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Exportadores alemães querem livre comércio entre UE e Mercosul

Neusa Soliz3 de agosto de 2002

Os poderes especiais – fast track – concedidos ao presidente norte-americano para a negociação de acordos comerciais devem reacender a disputa com a União Européia pelo mercado latino-americano.

Carne do Brasil e da Argentina é um dos produtos sujeitos a cotas na UEFoto: Bilderbox

A Confederação do Comércio Exterior da Alemanha (BGA)saudou o acordo para aprovação da TPA (Autoridade para Promoção Comercial) nos EUA, mais conhecida como fast track. Ela dará maiores poderes ao Executivo para negociar acordos comerciais. O Congresso norte-americano, então, só poderá aprovar ou rejeitá-los integralmente, perdendo o direito de alterá-los.

"Com a aprovação da TPA pela Câmara dos Representantes, começa uma nova era na política comercial norte-americana", ressaltou Anton Börner, presidente da confederação, em Berlim. "Eu tenho certeza de que agora os EUA e a União Européia, como maiores blocos comerciais, aproveitarão o momento para dar um novo impulso à rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio", acrescentou o empresário.

UE também precisa aprovar livre comércio com AL

A vantagem, segundo ele, é que Washington terá a mesma liberdade de ação que a Comissão Européia para negociar temas comerciais. Com o fast track, o presidente norte-americano, George W. Bush, dará um novo impulso a um de seus projetos preferidos: acelerar a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Ao fazê-lo, iniciará uma nova rodada na disputa com a União Européia pelo mercado latino-americano.

"A União Européia também precisa de uma zona de livre comércio com a América Latina", admitiu o presidente da BGA. Nesse sentido, Bruxelas deve concluir o mais rápido possível as negociações comerciais com o Mercosul, cujo cronograma foi estabelecido recentemente no Rio de Janeiro, em reunião que contou com a presença dos comissários Pascal Lamy (Comércio) e Christopher Patten (Relações Exteriores).

Porém, o setor agropecuário brasileiro ficou frustrado com o resultado do encontro do Rio, pois a UE não ampliou as cotas de importação dos produtos agrícolas do Mercosul. Ainda assim, o acordo para conceder a Bush a TPA chega num momento inconveniente.

Brasília nunca teve muita pressa em negociar a criação da ALCA, antes de fortalecer o Mercosul. Agora, menos ainda. E não só porque a crise argentina afetou o comércio do Mercosul: em fim de governo, acompanhado de turbulências financeiras, as decisões importantes deverão ficar, de qualquer maneira, para 2003.

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