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Explicação de Dilma para nomear Lula é "ridícula", diz NYT

19 de março de 2016

"New York Times" dedica editorial de sábado ao Brasil e faz duras críticas às últimas ações do governo. Para o jornal, presidente criou "crise de confiança em seu próprio julgamento".

Foto: Agência Brasil/Wilson Dias

O turbilhão político vivido no Brasil na última semana foi tema de editorial na edição deste sábado (19/03) do prestigiado jornal The New York Times. Em texto intitulado "Crise política do Brasil se aprofunda", o diário faz duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e pinta um futuro sombrio para ela.

Assinado pelo corpo editorial do jornal, o artigo destaca a "luta pela sobrevivência política" da presidente, ao mesmo tempo em que os apelos por impeachment se tornam mais altos e em meio à crise econômica.

"Surpreendentemente, porém, ela achou que tinha capital político para gastar na semana passada, quando nomeou seu antecessor e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva, para a Casa Civil", escrevem os editorialistas do NYT.

Segundo o jornal, a explicação de Dilma para a escolha foi "insensível e ridícula": "Ela caracterizou a nomeação [de Lula] como uma oportunidade de trazer de volta para o governo [...] um negociador talentoso para ajudar o Brasil a lutar contra uma série de crises."

Para o New York Times, Dilma acabou criando outra crise ao fazer essa opção: "de confiança em seu próprio julgamento".

O jornal lembra que Lula afirma ser inocente. O ex-presidente e Dilma, continua o artigo, querem retardar ao máximo o dia do julgamento de Lula "dando a ele a proteção dos procuradores a que membros do governo têm direito".

"Os brasileiros estão enojados de seus líderes, com razão. O último artifício do governo petista fez manifestantes irem às ruas pedir a renúncia de Dilma", afirma o editorial. "Se suas últimas manobras levarem o impeachment para a linha de chegada, Dilma só poderá culpar a si mesma."

RPR/ots

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