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Ex-cartola chinês é condenado à prisão perpétua

26 de março de 2024

Chen Xuyuan, que chefiou a Associação de Futebol da China, entidade máxima do esporte no país, foi sentenciado a passar o resto a vida atrás das grades após ser acusado de corrupção.

 Chen Xuyuan em frente a uma equipe de arbitragem
Chen Xuyuan em 2020, quando chefiava a entidade máxima do futebol chinêsFoto: Zhou Junxiang/HPIC/picture alliance/dpa

A mídia estatal chinesa informou nesta terça-feira (26/03) que um tribunal da província de Hubei, na região central da China, sentenciou o ex-presidente da Associação Chinesa de Futebol (CFA) Chen Xuyuan à prisão perpétua.

Chefe da entidade – equivalente à CBF no Brasil – entre 2019 e 2023, Chen foi considerado culpado de manipular jogos e de usar o cargo para cometer crimes financeiros.

Segundo a acusação, Chen também aceitou subornos e objetos de valor que somaram mais de 81 milhões de yuans (R$ 56 milhões) entre 2010 e 2023.

A agência de notícias oficial Xinhua informou que todos os bens pessoais de Chen, de 67 anos, foram confiscados e que seus ganhos ilegais seriam enviados ao tesouro público da China.

Segundo o tribunal, Chen "causou enormes danos ao futebol na China".

Em fevereiro de 2023, uma comissão disciplinar começou a investigar o então presidente da CFA. Chen foi formalmente acusado em setembro passado. Em janeiro, a televisão chinesa transmitiu um documentário no qual Chen supostamente confessou seus crimes.

Outras autoridades esportivas de alto escalão também receberam sentenças de prisão por suspeita de aceitar subornos. Entre eles, o ex-chefe da Associação Nacional de Atletismo, Hong Chen – condenado a 13 anos de prisão –, o ex-funcionário de alto escalão do futebol Chen Yongliang, que pegou 14 anos, e Dong Zheng, ex-CEO da Chinese Football Association Super League Company, que recebeu uma sentença de oito anos.

Campanha anticorrupção

Ação judiciais envolvendo suspeitas de corrupção também estão em andamento contra Li Tie, um ex-técnico da seleção masculina de futebol do país. No mesmo documentário transmitido em janeiro, Li apareceu admitindo ter pago o equivalente a cerca de 400.000 euros (cerca de R$ 2,15 milhões) em subornos para se manter no cargo de técnico. Ele também disse que ajudou a manipular partidas como técnico de um clube.

Mas as supostas confissões também foram encaradas com ceticismo. Organizações de direitos humanos acusam há anos o governo chinês de forçar supostas confissões de corrupção – às vezes por meio de tortura.

A campanha anticorrupção do presidente Xi Jinping tem atingido o futebol chinês há mais de uma década: em 2012, dois ex-presidentes da CFA, Xie Yalong e Nan Yong, foram condenados a 10 anos e meio de prisão cada um.

Ambições no futebol

Desde 2015, o país também realiza um programa nacional de futebol. Com o incentivo pessoal do presidente Xi Jinping, o país tem ambições de se tornar uma potência do esporte na Ásia.

Mas o caminho ainda parece distante. A única vez que a seleção masculina da China conseguiu se classificar para a Copa do Mundo ocorreu em 2002, quando o Japão e a Coreia do Sul sediaram o torneio. A China não conseguiu passar da fase de grupos e também não marcou pontos.

jps/le (AP, Reuters, dpa)

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