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Expo Xangai

7 de abril de 2010

No início de maio começa a exposição mundial de Xangai. Área da mostra, próxima ao poluído rio Huangpu, será um oásis em meio aos problemas urbanos à volta.

Preparativos para a Expo Xangai estão na reta finalFoto: Ruth Kirchner

Centenas de pessoas ainda estão trabalhando nas obras da Expo Xangai 2010. Na garoa fria da cidade chinesa, os trabalhadores soldam, martelam e pintam. Muitos usam jaquetas para se proteger da umidade. 

Em 1º de maio, a maior exposição mundial de todos os tempos deve abrir suas portas, embora os pavilhões dos 192 países participantes ainda estejam sendo finalizados. Em poucas semanas, 400 mil visitantes, em grande parte chineses, estarão circulando pela mostra.

Todos os países se comprometeram a finalizar tudo até primeiro de maio. "É claro que não posso por a minha mão no fogo por isso", disse, rindo, o chinês Huang Jianzhi, vice-diretor da exposição, "embora acredite de fato que a maioria dos pavilhões ficará pronta a tempo", completou.

Better City, Better Life

Trabalhadores em açãoFoto: Ruth Kirchner

A metrópole de 20 milhões de habitantes está se preparando para a feira mundial deste ano. O lema "Better City, Better Life" (Cidade melhor, vida melhor) demonstra a preocupação do evento com a sustentabilidade. Nas margens do rio Huangpu, onde antes as chaminés das fabricas poluíam o ar, deve ser apresentado um mundo sem poluição. 

A tecnologia verde está em muitos detalhes. Para a irrigação do jardim da exposição, por exemplo, é utilizada água do rio Huangpu. "A água do rio é poluída, mas ela passa por um processo de purificação no terreno do jardim, de forma que até crianças podem brincar ali", disse Wu Zhiqiang, chefe de planejamento. Depois de usada, a água limpa retorna ao rio. Para ele, esse sistema contribui para despoluir o rio.  "É isso que está por trás do lema 'Better City, Better Life'", afirmou.

A sustentabilidade também está em foco nos pavilhões de inúmeros países. O pavilhão japonês e o britânico produzem a sua própria energia, o espanhol possui uma fachada de palha ecologicamente correta e o suíço mostra uma rede de células solares com potencial energético inexplorado.

Alemanha apresenta cidade em equilíbrio

No pavilhão da Alemanha, os visitantes devem ser conduzidos pela paisagem urbana e conhecer a diversidade das cidades alemãs. Com tema "Balancity" (cidade em equilíbrio), os alemães propõem uma harmonia entre a renovação e a conservação da cidade – entre urbanização e natureza.

Construção do pavilhão alemãoFoto: AP

A arquitetura assimétrica do pavilhão, similar a uma escultura branca, deve veicular uma imagem moderna da Alemanha, disse Florian Özdikmen, chefe do projeto: "a Alemanha como um parceiro transparente, comunicativo, aberto ao mundo e pró-ativo".

As visões da harmonia urbana poderão ser contempladas durante seis meses em Xangai. Depois, os pavilhões serão em grande parte desmontados.

Os chineses gastaram, de acordo com dados oficiais, em torno de 2,8 bilhões de euros para projetar e construir a área da mostra. Diferentemente de cidades que já sediaram a exposição mundial anterioremente, Xangai não ficará endividada com o evento.

Sem espaço para protestos

Após a feira, o local à beira do rio poderá permanecer uma atração. Ainda não se sabe o que deverá ser alocado nesse espaço, mas é possível que uma parte seja loteada. Para uma cidade onde a especulação imobiliária se torna cada vez maior, o espaço poderia representar futuramente um grande negócio.

Outro tema com o qual os organizadores devem se preocupar é como evitar protestos durante a feira mundial. Afinal, são frequentes as reclamações de corrupção e expropriação em muitas cidades chinesas, como consequência da modernização.

Para o vice-diretor Huang Jianzhi, a exposição deverá ocorrer em harmonia. "Outras opiniões políticas não precisam ser manifestadas aqui na feira".

Contudo, no canteiro de obras da Expo Xangai não há espaço para temas controversos. Lá já se faz a contagem regressiva para o primeiro de maio. Todos estão numa corrida contra o tempo.

Autora: Ruth Kirchner (dd)
Revisão: Simone Lopes

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