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Ex-assessor de Trump se declara culpado por conspiração

23 de fevereiro de 2018

Rick Gates, que trabalhou na campanha do presidente dos EUA, admitiu que mentiu para investigadores do FBI sobre atividades como lobista do governo ucraniano.

Washington Bundesgericht  Rick Gates
Rick Gates após deixar a sede de um tribunal federal em Washington. Foto: picture-alliance/dpa/AP/S. Walsh/AP

Um ex-assessor sênior da campanha eleitoral do presidente dos EUA, Donald Trump, se declarou culpado nesta sexta-feira (23/02) por conspiração federal e por ter prestado declarações falsas durante a investigação que apura suposta interferência da Rússia nas últimas eleições americanas.

Rick Gates, de 46 anos, era o segundo em comando na campanha. Segundo a imprensa americana, a declaração de culpabilidade pode ser o passo prévio para que ele aceite colaborar com a Justiça americana e poder negociar uma redução da pena.

Segundo os documentos judiciais, Gates enfrentaria uma pena de entre 57 e 71 meses, mas o procurador especial que cuida da investigação envolvendo os russos, Robert Mueller, poderia pedir sua diminuição, caso se confirme sua colaboração.

Na quinta-feira, Gates e seu ex-sócio Paul Manafort – que também trabalhou na campanha de Trump – foram alvos de novas denúncias, desta vez por  fraude e evasão fiscal e ocultamento de contas bancárias no exterior.

Essa nova rodada de acusações contra Manafort e Gates, no entanto, não é diretamente relacionada com a campanha de Trump ou com alguma suspeita de que eles teriam colaborado com o governo russo para interferir no resultado da eleição. Os dois são acusados de liderar um lobby secreto em Washington em nome de interesses do governo ucraniano e posteriormente de ocultar milhões de dólares em pagamento pelos serviços. À época do lobby, a Ucrânia era governada por Viktor Yanukovych, um aliado da Rússia. 

As suspeitas sobre o lobby acabaram surgindo durante a investigação do procurador Mueller sobre a suposta interferência russa no pleito presidencial. Gates admitiu ter mentido ao FBI, a polícia federal americana, quando perguntando sobre um encontro que teve em 2013 com um político americano em que o tema Ucrânia foi discutido. Segundo documentos, ele teria dito inicialmente que o país do Leste Europeu não foi mencionado.

Após a admissão de culpa de Gates, Manafort, seu ex-sócio, declarou que não pretende fazer o mesmo. "Continuo a manter minha inocência", disse Manafort. "Eu esperava e tinha a esperança que meu colega de negócios tivesse tido força para continuar a batalha para provar nossa inocência. Por motivos ainda não conhecidos, ele escolheu fazer o contrário.”

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 JPS/ap/efe