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Ex-presidente da Guatemala é indiciado por corrupção

9 de setembro de 2015

Pérez Molina é preso preventivamente por envolvimento em esquema de fraude aduaneira que teria levantado 3,8 milhões de dólares. Político nega acusações, mas corte acredita que haja "evidências razoáveis" contra ele.

Otto Perez Molina
Foto: picture-alliance/dpa/E. Biba

O ex-presidente da Guatemala Otto Pérez Molina foi formalmente indiciado nesta terça-feira (08/09) por associação criminosa e corrupção, no contexto das investigações de seu envolvimento num esquema de fraude aduaneira.

Pérez Molina, de 64 anos, assumiu a presidência em 2012 e renunciou na semana passada. O ex-general foi preso preventivamente e aguarda julgamento, a ser realizado no dia 21 de dezembro.

O juiz Miguel Angel Galvez concedeu prazo de três meses para o Ministério Público continuar as investigações e disse que Perez Molina foi preso para impedir que atrapalhasse o trabalho dos promotores. O indiciamento se baseia em mais de 89 mil grampos telefônicos.

O ex-presidente nega as acusações e disse estar "frustrado". "Não existe nada de concreto nas três acusações contra mim. Somente há referências e outras pessoas falando, nada de sólido. Não entendemos a decisão do juiz", disse.

A corte "acredita que haja evidências suficientemente razoáveis" para sugerir que Pérez Molina realmente cometeu os crimes, apesar de o juiz ter salientado que nenhuma irregularidade foi comprovada até agora.

"La Línea"

Promotores guatemaltecos e uma comissão da ONU acreditam que o ex-presidente comandava o esquema conhecido como "La Línea", que alegadamente ajudou importadores a sonegarem milhões de dólares em taxas alfandegárias em troca de propinas. As autoridades acreditam que a rede operou, pelo menos, de maio de 2014 a abril de 2015.

O esquema levantou 3,8 milhões de dólares em propinas nesse período. O presidente e sua vice, Roxana Baldetti, teriam recebido 800 mil dólares cada um. Um total de 39 pessoas foram presas sob suspeita de participação no esquema.

O Congresso da Guatemala aceitou a renúncia de Pérez Molina, na quinta-feira passada, e indicou o vice-presidente Alejandro Maldonado para completar o mandato presidencial até o final de janeiro.

Casos de corrupção em cargos de alto escalão não são novos na Guatemala. Alfonso Portillo, que foi presidente de 2000 a 2004, ficou preso durante vários meses nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro. Ele aceitou suborno de Taiwan para que a Guatemala reconhecesse o Estado asiático.

Os guatemaltecos foram às urnas no último domingo para eleger o novo presidente, que deve começar o mandato em janeiro de 2016. O comediante Jimmy Morales venceu o primeiro turno das eleições – uma surpresa no contexto das elites tradicionais do país.

MP/dpa/afp

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