Palestina Hanan al-Hroub, que dá aulas para crianças com histórico de traumas, recebe "Nobel da Educação". Ela diz que vai usar parte do prêmio de 1 milhão de dólares para ajudar outros educadores na Cisjordânia.
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A professora palestina Hanan al-Hroub foi a vencedora do prêmio Global Teacher, considerado o "Nobel da Educação".
A ex-refugiada, que passou a infância num campo palestino próximo a Belém, dá aulas a refugiados no Colégio Samiha Khalil, na localidade de Al-Bireh, na Cisjordânia. Ela tem um método educacional inovador para lidar com traumas e comportamentos violentos.
O prêmio entregue neste domingo (13/03) nos Emirados Árabes Unidos foi de 1 milhão de dólares. O anúncio foi feito pelo papa Francisco numa mensagem de vídeo. "Você aprende como ser sociável por meio dos jogos, assim como aprende a alegria de viver", disse o pontífice.
Hroub usa jogos e brincadeiras para encorajar crianças que passaram por experiências traumáticas a trabalhar em grupo e ter uma atitude positiva diante da vida.
"Podemos ensinar as crianças a ser eficientes e inventivas por meio de vários contextos que incluem diversão, desenho e movimento", disse após receber o prêmio.
Hroub ficou na frente de candidatos de Japão, Canadá, Quênia, Estados Unidos e Reino Unido. A palestina detalha sua metodologia de ensino no livro We play and learn (Nós brincamos e aprendemos, em tradução livre).
Ela disse que vai usar parte do dinheiro para promover métodos educacionais e oferecer suporte a professores em territórios palestinos.
O prêmio Global Teachers é promovido desde 2013 pela Fundação Varkey.
KG/rtr/afp
A vida de um refugiado após selfie com Merkel
Há quem seja viciado em tirar autorretratos no celular, só ou acompanhado. Outros ridicularizam a moda como coisa de adolescentes. Para o sírio Anas Modamani, de 19 anos, um selfie foi o momento que transformou sua vida.
Foto: Anas Modamani
Encontrando Angela Merkel
Quando estava alojado no acampamento de refugiados de Berlim-Spandau, Anas Modamani ficou sabendo que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, viria visitar e conversar com os migrantes. O sírio de 19 anos, um adepto das mídias sociais, resolveu tirar um selfie com a chefe de governo, na esperança de que a iniciativa iniciasse uma mudança real em sua vida.
Foto: Anas Modamani
Fuga para a Europa
Quando a casa dos Modamani em Damasco foi bombardeada, Anas, seus pais e irmãos se transferiram para Garia, uma cidade menor. Foi aí que o jovem resolveu escapar para a Europa, na esperança de que sua família se unisse a ele mais tarde, quando tivesse conseguido se estabelecer. Primeiro, viajou para o Líbano, seguindo então para a Turquia, e de lá para a Grécia.
Foto: Anas Modamani
Jornada perigosa
Por pouco, Anas não morreu no caminho. Para atravessar o Mar Egeu, entre a Turquia e a Grécia, ele teve que pegar um barco inflável, como a maioria dos refugiados. O sírio conta que a embarcação estava superlotada, acabando por virar, e ele quase se afogou.
Foto: Anas Modamani
Cinco semanas a pé
O trajeto entre a Grécia e a Macedônia ele teve que fazer a pé, ao longo de cinco semanas, seguindo então para a Hungria e a Áustria. Em setembro de 2015, alcançou sua destinação final: Munique. Uma vez na Alemanha, Anas decidiu que queria ir para Berlim, onde está vivendo desde então.
Foto: Anas Modamani
Espera por asilo
Na capital alemã, o jovem de Damasco passou dias inteiro diante da central para refugiados LaGeSo. Lá, ele conta, a situação era difícil, sobretudo com a chegada do inverno. Por fim, foi enviado para o acampamento de Berlim-Spandau. Ele queria chamar a atenção para sua situação como refugiado, e um selfie com Merkel lhe pareceu a oportunidade ideal.
Foto: Anas Modamani
Enfim uma família
Anas confirma que o retrato ao lado da chanceler federal foi um elemento de mudança chave em sua vida. Ele recebeu grande atenção midiática depois que o selfie foi postado online, e foi assim que sua família adotiva chegou até ele. Há dois meses o sírio de 19 vive em Berlim com os Meeuw, que o apoiam em todos os aspectos.
Foto: Anas Modamani
Saudades de casa
Anas diz nunca ter estado tão feliz como agora, ao lado de sua família alemã. Além de fazer curso de idioma alemão, tem numerosas atividades culturais e já fez muitos amigos. Com curso médio completo na Síria, ele pretende fazer o curso superior na Alemanha. Porém, sua prioridade no momento é obter oficialmente asilo e poder trazer seus pais e irmãos para a Alemanha.
Foto: Anas Modamani
Onda de rejeição aos refugiados
O sírio Anas Modamani espera ter uma vida longa e segura em sua terra de adoção. Contudo está preocupado com os atuais sentimentos negativos contra os refugiados na Alemanha. Ele teme que esse clima de rejeição possa escalar e influenciar as leis referentes aos migrantes. Se isso acontecer e ele não obtiver asilo, será o fim do sonho de ter a própria família junto de si.