Boris Becker é sentenciado a dois anos e meio de prisão
29 de abril de 2022
Ex-tenista alemão foi considerado culpado por tribunal de Londres de violar Lei de Falências ao ocultar bens e empréstimos para evitar pagar dívidas.
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A lenda alemã do tênis Boris Becker, vencedor de seis torneios de Grand Slam, foi sentenciado nesta sexta-feira (29/04) por um tribunal britânico a dois anos e seis meses de prisão, por quatro crimes financeiros relacionados à sua falência em 2017. Ele cumprirá metade da pena.
O júri considerou que o ex-tenista escondeu bens e empréstimos no valor de cerca de 2,5 milhões de libras (cerca de R$ 15,5 milhões) para evitar o pagamento das suas dívidas, que ascendem a cerca de 50 milhões de libras (R$ 310,2 milhões).
Depois de ouvir a decisão da juíza Deborah Taylor, Becker foi levado às celas do tribunal para começa a cumprir a sentença.
Becker não aprendeu a lição
Ao anunciar a decisão, a magistrada censurou o atleta por não ter aprendido a lição depois de receber uma pena de prisão suspensa na Alemanha em 2002, o que foi considerado "uma circunstância agravante significativa" neste novo caso.
"Levo em consideração o que foi descrito [durante o processo] como sua queda em desgraça. Ele perdeu sua carreira e reputação e todos os seus bens como resultado de sua falência", declarou a magistrada.
No entanto, "ele não demonstrou remorso ou aceitação de sua culpa e procurou se distanciar do crime e da falência", acrescentou. "Embora eu aceite que ele foi humilhado como parte do processo, ele não demonstrou humildade", afirmou Taylor.
Ao chegar à Corte nesta sexta-feira, Becker estava acompanhado de sua companheira, Lilian de Carvalho Monteiro, e Noah, o mais velho de seus quatro filhos. Ele vestia uma gravata roxa e verde, as cores de Wimbledon.
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Acusações
Entre as acusações apresentadas, o vencedor de três títulos de Wimbledon - o primeiro aos 17 anos, o jogador mais jovem da história a conseguir a façanha - transferiu 427 mil euros de suas contas comerciais para outras, como a de sua ex-mulher, Barbara Becker.
Ele também escondeu sua participação em uma propriedade em sua cidade natal de Leimen, na Alemanha, um empréstimo de 825 mil euros e ações em uma empresa de tecnologia.
O júri o absolveu em outras 20 acusações, incluindo a de não ter entregue troféus e medalhas que foram colocadas em leilão por um administrador após sua falência.
O alemão foi declarado insolvente em junho de 2017, no caso de um empréstimo bancário não pago de 3,8 milhões de euros (R$ 19,7 milhões), utilizado para hipotecar uma propriedade na ilha de Maiorca, na Espanha.
Em 2002, Becker já havia sido condenado a dois anos de liberdade condicional e a pagar 500 mil euros (R$ 2,6 milhões) por sonegação de impostos entre 1991 e 1993.
Nos últimos anos, o ex-tenista se dividiu entre o trabalho de técnico, fazendo parte da equipe do sérvio Novak Djokovic, por exemplo, e o de comentarista, como para a emissora britânica BBC, durante o torneio de Wimbledon.
le (AFP, EFE)
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Foto: AP
#10: Boris Becker
Vencedor de seis torneios do Grand Slam e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Boris Becker possui o recorde de maior série de aces num só game (5) e de maior número de viradas após estar perdendo por 0-2 em sets (10). Além disso, ele é o tenista mais jovem campeão de Wimbledon (17 anos e 227 dias). Desde 2003, Becker é membro do Hall da Fama do Tênis Internacional.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Schrader
#9: Max Schmeling
Max Schmeling foi campeão mundial dos pesos-pesados entre 1930 e 1932. Embora casado com uma atriz tcheca de origem judaica, Schmeling era usado por Adolf Hitler como modelo da supremacia da raça ariana. O ex-pugilista, porém, se recusou a ingressar no Partido Nazista e chegou a ajudar na deportação de amigos judeus. Em revanche, Schmeling foi convocado como paraquedista na Segunda Guerra.
Foto: picture-alliance/dpa
#8: Sven Hannawald
Sven Hannawald é dono de três medalhas olímpicas (uma de ouro e duas de prata), de quatro em mundiais (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze), além de três medalhas no mundial de voo de esqui (duas de ouro e uma de prata). Até hoje, ele é o único a ser campeão do tradicional Torneio Quatro Pistas vencendo todas as quatro etapas em Obertsdorf, Garmisch-Partenkirchen, Innsbruck e Bischofshofen.
Foto: Imago/Ulmer
#7: Fritz Thiedemann
Fritz Thiedemann era membro da SA (Sturmabteilung) e recebeu sua formação de ginete na milícia paramilitar nazista. Na década de 50, ele conquistou um título mundial e quatro medalhas olímpicas (duas de ouro e duas de bronze). Thiedemann é até hoje o único ginete medalhista no salto e no adestramento numa mesma edição dos Jogos. Em 1974, ele recebeu a Ordem do Mérito da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa
#6: Katarina Witt
Nascida na Alemanha Oriental, Katarina Witt dominou a patinação artística na década de 80. Ela conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos de Inverno de Sarajevo (1984) e Calgary (1988), ganhou oito medalhas em Campeonatos Mundiais (seis de ouro e duas de prata) e venceu o título europeu por seis anos consecutivos – igualando o feito do grande nome da patinação feminina Sonja Henie, da Noruega.
Foto: Imago/Camera 4
#5: Magdalena Neuner
A biatleta Magdalena Neuner competiu apenas seis anos (2006-2012) em provas adultas. O suficiente para ganhar três medalhas olímpicas (duas de ouro e uma de prata – todas em Vancouver 2010), somar 63 pódiums em Copas do Mundo, além de impressionantes 12 medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais de Biatlo – recorde feminino.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert
#4: Franz Beckenbauer
Somente Mário Jorge Lobo Zagallo e Franz Beckenbauer conquistaram a Copa do Mundo como jogador e treinador. Beckenbauer liderou a geração que venceu a Eurocopa de 1972 e o Mundial de 1974 e treinou a Alemanha na Copa de 1990. Beckenbauer é sinônimo da posição de líbero, e sua liderança, inteligência tática e inconfundível elegância em campo lhe deram o apelido de Kaiser, o imperador alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
#3: Steffi Graf
Steffi Graf conquistou 22 títulos de Grand Slam e completou 186 semanas como número um do mundo – ambos recordes divididos com a americana Serena Williams. Além disso, Graf alcançou um feito até hoje único: venceu os quatro torneios do Grand Slam e os Jogos Olímpicos na mesma temporada (1988), completando o Golden Slam. A ex-tenista foi introduzida no Hall da Fama do Tênis Internacional em 2004.
Foto: Getty Images
#2: Birgit Fischer
Com 12 medalhas (oito de ouro e quatro de prata), Birgit Fischer é a única mulher a conquistar medalhas de ouro em seis edições dos Jogos Olímpicos. No total, ela fica atrás apenas da ex-ginasta soviética Larissa Latynina. Fischer competiu pelas Alemanhas Oriental e Ocidental, entre 1980 e 2004. Além disso, a ex-atleta militar foi 28 vezes campeã mundial nas categorias K-1, K-2 e K-4.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
#1: Michael Schumacher
Michael Schumacher dominou a principal categoria do automobilismo mundial por praticamente dez anos. Entre 1994 e 2004, o ex-piloto conquistou sete títulos mundiais e estabeleceu inúmeros recordes na Fórmula 1 – maior número de vitórias, pole positions, voltas mais rápidas, pontos ganhos... Em dezembro de 2013, Schumacher sofreu um acidente enquanto esquiava nos Alpes franceses.