Oliver Schmidt seria um dos responsáveis pelo escândalo de manipulação de emissões de gases poluentes em veículos da empresa. Ele é acusado de conspirar para violar lei ambiental.
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Um executivo da Volkswagen foi preso no último fim de semana nos Estados Unidos por suspeita de envolvimento no escândalo da manipulação de emissões de poluentes por veículos da empresa.
Oliver Schmidt, encarregado de assegurar que a produção da Volkswagen estivesse de acordo com as regulamentações ambientais americanas, é acusado de conspiração para defraudar as autoridades. A empresa instalou dispositivos que emitiam dados falsos sobre as emissões de CO2 de veículos a diesel.
Schmidt, de 48 anos, foi preso no último sábado (07/01) no aeroporto de Miami, antes de embarcar para a Alemanha. As autoridades alegaram que a prisão era necessária para evitar que ele fugisse do país. O ex-gerente-geral do departamento de engenharia e meio ambiente, que trabalha para a Volks desde 1997, é o segundo funcionário da empresa a ser detido durante as investigações das autoridades federais americanas.
No processo contra ele, consta que o ex-executivo teria enganado os reguladores, que investigavam porque os carros da empresa emitiam mais poluentes durante o uso normal do que nos testes.
Ao ser questionado, Schmidt teria fornecido respostas que ocultavam o fato de que a empresa teria fraudado os testes através da instalação de dispositivos ilegais nos veículos a diesel. Ele e outros executivos da empresa teriam conspirado para violar a chamada Lei do Ar Limpo (Clean Air Act) dos EUA.
A Volkswagen admitiu publicamente que programou os dispositivos para que fossem acionados nos veículos a diesel durante os testes e desligados durante o uso normal. O escândalo manchou a imagem da Volkswagen, após a revelação de que a empresa teria burlado testes de emissão em 11 milhões de veículos mundo afora.
RC/ap/dpa
Dez coisas que você talvez não saiba sobre a VW
Abalada por recente escândalo de manipulação de emissões, Volkswagen reúne uma série de fatos curiosos em sua trajetória – de Adolf Hitler ao Fusca e aos lucros bilionários.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Wagner
Carro popular
Você sabia que Volkswagen (carro popular, em alemão) foi uma ideia de Adolf Hitler, desenvolvida por Ferdinand Porsche, fundador da marca homônima? Em 1938, Hitler chegou a construir uma cidade inteira para abrigar a fábrica e seus trabalhadores nas proximidades de Fallersleben, no estado da Baixa Saxônia. Em 1945, a cidade recebeu o nome de Wolfsburg, onde até hoje se situa a sede da Volks.
Foto: DW/J. Dumalaon
Sucesso mundial
Conhecido na Alemanha como "Käfer" (besouro), o Fusca liderou durante muito tempo a lista dos carros mais vendidos no século 20. Antes de a produção ter sido encerrada em 2003, mais de 21,5 milhões de Fuscas foram vendidos no mundo todo.
Foto: DW/E. Schuhmann
As muitas faces da Volks
A empresa percorreu um longo caminho desde a década de 1930. Atualmente, o Grupo Volkswagen engloba 12 marcas. Os carros da Audi, Bentley, Lamborghini, Porsche e Skoda estão entre as mais comercializadas, respondendo por 37% das vendas de 2014.
Foto: Audi AG
Domínio de mercado
Hoje, a Volkswagen realmente faz jus ao nome "carro popular". Mais de um em cada três carros vendidos na Alemanha é do Grupo Volks, com a montadora detendo uma parcela de 36% do mercado alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Um em cada dez
Mundialmente, mais de 10% de todos os carros vendidos no ano passado levava o símbolo de uma das marcas do Grupo Volkswagen. A companhia vendeu mais de 10,2 milhões de veículos em 2014. Por volta de 70% desse total foi comercializado fora da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/Z. Junxiang
EUA: mercado difícil
O cobiçado mercado americano tem mostrado ser uma "pedra no sapato" da montadora alemã. Apenas 6% dos carros produzidos mundialmente pela companhia, por volta de 600 mil, foram vendidos nos EUA no ano passado. Apesar de investimentos imensos, a parcela da Volks nesse disputado mercado gira em torno de 2%, muito atrás de concorrentes como GM, Ford e Toyota.
Foto: picture-alliance/dpa
Primeira posição em jogo?
Em julho, a Volks ultrapassou a Toyota como a maior vendedora de carros do mundo. A montadora alemã também lidera o ranking das montadoras em termos de receitas. Em 2014, a companhia registrou um volume de vendas de 202,5 bilhões de euros. Descontados os impostos, o lucro foi de 11,1 bilhões de euros. Mas, depois do escândalo de emissões, analista alertam para o risco de perda da "pole position".
Foto: picture-alliance/dpa
Empregador global
Até 31 de dezembro de 2014, o grupo empregava aproximadamente 600 mil trabalhadores, tornando-se assim um dos maiores empregadores em todo o mundo. Desses, mais de um terço, cerca de 270 mil empregados, trabalha na Alemanha.
Foto: picture alliance/dpa
Maior indústria alemã
A indústria automobilística é o maior setor da economia alemã, sendo impulsionada pelas chamadas "três grandes": Daimler, BMW e Volks. A indústria emprega cerca de 800 mil trabalhadores, quase 2% da força de trabalho alemã.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Weißbrod
Sucesso de exportação
A receita total da indústria automotiva alemã chegou a quase 370 bilhões de euros no ano passado. O setor respondeu por quase um quinto das exportações do país e cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha.