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Ex-ministro de Bolsonaro, Gustavo Bebianno morre aos 56 anos

14 de março de 2020

Segundo amigo, Bebianno sofreu um infarto fulminante em seu sítio em Teresópolis. Ele era pré-candidato a prefeito do Rio pelo PSDB e foi um dos articuladores da campanha de Bolsonaro, antes de romper com o presidente.

Gustavo Bebianno
Bebianno ocupou a Secretaria-Geral da Presidência por um mês e 18 dias no início do governoFoto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa

O ex-ministro Gustavo Bebianno morreu na madrugada deste sábado (14/03), aos 56 anos, após sofrer um infarto fulminante em seu sítio em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro. A informação é do presidente estadual do PSDB, o empresário Paulo Marinho.

Um dos principais articuladores da campanha que levou o presidente Jair Bolsonaro ao poder, Bebianno foi chefe da Secretaria-Geral da Presidência no início do governo e era pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PSDB nas eleições deste ano.

"A cidade do Rio perdeu um candidato que iria enriquecer o debate eleitoral, e eu perdi um irmão. O Gustavo morreu de tristeza por tudo que ele passou. Agora é hora de confortar a esposa, os filhos e os amigos", disse Marinho, citado pela imprensa brasileira.

Bebianno estava em seu sítio com seu filho e um caseiro, quando passou mal, sofreu uma queda no banheiro e teve ferimentos na cabeça. Ele foi levado para um hospital em Teresópolis, mas não resistiu. Segundo Marinho, o corpo será velado em uma capela próxima ao sítio.

Em nota, o PSDB do Rio lamentou a morte do ex-ministro. "O Brasil perde hoje um grande homem, que muito fez pelo país. Sempre será motivo de orgulho para o PSDB/RJ ter a passagem de Gustavo Bebianno registrada em sua história", escreveu o partido.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se manifestou no Twitter. "Com profundo pesar recebi a notícia da morte de Gustavo Bebianno. Seu falecimento surpreende a todos. O Rio perde, o Brasil perde. Bebianno tinha grande entusiasmo pela vida e em trabalhar por um país melhor."

Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, antigo partido de Bebianno, lamentou que o ex-ministro morreu "muito jovem", mas disse que ele "teve tempo para colaborar com sua parcela de cidadão e patriota". "É nessas figuras de bem que encontraremos o repouso de quem nos energiza pelo calor da paz, da confiança e da gratidão", acrescentou em nota.

Formado em direito pela PUC do Rio e ex-professor de artes marciais nos Estados Unidos, Bebianno  se aproximou de Bolsonaro em 2017, quando o presidente era ainda deputado federal. Ele ganhou a confiança da família ao assumir a defesa de Bolsonaro em alguns processos judiciais.

Foi Bebianno que articulou a manobra que tirou Bolsonaro do Patriota e viabilizou sua candidatura à Presidência da República pelo PSL. Ele assumiu o comando do partido interinamente em 2018, como figura de confiança de Bolsonaro. Após a vitória nas urnas, deixou a chefia da legenda e ganhou um cargo no governo.

Um dos primeiros ministros anunciados pelo então presidente eleito, Bebianno ocupou a Secretaria-Geral da Presidência por um mês e 18 dias, até ser removido do cargo, em fevereiro de 2019. Foi a primeira baixa do governo.

Ele estava no centro de uma crise instalada em Brasília em meio às denúncias de que o PSL, partido que ele presidiu entre janeiro e outubro de 2018, teria usado candidaturas laranjas.

O caso de Bebianno se complicou com a revelação, por meio de uma reportagem da Folha de S. Paulo, de que ele liberou 250 mil reais de verba de campanha para a candidatura de uma ex-assessora à Assembleia Legislativa pernambucana.

A maior parte do dinheiro foi para uma gráfica pertencente ao atual presidente do PSL, Luciano Bivar, no município de Amaraji, no interior de Pernambuco. Bebianno negava irregularidades.

O escândalo dentro do partido de Bolsonaro por si só já seria suficiente para abalar o governo de um presidente que foi eleito com o combate à corrupção entre suas principais promessas. Mas Bebianno acabou entrando em confronto também com um dos filhos do presidente.

Pouco antes de deixar o cargo no governo, para mostrar que não havia crise, Bebianno disse ter conversado três vezes com Bolsonaro. No dia seguinte, Carlos Bolsonaro usou sua conta no Twitter para negar as conversas. Endossado pelo pai, chamou Bebianno de mentiroso e postou um áudio do presidente para provar. A crise culminou na queda do então secretário-geral da Presidência.

Mais recentemente, em 5 de março, João Doria anunciou a pré-candidatura de Bebianno à Prefeitura do Rio. O PSDB havia informado que o lançamento oficial da candidatura seria em 4 de abril.

Bebianno deixa a mulher e dois filhos.

EK/efe/ots

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