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Alimentos

23 de junho de 2009

A conquista de mercados estrangeiros é de grande importância para o desenvolvimento da agroindústria alemã, principalmente para empresas de pequeno e médio porte. Mas as exportações para países pobres geram críticas.

Agronegócio emprega mais de 4 milhões de alemãesFoto: AP

Na Alemanha, um quarto da receita do setor de alimentos provém do exterior. Somente em 2008, as exportações do setor agroindustrial aumentaram 15%. A Alemanha é o maior exportador mundial de queijo, doces, gado de criação e engenharia agrícola.

Há 380 mil propriedades agrícolas no país. Elas dão emprego a mais de 550 mil pessoas. A indústria correspondente gera ainda mais postos de trabalho. No total, o setor de agronegócios ocupa 4,3 milhões de pessoas no país.

Ampliação das exportações

O presidente da Confederação Alemã da Indústria de Alimentos, Jürgen Abraham, explica que o segmento ainda não precisou de ajuda estatal para manter seus postos de trabalho. "Nós mesmos resolvemos nossos problemas", afirma.

Abraham lembra que, pra crescer, o setor tem uma vantagem inestimável ao seu lado – o metabolismo humano. Pois todos têm que comer três a quatro vezes ao dia de forma apropriada.

Protesto contra o subsídio à exportação de leite e derivadosFoto: AP

Como essa não é a realidade em vários países do mundo, o setor agrícola alemão vê grandes possibilidades de expansão para regiões como a Rússia e, sobretudo, para os países asiáticos, como argumenta Gerd Müller, vice-ministro no Ministério alemão da Agricultura.

Com vista à ampliação das exportações de alimentos, a agroindústria alemã realizou em Berlim, na quinta-feira passada(18/06), sua primeira jornada de comércio exterior. Os participantes debateram temas como regiões de crescimento, mercados consumidores e necessidades dos consumidores.

Protestos de organizações

Mas, enquanto os especialistas debatiam no plenário do Ministério alemão das Relações Exteriores, organizações ambientais e de ajuda ao desenvolvimento protestavam em frente ao prédio contra as estratégias de exportação do Ministério alemão da Agricultura, principalmente contra os subsídios à exportação de leite e leite em pó.

Segundo Thomas Rewe, especialista agrícola do Quênia e assessor do serviço de ajuda ao desenvolvimento da Igreja Luterana da Alemanha (EED), o preço desse leite em pó é muito baixo. Rewe lembra que há determinados tipos de leite em pó que rendem até oito litros de leite por quilo.

"E tudo isso custa somente 50 centavos de euro. Denominamos estes subsídios às exportações simplesmente de dumping. Este dumping não ajudou os pequenos agricultores do Quênia. Juntamente com nosso mercado interno, os pequenos agricultores foram destroçados ou destruídos", reclama o especialista.

Perda de competitividade

Müller revida as críticas das organizações: "A acusação de que os estímulos às exportações arruinariam esses mercados locais é um absurdo. Tais críticas não correspondem à realidade". Segundo ele, o total de exportações alemãs de leite em pó para países fora da União Europeia é de somente 35 mil toneladas, ou apenas 0,25% da produção.

Além disso, o vice-ministro argumenta que tais exportações são destinadas somente a países em que há demanda. "Em nenhum dos casos a produção local é destruída ou prejudicada", diz Müller.

Organizações de ajuda ao desenvolvimento refutam as declarações de Müller. Como exemplo, citam a República dos Camarões, que há alguns anos importa leite em pó de produção europeia. Isso teria feito com que pequenos agricultores, que são apoiados pela EED e pela ONG Brot für die Welt, perdessem sua competitividade.

Autora: Bettina Marx

Revisão: Alexandre Schossler

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