Em entrevista à DW Brasil, Christian Lynch avalia que ataques em Brasília acabaram com tolerância política a figuras que incentivam atos golpistas.
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Exatamente uma semana após a posse de Lula, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram, aos milhares, as sedes dos três Poderes em Brasília, destruindo tudo que encontravam pela frente. Rapidamente, foram divulgadas imagens que mostravam membros da Polícia Militar do Distrito Federal assistindo impassivelmente aos atos de vandalismo.
A intenção era colocar em xeque a eleição do PT à Presidência, movimento que foi insuflado nos últimos meses constantemente por Bolsonaro, que deixou o Brasil em dezembro para não ter que passar a faixa a Lula. No entanto, para o cientista político Christian Lynch, o tiro saiu pela culatra.
Em entrevista à DW Brasil, o professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ), diz que os atos de terrorismo e vandalismo praticamente acabaram com qualquer tolerância do sistema político brasileiro a figuras da extrema direita, como o próprio Bolsonaro, que incentivaram os atos.
"Ele não está tão interessado no eleitorado, do ponto de vista da liderança. O eleitorado dele só serve se for pra tentar impedir uma prisão ou negociar a impunidade dele. Neste domingo, isso acabou", diz Lynch.
Para o cientista político, as próprias forças de segurança ficaram em uma sinuca de bico após o bolsonarismo ter assumido abertamente a destruição da ordem institucional. "As forças serão obrigadas a embarcar no discurso da ordem, que é do atual governo", afirma.
DW Brasil: Há uma semana, correram boatos em Brasília entre os membros do PL, partido de Jair Bolsonaro, de que o ex-presidente seria preso ou ficaria inelegível devido à quebra do sigilo telefônico de bolsonaristas por parte do ministro do STF Alexandre de Moraes. Com os atos deste domingo, essa possibilidade se tornou ainda mais real?
Christian Lynch: Hoje, a extrema direita assinou o seu atestado de óbito. O governo Bolsonaro foi um governo eleito meio que por acaso, naquela confusão de 2018. Queriam alguém antissistema, mas não sabiam quem seria essa pessoa. Bolsonaro nunca foi líder de nada, nunca foi corajoso de nada, pilotou uma manada de extremistas que foi criada no ódio ao sistema que foi incentivado pela Lava Jato e pelo apoio da imprensa à operação.
Durante a Presidência, ele achou que foi ungido por Deus, que tinha chegado lá como um eleito de Jesus Cristo. Como é possível um incompetente que ficou 30 anos vivendo de lacração no Congresso, sem aprovar um projeto, chegar à Presidência? Se ele fosse inteligente, saberia que é produto de circunstâncias – mas Bolsonaro não é inteligente, ele achou que foi colocado lá por Jesus Cristo. Então, ele transformou o governo dele numa reprodução do que eram os seus gabinetes nos mandatos de vereador e deputado.
Ele imaginava que podia fazer todas as atrocidades, porque tinha sido ungido por Deus. Então, ele ia ser reeleito. Em nenhum momento ele pensou que não seria reeleito. E, de repente, não foi. Aí, ele caiu prostrado, depois entrou em pânico. E começou a imaginar a fuga. Aí ele fugiu pra Disneylândia, porque ele sabe que vai sobrar para ele. E agora está tentando arrumar cidadania italiana pra ficar num lugar onde não possa ser extraditado.
E, nesse cenário, como fica o eleitorado de Bolsonaro?
Ele não está tão interessado no eleitorado, do ponto de vista da liderança. O eleitorado dele só serve se for pra tentar impedir uma prisão ou negociar a impunidade dele. Neste domingo, isso acabou.
O que aconteceu, depois que ele deixou o poder, foi o nicho de mercado eleitoral: existe aqui um modelo de negócio que é dele. Que ele ensinou para a família dele e para outros políticos: se você falar que quer golpe, sair dando tiro, se elege. Que preto é feio, que gay tem que morrer, aí você se elege.
E, após os atos terroristas, esse mercado eleitoral vai continuar existindo? O que será de Nikolas Ferreira, Bia Kicis, Carla Zambelli entre outros fiéis seguidores do Bolsonaro?
Isso é um mercado. Existe esse mercado eleitoral. Existe uma demanda, aparece uma oferta. O mercado eleitoral é igual o tráfico de drogas: se tem uma demanda de viciado, sempre vai ter quem venda a droga. Quando a polícia chega em cima, eles dizem que não são golpistas. Aí, eles vão embora, e no dia seguinte eles estão vendendo a "droga" do golpe novamente.
Estava ocorrendo uma leniência com isso. O [presidente da Câmara] Arthur Lira (PP-AL) também sabe que tem esse pessoal, e ele aguentava esse pessoal. O Lira foi beneficiado do aluguel do governo Bolsonaro para o Centrão, e se aproveitava disso.
Agora que mudou o dono do poder, todo mundo se adapta. Mas elegeram esse pessoal [do Bolsonaro]. Num primeiro momento, havia uma tendencia de se ter leniência. Agora, essa leniência acabou. Essas pessoas não vão conseguir presidir comissões no Congresso, não haverá tolerância de Lira, de Pacheco [presidente do Senado], dos chefes de partidos.
E o eleitorado dessa extrema direita no Brasil, como fica?
Vai ter uns 10%, 15%. Isso vai existir. Mas a tolerância do sistema político vai ter acabado, porque vai ser insuportável.
Agora, poderá ser dito pro Alto Comando do Exército que eles não têm mais como tolerar isso. Essa imbecilidade que aconteceu criou justificativa pra repressão total desse pessoal. Essa confusão começou em 2013. A confusão das Jornadas de Junho abriu as portas para tudo que veio depois. E a que veio neste domingo está fechando as portas e vai recriar as condições de estabilidade do sistema político.
O ciclo se fechou, vai-se comemorar, neste ano, dez anos do que ocorreu em 2013, com a esquerda no poder. Tudo bem, não é a mesma esquerda daquela época, a de hoje é mais ao centro. Mas é a esquerda.
Toda aquela confusão foi para a direita assumida entrar no poder. A direita entrar é normal. Mas a Lava Jato destruiu a legitimidade do sistema e criou a possibilidade de um Bolsonaro chegar. E ele era muito mais a extrema direita do que se imaginava. Uma hora, esse movimento para a direita ia refluir, e, assim como o Bolsonaro foi mais para a direita, o movimento de refluir voltou para a esquerda.
O STF teve que devolver os direitos políticos do Lula porque o Lula era a única figura que podia livrar o Brasil do Bolsonaro. Mas o Lula também virou o símbolo do sistema político brasileiro.
Nos últimos dias do governo Bolsonaro, a [ministra do STF] Rosa Weber acabou com o orçamento secreto. Gilmar Mendes deu possibilidade de se colocar o Bolsa Família fora do Teto. O próprio STF, que foi responsável pelo desequilíbrio político causado pela Lava Jato, foi o responsável por desfazer o que tinha criado.
Teve uma revolução branca pra tirar e impedir o Lula de voltar, mas ela saiu do controle, e quem volta pra colocar o sistema aprumado foi o próprio Lula.
Mas e as Forças Armadas e de segurança, que agiram com omissão nos atos deste domingo? Eles não vão poder continuar apoiando, mesmo que silenciosamente, esse tipo de movimento golpista?
Eles entraram pelo cano. Você tem a Polícia Militar do Distrito Federal. Certamente, o Ibaneis Rocha [governador do Distrito Federal] é um oportunista, um sujeito que quer roubar dos dois lados. Ele viu que o país está dividido entre a legalidade e a ilegalidade, mas ele não tem compromisso com a legalidade, o negócio dele é agradar o eleitorado.
Então, ele teve essa posição: de um lado, ele é bolsonarista; de outro, ele não é. Ele chamou o [ex-ministro da Justiça de Bolsonaro] Anderson Torres de volta [para a secretaria de Segurança], porque Brasília tem essa coisa de voto bolsonarista.
Foi preciso decretar a Intervenção Federal, e o Ibaneis, covardemente, já tentou exonerar o Torres, que sequer foi nomeado, para não sofrer intervenção. O Lula decretou a intervenção na segurança; é o tipo de intervenção limitada que não inclui o governador, mas o pânico que isso criou no Ibaneis é visível.
Aí temos as Forças Armadas. Elas têm essa história: o Bolsonaro é o diabo para transformar soldados e policiais militares em clientela pessoal dele – e flertando com a possibilidade de que essa simpatia eleitoral se tornasse golpista. E por isso o Lula, ao nomear o José Múcio Monteiro para o Ministério da Defesa, deu carta branca a ele, enrolando os próprios militares.
Neste domingo, houve uma demonstração cabal e insofismável de subversão da ordem. Era impossível haver mais evidente e escrachada demonstração de subversão da ordem pública. Os próprios militares não têm mais como se subtraírem do papel constitucional deles. O Lula decretou a Intervenção Federal como defensor da República. Os papéis se inverteram, houve um curto-circuito.
Como foi essa inversão?
O bolsonarismo, de discurso da ordem, se tornou obviamente defensor do golpe, da subversão, da destruição da ordem institucional. Não tem mais como fingir que isso não aconteceu. As forças serão obrigadas a embarcar no discurso de ordem. Ou seja, a esquerda está com o discurso da ordem, com o discurso que era da direita; e a direita com o discurso da subversão.
Isso enfraquece completamente o discurso bolsonarista. Essa história de o Múcio, de ter que segurar os acampamentos na porta dos quarteis porque seriam manifestações democráticas, isso acabou. Não tem mais condição política para isso.
O mês de janeiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS
Último Boeing 747 deixa a linha de produção
A Boeing entregou o último 747, marcando o fim da produção da aeronave. O último exemplar é um cargueiro 747-8F que a Atlas Air ovai operar para o grupo de logística Kühne & Nagel. Foram 54 anos desde o primeiro avião do modelo, em 1969. No total, foram produzidas 1.574 aeronaves deste tipo, inicialmente certificada para até 550 passageiros e, depois, ampliada para até 660. (31/01)
Foto: David Ryder/REUTERS
Scholz visita Lula em Brasília e enaltece defesa da democracia
O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, foi o primeiro líder ocidental a visitar o país desde os atos golpistas em Brasília. Ao lado de Lula no Palácio do Planalto, ele expressou a solidariedade da Alemanha ao Brasil e disse que a democracia brasileira "é forte e conseguiu resistir". Compromisso brasileiro de proteger a Amazônia é "boa notícia para todos nós", comemorou. (30/01)
Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
Na Argentina, Scholz defende conclusão do acordo UE-Mercosul
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, aproveitou o primeiro dia de seu giro pela América do Sul, na Argentina, para defender a rápida conclusão do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. "As negociações já se prolongaram por tempo suficiente", disse Scholz no sábado após se reunir com o presidente argentino, Alberto Fernández, em Buenos Aires. (29/01)
Foto: Agustin Marcarian/REUTERS
Ex-general da Otan é eleito presidente da República Tcheca
A República Tcheca elegeu no sábado seu novo presidente, Petr Pavel, um general aposentado que já foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país e presidente do Comitê Militar da Otan. Ele concorreu ao cargo pela primeira vez e recebeu 58,3% dos votos, derrotando o ex-premier e bilionário Andrej Babis, uma figura populista e dominante na política tcheca na última década (28/01).
Foto: Michal Cizek/AFP/Getty Images
Alemanha lembra vítimas LGBTQ do nazismo
O Bundestag, o Parlamento alemão, homenageou as vítimas de assassinatos cometidos durante o regime nazista. Neste ano, pela primeira vez, houve foco especial nas pessoas perseguidas por causa de sua orientação sexual. Até 50 mil homens gays foram presos pelos nazistas, e cerca de 15 mil foram enviados para campos de concentração. Muitos deles morreram em consequência do trabalho forçado. (27/01)
Foto: Markus Schreiber/AP Photo/picture alliance
Ataque a faca em trem na Alemanha deixa dois mortos
Uma adolescente de 17 anos e seu acompanhante de 19 anos morreram e cinco pessoas ficaram feridas durante um ataque a faca em um trem regional no norte da Alemanha, na quarta-feira, no trajeto entre Kiel e Hamburgo. O suposto agressor é um homem de 33 anos chamado Ibrahim A., nascido na Palestina, segundo o Ministério do Interior alemão. O motivo do crime é investigado. (26/01)
Foto: Jonas Walzberg/dpa/picture alliance
Alemanha autoriza envio de 14 tanques à Ucrânia
O governo alemão anunciou o envio de 14 tanques de guerra do tipo Leopard para ajudar a Ucrânia a lutar contra tropas russas, após meses de pressão de Kiev e aliados. A decisão foi anunciada pelo chanceler federal, Olaf Scholz, durante reunião ministerial. Serão fornecidos tanques do modelo Leopard-2-A6, provenientes do arsenal da Bundeswehr, as Forças Armadas do país. (25/01)
Foto: Peter Steffen/dpa/picture alliance
Relógio do Juízo Final põe mundo a 90 segundos do apocalipse
O chamado Relógio do Juízo Final, que mede simbolicamente o tempo até a iminência de uma catástrofe mundial, foi adiantado em 10 segundos e agora está a 90 segundos da meia-noite – o mais perto que já chegou do dia derradeiro. O principal motivo é a invasão da Ucrânia pela Rússia e o risco de uma escalada nuclear. O anúncio foi feito pelo Boletim dos Cientistas Atômicos. (24/01)
Foto: Leah Millis/REUTERS
Na Argentina, Lula busca reaproximar o Brasil dos parceiros regionais
O presidente Lula foi recebido por seu colega argentino, Alberto Fernández, em Buenos Aires, em sua primeira visita de Estado após retornar à presidência, com a missão de reinserir o Brasil na arena política internacional. Ele participará da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), após a ausência do Brasil no foro internacional durante o governo Bolsonaro. (23/01)
Foto: Getty Images
Beleza degradada
O rio Drina é uma joia do leste da Bósnia, serpenteando entre cânions e vales até desembocar no Danúbio. No verão, tem águas azul-turquesa, mas neste inverno quase não se vê sua superfície. Pelo menos nas proximidades da cidade de Visegrado, onde boiam milhares de toneladas de lixo. Ambientalistas locais temem que a despoluição vá durar até meados de 2023. (22/01)
Foto: Dado Ruvic/REUTERS
Nabos contra o criminoso
De fantasia multicolorida e máscara chifruda, a figura do "jarramplas" representa um ladrão de gado. Ele atravessa munido de tambor as ruas do lugarejo Piornal, no sudoeste da Espanha, enquanto a população o castiga, atirando nabos. A catártica festa popular dura tradicionalmente dois dias. Mas hoje a vida dos "jarramplas" é mais fácil, pois podem se proteger com roupa acolchoada. (21/01)
Foto: Manu Fernandez/AP/picture alliance
Daniel Alves é detido na Espanha
O lateral-direito Daniel Alves foi detido em Barcelona, na Espanha. Ele havia se apresentado a uma delegacia após ser intimado para responder sobre uma acusação de assédio sexual. O Ministério Público da Espanha pediu a prisão preventiva e sem direito à fiança. O suposto caso de assédio teria ocorrido na noite de 30 para 31 de dezembro numa casa noturna de Barcelona. O jogador nega. (20/01)
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, uma das primeiras integrantes de sua geração a ser eleita como líder de um país e que se tornou um ícone global da centro-esquerda, anunciou que deixará o cargo que exerce há cinco anos e meio, alegando que não tem "mais energia" para comandar o país. O anúncio foi recebido como um choque na nação de 5 milhões de pessoas. (19/01)
Foto: Loren Elliott/REUTERS
Dançando com o dragão
A Tailândia, como muitos outros países asiáticos, vive os preparativos para o Ano Novo Lunar. De acordo com o calendário chinês, em 2023, o ano novo começa em 22 de janeiro. Embora este não seja um feriado oficial na Tailândia, a data é comemorada em grande escala, com procissões de lanternas vermelhas, dragões e danças acrobáticas. (18/01)
Foto: Athit Perawongmetha/REUTERS
Greta Thunberg detida em protesto ambiental na Alemanha
A ativista do clima sueca Greta Thunberg foi detida pela polícia alemã em um protesto próximo ao vilarejo de Lützerath, que será destruído para a expansão de uma mina de carvão a céu aberto. O local se tornou um símbolo da luta por um futuro menos poluente. Ela foi carregada por policiais após os ativistas se desgarrarem de uma manifestação e correrem para uma cratera na mina Garzweiler 2. (17/01)
Foto: Roberto Pfeil/dpa/picture alliance
Ministra alemã da Defesa renuncia
A ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, renunciou após uma enxurrada de críticas, seja por suposta lentidão no processo de aquisição de novos equipamentos para as Forças Armadas alemãs ou por sua alegada falta de experiência no setor. O estopim foi a postagem de um vídeo na véspera do Ano Novo em meio a fogos de artifício, considerado insensível para com a Ucrânia. (16/01)
Foto: Michael Kappeler/dpa/picture-alliance
Queda de avião mata dezenas no Nepal
Mais de 60 pessoas morreram no Nepal na queda de um avião da companhia Yeti Airlines. A queda ocorreu perto do aeroporto internacional da cidade de Pokhara, no momento em que a aeronave fazia a aproximação final de pouso. Este é o pior acidente do tipo no pequeno país asiático da região dos Himalaias em quase cinco anos. (15/01)
Anderson Torres é preso pela Polícia Federal ao chegar ao Brasil
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foi preso após desembarcar em Brasília, em voo originado de Miami, nos Estados Unidos. Ele teve sua prisão preventiva determinada por suspeita de que tenha facilitado os ataques às sedes dos três Poderes realizados por grupos de bolsonaristas radicais (14/01)
Foto: Agencia Brasil
Rússia alega conquista de Soledar
Após semanas de intensos combates, a Rússia anunciou a conquista de Soledar. O anúncio foi desmentido pela Ucrânia, que afirmou que a luta pela cidade de mineração de sal continua. O Ministério da Defesa russo disse que a conquista era importante para a continuidade da ofensiva em Donetsk, pois permitirá a Moscou cortar as linhas de abastecimento para as forças ucranianas em Bakhmut. (13/01)
Foto: AP/Libkos
Gastos de Bolsonaro são revelados
Os gastos com o cartão corporativo da Presidência durante a gestão de Jair Bolsonaro vieram a público, revelando uma predileção do ex-presidente por hotéis de luxo, gastos vultuosos com padarias e uso de dinheiro público para a compra de sorvetes e cosméticos. No total, a administração do ex-mandatário gastou pelo menos R$ 27,6 milhões com os cartões corporativos ao longo de quatro anos. (12/01)
Foto: Evaristo Sa/AFP
Morre lenda da guitarra Jeff Beck
A lenda da guitarra Jeff Beck morreu aos 78 anos, após contrair meningite bacteriana. Sua primeira incursão no estrelato foi com a banda de rock inglesa The Yardbirds, na década de 1960. Mais tarde, fez carreira solo e colaborou com outros artistas. Ganhou oito prêmios Grammy e foi considerado pela revista Rolling Stone como o quinto maior guitarrista de todos os tempos. (11/01)
Foto: Toby Melville/REUTERS
Moraes ordena prisões de Anderson Torres e de ex-chefe da PM do DF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, suspeito de facilitar os atos golpistas e os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília por grupos de bolsonaristas radicais. Ex-comandante da Polícia Militar do DF é detido também por ordens do ministro. (10/01)
Foto: Getty Images/AFP/A. Anholete
Atos pró-democracia em várias cidades brasileiras
Milhares de pessoas participaram de atos pró-democracia em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e outras cidades pelo Brasil, no dia seguinte aos atos golpistas em Brasília, quando grupos organizados extremistas de direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Manifestantes entoavam palavras de ordem contra Jair Bolsonaro, aos gritos de "sem anistia" (09/01)
Foto: Nelson Almeida/AFP
Golpistas invadem as sedes dos três Poderes em Brasília
Extremistas bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes em Brasília. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os golpistas ocupando a rampa e soltando foguetes. Depois, eles invadiram o Palácio do Planalto, onde conseguiram chegar até o terceiro andar. Em seguida, foi a vez do STF, onde foram quebrados vidros e móveis e arrancadas as cadeiras do plenário. (08/01)
Foto: Eraldo Peres/AP Photo/picture alliance
Monumento a cientista russo é removido na Ucrânia
A cidade ucraniana de Dnipro removeu a estátua do cientista russo Mikhail Lomonosov, que havia sido instalada em junho de 1971. É a última estátua associada à era soviética a ser retirada da cidade, depois das que retratavam o poeta Alexander Pushkin e o soldado Alexander Matrosov. Desde o começo da Invasão da Ucrânia pela Rússia, a prática vem se tornando comum nas cidades ucranianas. (07/01)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou a primeira reunião com seus ministros. Ele disse que a administração petista tem uma tarefa árdua e também nobre pela frente. Além disso, enfatizou que qualquer ministro que cometer ato ilícito será demitido. Também defendeu uma boa relação com o Congresso e pregou respeito às leis, à Constituição e ao meio ambiente. (06/01)
Foto: Adriano Machado/REUTERS
Adeus a Bento 16
O papa Francisco comandou a missa fúnebre de seu antecessor, Bento 16, que morreu no dia 31 de dezembro, aos 95 anos. A missa ocorreu na praça São Pedro, em Roma, lotada de fiéis. Pouco antes das 11 horas da manhã, o caixão foi levado para dentro da basílica sob aplausos do público. (05/01)
Foto: GUGLIELMO MANGIAPANE/REUTERS
Atentado na Somália mata dezenas
Mais de 30 pessoas moerram em dois atentados suicidas simultâneos com carros-bomba na Somália. Os ataques ocorreram na cidade de Mahas, na região de Hiran, onde no ano passado o exército somali, apoiado por aliados internacionais e a Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS, na sigla em inglês), lançou uma ofensiva contra o grupo terrorista islâmico radicais Al-Shabaab. (04/01)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despediu de Pelé. A viagem a Santos foi a primeira oficial do presidente desde que tomou posse, em 1º de janeiro. Ele prestou a última homenagem ao ex-jogador acompanhado da esposa, Janja. (03/01)
Foto: Carla Carniel/REUTERS
O adeus a Pelé
Milhares de pessoas compareceram ao velório de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, no estádio da Vila Belmiro, para se despedir do maior jogador de futebol de todos os tempos. Amigos, familiares, ex-jogadores e admiradores prestaram as últimas homenagens ao grande ídolo, no gramado onde ele brilhou durante muitos anos. (02/01)
Foto: Miguel Schincariol/AFP/Getty Images
Lula toma posse como presidente
Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como o 39° presidente da República do Brasil, assumindo um terceiro mandato 12 anos após deixar o poder e marcando a volta da esquerda ao Planalto após quatro anos de governo de extrema direita. Em dois discursos distintos, Lula exaltou a democracia e o diálogo político, e mencionou um cenário "estarrecedor" deixado por seu antecessor, Jair Bolsonaro. (01/01)