Ex-candidato a suceder Merkel renuncia como governador
25 de outubro de 2021
Armin Laschet deixará o governo da Renânia do Norte-Vestfália e assumirá assento no Parlamento. Ele foi candidato a chanceler federal pela CDU no pleito geral de setembro, e amargou pior resultado da história do partido.
Armin Laschet estava no cargo desde 2017Foto: Marius Becker/dpa/picture alliance
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O conservador alemão Armin Laschet renunciou ao cargo de governador do estado mais populoso da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália, nesta segunda-feira (25/10).
"Para mim, foi uma grande honra moldar o futuro de noso estado e fazer a Renânia do Norte-Vestfália avançar nos últimos quatro anos como governador", disse o político de 60 anos.
Laschet é presidente nacional da União Democrata Cristã (CDU), partido de Angela Merkel, e foi o principal candidato da legenda nas eleições gerais de setembro, quando a sigla teve o pior resultado de sua história. Recentemente ele assumiu a culpa pelo fracasso.
Laschet havia dito anteriormente que renunciaria ao cargo de governador após as eleições, mesmo se não sucedesse Merkel como chanceler federal. Agora ele deve assumir uma cadeira no parlamento alemão, o Bundestag. Laschet não concorreu a um mandato direito, mas receberá um assento através da lista da CDU em seu estado.
Novo governador
O atual secretário dos Transportes da Renânia do Norte-Vestfália, Hendrik Wüst, foi o escolhido por Laschet para sucedê-lo como governador. No sábado, Wüst foi eleito líder estadual da CDU, também substituindo Laschet.
Na quarta-feira, o parlamento estadual renano deve realizar uma votação para confirmá-lo como governador. Wüst é advogado, tem 46 anos e é visto como membro da ala mais conservadora da CDU.
No sábado, em seu discurso final como líder do partido, Laschet exortou os membros da CDU a permanecerem unidos antes das próximas eleições regionais, em 2022: A CDU na Renânia do Norte-Vestfália nunca deve ser dividida novamente", disse Laschet, que em sua gestão conseguiu sanar divisões internas no partido.
Risada inoportuna
Os quatro anos da gestão de Laschet ficaram manchados nos últimos meses não só pela derrota nas eleições, mas por uma risada inoportuna durante visita a um dos locais devastados em meados do ano por uma enchente que deixou 49 mortos e centenas de desabrigados.
Nascido em Aachen, na fronteira com a Bélgica e a Holanda, Laschet é formado em direito e já trabalhou como jornalista antes de entrar na política. Sua família tem laços com o sul da Bélgica, e ele fala francês fluentemente.
le/av (AFP,DPA,ots)
Os principais partidos alemães
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Aliança 90/Os Verdes e A Esquerda.
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
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União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não está organizada. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
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Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com o proletariado. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
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Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: REUTERS/T. Schmuelgen
Partido Liberal Democrático (FDP)
O FDP foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". Resgata a herança política de legendas liberais proibidas pelo nazismo.
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A Esquerda (Die Linke)
Die Linke surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
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Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, e atualmente representada no Parlamento Europeu e em legislativos estaduais alemães, a AfD se alinha com outros partidos populistas de direita europeus, como FPÖ, FN ou Ukip. Só em 2016 ela definiu seu programa partidário, que oscila entre visões reacionárias, conservadoras, liberais e libertárias.
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Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Partido Nacional-Democrata da Alemanha (NPD), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violeta, que reivindica uma política espiritualista.