israel inicia bloqueios em Jerusalém Oriental

14 de outubro de 2015

Mais de 600 soldados começam a controlar acessos a bairros árabes da cidade, epicentro da onda de violência que elevou temores de uma nova Intifada. Organizações humanitárias denunciam abusos contra população palestina.

Polícia controla morador em bairro árabe de Jerusalém Oriental: seis companhias do Exército foram destacadasFoto: Getty Images/AFP/A. Gharabli

O Exército israelense começou nesta quarta-feira (14/10) a instalar postos de controle em bairros de Jerusalém Oriental, medida determinada pelo governo Benjamin Netanyahu em meio à onda de violência que, só nas últimas duas semanas, deixou sete judeus mortos e dezenas de feridos.

A maioria dos ataques aconteceu em bairros árabes de Jerusalém Oriental, com seu ápice na última terça-feira. Neste dia, três israelenses morreram e 20 ficaram feridos em quatro diferentes atentados, a maior parte a facadas, por parte de palestinos. A onda de violência é considerada a maior desde a Segunda Intifada (2000-2005).

As medidas definidas pelo gabinete de segurança de Netanyahu, em reunião de emergência ainda na terça-feira, preveem tabém a cassação dos direitos de residência e a demolição da casa de responsáveis por ataques e de suas famílias, além do reforço da segurança no transporte público.

Diferentemente do que acontece na Cisjordânia, palestinos em Jerusalém Oriental podem viajar em Israel sem restrições. O território foi anexado após a Guerra dos Seis Dias (1967), em uma ação não reconhecida internacionalmente.

Ao todo, seis companhias do Exército, totalizando cerca de 600 soldados, se somaram à mobilização de milhares de reservistas da polícia de fronteiras e de uma brigada paramilitar. O principal objetivo será vigiar as estradas e pontos sensíveis da barreira que começou a ser construída entre Israel e Cisjordânia após a Segunda Intifada.

"O Exército receberá instruções para destacar unidades em áreas sensíveis ao longo do muro de segurança de forma imediata", anunciou o governo, que também ordenou que se acelere a construção do muro ao longo das colinas ao sul de Hebron, cidade na Cisjordânia ocupada por Israel desde 1967.

A ONG Human Rights Watch e outras organizações humanitárias advertiram que o bloqueio em Jerusalém Oriental constitui sérios abusos contra a população palestina, ao restringir sua liberdade de circulação.

RPR/dpa/ots