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Exposição em Stuttgart revela a nova arquitetura das mesquitas

31 de março de 2012

Templos islâmicos despertam fortes sentimentos. A construção da grande mesquita de Colônia e a proibição de minaretes na Suíça são alguns exemplos. Uma mostra em Stuttgart traz a arquitetura e a tradição das mesquitas.

Foto: ifa-Galerie Stuttgart

Na exposição Kubus oder Kuppel (Cubo ou cúpula), a ifa-Galerie em Stuttgart mostra, até o começo de abril, os desenvolvimentos e tendências na construção de mesquitas em todo o mundo. Além da exposição estão sendo realizados workshops, palestras e visitas a lugares de culto islâmicos na região de Stuttgart.

A galeria pertence ao Instituto de Relações Internacionais (ifa, na sigla em alemão) e seus dois espaços, um em Berlim e outro em Stuttgart, expõem, na maioria das vezes, arte contemporânea de todos os lugares do mundo.

O boom da construção de mesquitas

"Desde 2009, há 120 novas mesquitas em construção, e já existem 2 mil salas de oração e reunião na Alemanha. Isso foi motivo suficiente para trazer, nesta exposição, informações abrangentes sobre mesquitas", disse Valérie Hammerbacher, uma das curadoras da mostra.

Uma das que encontram-se em construção é mesquita central na Alemanha, que levantou muita polêmica e discussão entre turcos e políticos alemães de direita durante o lançamento de sua pedra fundamental, em 2009.

Na verdade, não é preciso muito para se construir um templo islâmico. Na época do profeta Maomé, o centro de uma mesquita, a sala de oração, era composto de um espaço murado e coberto com folhas de palmeira. Até hoje, quase não existem regras para se projetar um local de culto islâmico. Com exceção de uma parede voltada para Meca, a qibla, todo o resto pode ser reinterpretado, inventado e construído pelos responsáveis da obra.

A exposição em Stuttgart mostra 30 exemplos de todo o mundo, dos anos 60 até hoje. A mostra está dividida em quatro partes: Novos Caminhos, (In)visibilidade, Contemporaneidade e Encontros.

Mesquita Etimesgut Camii em Ancara, TurquiaFoto: ifa-Galerie Stuttgart

Novos caminhos

"As formas clássicas de mesquitas como pilares, Iwan (construção em pórtico de grande altura com três lados fechados e uma parte aberta que se volta normalmente para uma praça) e a cúpula da mesquita foram completamente reinterpretadas pelos arquitetos", explicou Hammerbacher. Um exemplo disso é a mesquita Etimesgut Camii em Ancara, capital da Turquia. Ali, sob encomenda dos militares, o arquiteto Cengiz Bektas construiu uma mesquita no final dos anos 60 que mais parece um bunker.

Em vez de uma cúpula, o edifício possui um teto plano, e o minarete rebaixado não se destaca mais como um elemento construtivo independente, mas está ligado à construção.

Outra mesquita, que foi construída para os trabalhadores migrantes na Alemanha, se destaca por sua cúpula acentuada. Ela foi construída em concreto armado e se prolonga por dois pavimentos, abrindo-se para o exterior através de uma fachada de vidro. A cúpula encobre toda a sala de oração. O centro islâmico comporta 350 pessoas e foi construído em 1973 no bairro de Freimann, em Munique, pelo arquiteto turco Osman Edip Gürel.

Em Amsterdã foi construído, em 2009, um edifício multifuncional. Em 1.600 metros quadrados encontram-se duas grandes salas de oração, como também espaços para a administração e cursos. Durante a construção foi necessário levar em consideração os interesses de duas comunidades muçulmanas: uma marroquina e outra turca.

Projeto de edifício com minarete em Zurique, SuíçaFoto: ifa-Galerie Stuttgart

A proibição de minaretes na Suíça inspirou o escritório de arquitetura de Zurique Frei e Saarinen a projetar um arranha-céu, que dispensa a forma de um minarete. Com o cair da noite, a forma cúbica do prédio de escritórios se retrai, os contornos do minarete são iluminados por dentro.

Embora essas torres de mesquita sejam muitas vezes um tema de discórdia em novas construções, elas não são obrigatórias. A maioria das mesquitas no interior de pátios, que se localizam em edifícios de fábricas ou áreas industriais, não possui minaretes.

Contemporaneidade

A seção Contemporaneidade concentra-se no desenvolvimento de uma linguagem formal própria, que se propõe a apresentar o Islã como uma religião moderna e contemporânea.

Dessa forma, em 2005, foi construída em Penzberg, na Baviera, uma mesquita cúbica. Nas placas de metal do minarete, o chamamento do muezzin está gravado em caligrafia árabe.

Um dos exemplos mais belos para a reinterpretação dos projetos de mesquitas é a premiada Chandagaon, na cidade bengalesa de Chittagong. A área de entrada e o prédio são definidos como unidades cúbicas do mesmo tamanho, separados apenas por portas de vidro e um degrau no chão.

Mesquita cúbica em Penzberg, AlemanhaFoto: ifa-Galerie Stuttgart

Encontros

A terceira seção da exposição apresenta formas clássicas de construção, mas também a abertura para outras religiões. Um exemplo é a mesquita Dogramacizade Ali Pasca Camii, em Ancara.

Ela é parte de uma escola particular. Um pátio central interliga a mesquita com a sinagoga e a capela. Dessa forma, judeus, cristãos e muçulmanos têm a possibilidade do recolhimento espiritual nos três espaços de oração.

Autora: Christina Beyert (ca)
Revisão: Mariana Santos

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