Expectativa de vida com HIV é quase normal, afirma estudo
11 de maio de 2017
Medicamentos antirretrovirais elevaram expectativa de vida dos portadores do vírus e a tornaram quase igual à da população sem HIV, afirmam pesquisadores, com base em dados de 88 mil pacientes.
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A expectativa de vida de pessoas infectadas com o vírus HIV na Europa e nos Estados Unidos aumentou em dez anos com o surgimento dos medicamentos antirretrovirais, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (10/05) pela revista médica britânica The Lancet.
Isso significa que muitos pacientes têm uma expectativa de vida quase igual à de pessoas sem o HIV. Uma pessoa que começou o tratamento aos 20 anos em qualquer ano a partir de 2008 tem expectativa de vida de até 78 anos. Na população sem HIV, a expectativa é de 79 anos para homens e 85 para mulheres na França, e de 78 anos para homens e 82 para mulheres nos EUA.
Segundo os pesquisadores, os pacientes tratados com antirretrovirais desde 2008 vivem por mais tempo e de modo mais saudável do que os que iniciaram tratamento em anos anteriores. Isso ocorre porque medicamentos modernos têm menos efeitos colaterais tóxicos, há mais opções para pessoas infectadas com a cepa de HIV resistente às drogas e melhores tratamentos para infecções.
Segundo o estudo, com a percepção de que os soropositivos poderão viver até idades mais avançadas, os médicos estão tentando diagnosticar e tratar logo também as comorbidades, como a hepatite C e o câncer.
A pesquisa analisou 18 estudos europeus e americanos, contabilizando dados de mais de 88 mil pacientes que iniciaram o tratamento com antirretrovirais entre 1996 e 2010.
"Informações sobre a expectativa de vida das pessoas com HIV e o conhecimento de que ela pode estar se aproximando da expectativa de vida da população em geral é importante para motivar indivíduos em situação de risco a realizar testes e convencer infectados a iniciar imediatamente o tratamento com antirretrovirais", além de "diminuir a estigmatização das pessoas vivendo com HIV e ajudá-los a obter seguros de saúde e conseguir emprego", afirma o artigo.
Os antirretrovirais começaram a ser usados em grande escala a partir de 1996. Eles não curam a doença, e o tratamento dura a vida toda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que esses medicamentos sejam usados pelas pessoas infectadas logo após o diagnóstico. Nos países pobres, muitas vezes os soropositivos são diagnosticados quando a doença já está em estado avançado, e o tratamento nem sempre está disponível, além de ter custos muitos elevados.
RC/rtr/afp
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.