Exposição documenta 50 anos de juventude roquenrou
26 de junho de 2006A exposição Rock! Jugend und Musik in Deutschland foi aberta no dia 25 de maio, na Haus der Geschichte de Bonn, em cooperação com a Central Federal para Formação Política. A documentação sobre os 50 anos do estilo musical que chegou à Alemanha no rebolado e no topete de Elvis Presley mostra como o rock'n'roll não mudou só vida da juventude nas pistas de dança, mas também o comportamento, a moda, o cinema, a literatura dos adolescentes do Leste e Oeste da Alemanha.
Música que precisa transpassar o muro político
Desde que chegou ao território germânico, há mais de 50 anos, o rock'n'roll conquistou uma legião de fãs que se renderam à batida transatlântica e viram no novo estilo mais do que música, um discurso ideológico que falava ao mesmo tempo de sonhos e desejos, de revoltas e mudanças.
A cortina de ferro política que separava o país em "ocidental" e "oriental" fez com que a juventude alemã não experimentasse a nova onda de uma forma homogênea. Na República Democrática Alemã (RDA), o rock era visto como um "ocidentalismo" a ser evitado, uma ameaça à integridade do sistema socioeconômico vigente. O Partido Socialista Unitário (SED) sentia-se provocado com a importação do estilo e temia a desmoralização do sistema por meio da nova música.
O disparate político-geográfico do rock na Alemanha é retratado na exposição com mídias audiovisuais que documentam a produção na RDA e na RFA. Pelos corredores, ouve-se a voz grave de Elvis Presley e pode-se dançar à melodia de Lipsi que sai da jukebox – alternativa fracassada que o SED impôs ao som ocidental. Os passos de dança que eram febre na época estão discriminados no chão, fazendo com que mesmo os mais jovens conseguiam reproduzir o remelexo da época de seus pais e avós.
A influência do rock'n'roll na história da música alemã
Dos anos 60, vêem-se instrumentos musicais autografados pelos Beatles, discos dos Rolling Stones, assim como relíquias do movimento hippie e da beatmusik, também reprimida no lado oriental. É também neste momento que as bandas de rock alemãs abandonam o inglês para escrever canções em sua própria língua.
O primeiro concerto de Marius Müller-Westernhagen, a bateria de Udo Lindenberg e as roupas dos shows de Nina Hagen dão uma amostra da proporção que o rock tomou no país, nos anos 70. Uma sala especial lembra o popular programa de tevê Rockpalast, da TV WDR, e dá ao visitante a oportunidade de escutar trechos com som original da época.
A pluralidade do desenvolvimento da música nos anos 80 pode ser vista nos exemplos do punk e do hip hop. Uma sala reconstitui o que seria o quarto de um jovem da época, com uma mesa de totó, um sofá, guitarra no chão, pôsteres nas paredes e livros por todo canto.
Skateboard e grafite, a Love Parade de Berlim e os videoclips documentam o panorama musical e comportamental da juventude dos dias de hoje. No final da exposição, o visitante encontra uma "parede da fama", que reúne peças dos ídolos do rock mundial: uma guitarra de Brian Jones, uma gaita de Bob Dylan e uma camisa de Jim Morrison.
Rock! Juventude e Música na Alemanha pode ser vista até 15 de outubro.