1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Extrema direita europeia se reúne antes das eleições

18 de maio de 2019

Comandado por Matteo Salvini, comício em Milão reúne líderes nacionalistas e ultradireitistas e vários apoiadores a uma semana do pleito para o Parlamento Europeu. Le Pen prevê voto histórico para populistas de direita.

O vice-premiê e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini
Salvini busca tornar sua aliança ultradireitista a principal força política no Parlamento EuropeuFoto: picture_alliance/dpa/ZUMA Wire/S. Guidi

Milhares de apoiadores se uniram neste sábado (18/05) a líderes de partidos nacionalistas e de extrema direita da Europa em um evento em Milão, na Itália, que visou fortalecer os laços entre essas legendas uma semana antes das eleições para o Parlamento Europeu.

O comício foi promovido pelo vice-primeiro-ministro e ministro do Interior italiano, o populista de direita Matteo Salvini, que ao lado de sua principal aliada, a francesa Marine Le Pen, busca construir uma aliança ultradireitista com cerca de 12 partidos europeus na tentativa de se tornar a principal força política no Legislativo do continente.

"Aqui não é a extrema direita, mas a política do bom senso. São os extremistas que têm governado a Europa nos últimos 20 anos", declarou Salvini, líder do partido ultradireitista Liga, de cima de um palco montado na Piazza del Duomo, em frente à Catedral de Milão.

Segundo o italiano, "extremistas são aqueles da especulação, do desemprego, e que tentaram nos explicar que não havia alternativa à precariedade".

Salvini afirmou ainda que a primeira proposta de sua aliança no Parlamento Europeu será o que chamou de "Carta dos direitos dos povos europeus", para que "no lugar do Deus dinheiro esteja o direito ao trabalho, à felicidade e à saúde para nossos filhos e para nós".

Assim como outros líderes políticos que discursaram neste sábado em Milão, o vice-premiê italiano adotou um tom duro contra a imigração. "Se vocês nos fizerem o primeiro partido na Europa, levaremos a política anti-imigrantes a toda a Europa, e aqui não entrará mais nenhum", afirmou ele, famoso por sua incansável retórica anti-imigração.

Salvini, disse, por fim, que a "Europa das nações e da democracia terá que voltar a ser central no Parlamento Europeu, que é a única instituição que elege livremente".

Le Pen discursa em Milão: francesa é a principal aliada de Salvini na EuropaFoto: Reuters/A. Garofalo

Le Pen, líder do partido populista de direita francês Agrupamento Nacional, reforçou as críticas contra o bloco europeu. "Não queremos esta União Europeia que alimenta uma globalização selvagem, sem regras, que faz escravos trabalharem para vender mercadorias a desempregados", denunciou a francesa.

"Este é um momento histórico", disse ela a repórteres em Milão antes do evento neste sábado. "Cinco anos atrás estávamos isolados. Mas hoje, com nossos aliados, finalmente estaremos em posição de mudar a Europa."

Le Pen previu que a nova aliança ultradireitista passará da oitava posição na Europa para "o terceiro ou talvez o segundo" maior grupo no Parlamento Europeu nas próximas eleições, que serão realizadas entre 23 e 26 de maio.

Pesquisas de opinião recentes sugerem que a aliança pode chegar ao quarto lugar no pleito, mas Le Pen acredita que outros partidos ainda podem se juntar ao grupo, incluindo o Fidesz, do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que atualmente ainda está ancorado no bloco convencional da direita europeia.

O grande comício da ultradireita em Milão reuniu delegações de vários países neste sábado, incluindo Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Finlândia, França, Holanda e República Tcheca.

O evento, contudo, acabou sendo ofuscado por um escândalo que atingiu o vice-chanceler federal da Áustria, Heinz-Christian Strache, líder do ultradireitista Partido da Liberdade (FPÖ), que acabou renunciando ao cargo neste sábado.

Strache, cujo partido forma coalizão de governo com o conservador Partido Popular Austríaco (ÖVP), do chanceler federal Sebastian Kurz, foi flagrado em uma gravação de vídeo oferecendo futuros contratos governamentais a uma suposta magnata russa em troca de apoio ao seu partido nas últimas eleições parlamentares, em 2017.

Após a renúncia de Strache, o FPÖ cancelou sua participação no comício em Milão, mas recebeu apoio de políticos presentes na capital financeira da Itália.

"O FPÖ é nosso parceiro próximo", disse Jörg Meuthen, do partido populista de direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD). O político destacou que não vai "apunhalar o FPÖ pelas costas" por algo que ele chamou de "questão singular".

EK/afp/dpa/efe/lusa/rtr/dw

________________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube 
WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

Pular a seção Mais sobre este assunto