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Ex-funcionários da Blackwater recebem sentença de prisão

14 de abril de 2015

Um é condenado à prisão perpétua e outros três recebem penas de 30 anos de reclusão por abrirem fogo contra uma multidão numa praça em Bagdá, no Iraque, em 2007. Massacre deixou ao menos 14 mortos.

Foto: picture-alliance/dpa

Um ex-funcionário da empresa privada de segurança Blackwater foi sentenciado à prisão perpétua e outros três receberam penas de 30 anos de detenção pelo massacre ocorrido na praça Nisour, em Bagdá, que matou ao menos 14 civis em 2007. Os quatro réus haviam sido condenados em outubro por assassinato.

Durante o julgamento, em Washington, o júri ouviu como os acusados, armados de fuzis de precisão, metralhadoras e lançadores de granadas, abriram fogo contra as pessoas reunidas na praça enquanto escoltavam um comboio diplomático. Investigadores americanos contabilizaram 14 mortos e 17 feridos no massacre, enquanto autoridades iraquianas falam em 17 vítimas fatais e 18 feridos.

O juiz federal Royce Lamberth sentenciou o ex-agente de segurança Nicholas Slatten, acusado de disparar os primeiros tiros, à prisão perpétua por assassinato em primeiro grau. Os outros três acusados, Paul Slough, Evan Liberty e Dustin Heard, receberam penas de 30 anos de prisão – a punição mínima prevista em lei para a utilização de metralhadoras em crimes violentos – além do acréscimo de um dia de prisão por cada uma das outras acusações.

De acordo com documentos do Tribunal, Slatten havia dito, antes do massacre, que queria "matar tantos iraquianos quanto fosse possível", como forma de vingar os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

Lamberth afirmou que os acontecimentos de setembro de 2007 em Bagdá jamais poderiam ser tolerados pelo tribunal. "É um crime grave. Ficou claro que estes jovens entraram em pânico", afirmou o juiz, acrescentando que apoiava totalmente a decisão do júri.

Os quatro acusados alegaram inocência e afirmaram que haviam atirado em resposta a fogo inimigo. No entanto, nenhuma testemunha reforçou a tese deles. Os advogados de defesa afirmaram que vão apelar das sentenças.

O massacre aumentou o ressentimento dos iraquianos contra a intervenção dos Estados Unidos no país e gerou um debate internacional sobre a utilização de empresas privadas de segurança em regiões de guerra.

Depois do tiroteio, a Blackwater foi forçada a abandonar o Iraque, mas segundo telegramas diplomáticos americanos revelados pelo Wikileaks, centenas de ex-funcionários da empresa continuam a trabalhar no país para outras empresas de segurança.

RC/ap/afp/lusa

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