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PolíticaÁustria

Político austríaco ultradireitista é condenado por corrupção

27 de agosto de 2021

Heinz-Christian Strache recebeu valores indevidos para favorecer uma clínica privada. Político renunciou ao cargo em 2019, após escândalo vir à tona. Ele cumprirá uma pena suspensa de 15 meses.

Foto mostra Heinz-Christian Strache, de terno escuro e usando máscara. Ele coça a cabeça enquanto caminha.
Heinz-Christian Strache recebeu 12 mil euros de verbas ilegasFoto: Georg Hochmuth/APA/dpa/picture alliance

O ex-vice-chanceler da Áustria e ex-líder do ultradireitista Partido da Liberdade (FPÖ), Heinz-Christian Strache, foi condenado nesta sexta-feira (27/08) por um tribunal de Viena a 15 meses de prisão com pena suspensa por ter recebido suborno para promover uma lei que beneficiou uma clínica privada.

A sentença é a primeira dos múltiplos processos abertos contra Strache, que renunciou ao cargo de vice-chanceler em maio de 2019, após a imprensa alemã ter revelado um vídeo em que ele aparece oferecendo futuros contratos governamentais a uma suposta magnata russa em troca de apoio ao seu partido nas eleições parlamentares de 2017.

Ele enfrentou julgamento ao lado de Walter Grubmüller, dono de uma clínica particular, que fez uma doação ilegal de 12 mil euros ao partido ultradireitista. Grubmüller recebeu uma pena suspensa de 12 meses. Ainda cabe apelação. 

Os promotores argumentaram que a doação foi uma tentativa de comprar uma mudança na lei, com o objetivo de permitir que a operadora da clínica cobrasse os custos do tratamento médico diretamente do fundo de seguro de saúde público austríaco.

O Ministério Público também disse que Grubmüller tinha uma relação próxima com Strache, como evidenciado em troca de mensagens entre os dois, além de convites de férias ao político.

Na época da renúncia, Strache admitiu ter cometido "um erro" e disse que deixava o cargo para evitar a queda do governo formado pelo FPÖ e o conservador Partido Popular Austríaco (ÖVP), do atual chanceler, Sebastian Kurz.

Escândalo de Ibiza

O caso é chamado de "escândalo de Ibiza", já que o vídeo foi gravado na ilha espanhola.  As imagens mostram um encontro entre o vice-chefe de governo e uma mulher que se apresenta como sobrinha de um oligarca russo, dizendo-se interessada em investir grande volume de dinheiro na Áustria. Também participou do encontro um aliado próximo de Strache, o deputado Johann Gudenus, do FPÖ.

Na reunião, Strache teria dito à mulher que ela obteria lucrativos contratos de construção na Áustria se comprasse um jornal austríaco e declarasse apoio ao FPÖ nas eleições parlamentares daquele ano. Ele também afirmou que, se a magnata russa ajudasse o partido a sair vitorioso, "poderia fundar uma empresa como a Strabag", referindo-se a uma importante empreiteira austríaca.

Na pena suspensa, o condenado cumpre a sentença em liberdade, na condição de não voltar a cometer o crime. Caso a regra seja desrespeitada, o condenado precisará cumprir a pena na prisão.

le (lusa, dpa, reuters, ots)

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