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Extrema-direita se propaga mais na web

ef16 de janeiro de 2004

A internet tornou-se o meio de comunicação número um da extrema-direita alemã. Ela desenvolveu novas estratégias para escapar dos rigores da lei de seu país e conquistar mais adeptos. Uma delas é o uso de sites dos EUA.

Marcha de neonazistas em MuniqueFoto: AP

Quem procura a suástica na internet em página com domínio ".de" tem pouco sucesso, pois a lei alemã pune os provedores que propagam o símbolo nazista e sites em geral com conteúdo claramente anti-semita, xenófobo ou que possa estimular o ódio racial. A Justiça alemã alcançou grande êxitos na perseguição aos infratores nos últimos anos.

Mas equivoca-se totalmente quem pensa que os extremistas de direita não têm mais grande importância na Alemanha, pois eles desenvolveram três novas estratégias eficientes para usar a internet como fórum de propaganda e organização.

Evitando símbolos nazistas

- A primeira estratégia visa criar uma zona legal e para isso os autores evitam formulações de extrema-direita e renunciam à suástica e outros símbolos nazistas nos sítios alemães. Para propagá-los, a iniciativa na web "No abuse in the Internet" (Naiin) oferece em sua homepage uma repartição em que os usuários de extrema-direita podem anunciar. Mas não é fácil preencher as condições para inserir tais anúncios, segundo o presidente da Naiin, Dennis Grabowski, "pois a gente percebe logo que o conteúdo, com freqüência exato e preciso, está claramente fora da lei".

Material de propaganda nazista e armas apreendidasFoto: AP

Desvio para os EUA

- A segunda estratégia dos radicais de direita é evitar ações penais, desviando a sua propaganda para os Estados Unidos. Os sites da extrema-direita hospedados em provedores norte-americanos são diferentes dos alemães. Nos do outro lado do Atlântico, um simples clique duplo com o mouse faz aparecer a suástica, lemas nazistas, racistas e anti-semitas. Isto é possível porque, ao contrário da Alemanha, a legislação dos EUA permite a liberdade de opinião enquanto não significar violência concreta contra as pessoas.

Mais de 900 destes tipos de serviços na web já foram investigados pelos serviços secretos internos alemães, mas o número deles é muito maior e a Justiça da Alemanha não pode fazer praticamente nada contra eles.

Fóruns de chat e discussão

- A terceira estratégia nova consiste em fóruns de chat e discussão, que funcionam como um internet-café. Os internautas acessam um site e conversam uns com os outros. Tais fóruns de chat são usados cada vez mais pelos radicais de direita da Alemanha, esclarece a porta-voz do serviço secreto interno da Baixa Saxônia, Marion Brandenburger: "Nós constatamos que os elementos ideológicos de extrema-direita, racistas, xenófobos e anti-semitas são claramente propagados nestes fóruns".

Os extremistas de direita podem permanecer anônimos nos fóruns de chat e discussão, porque podem trocar de nome à vontade e não têm que fornecer seus dados pessoais. Especialistas advertem que o perigo é grande para os jovens, pois enquanto os sítios que propagam ódio assustam, os fóruns parecem inofensivos à primeira vista, de forma propositalmente enganosa.

Eles trocam, com freqüência, novidades sobre encontros nos diferentes redutos de extrema-direita ou sobre bandas que interpretram músicas de conteúdo racista, xenófobo e anti-semita. Seu alvo principal são exatamente os jovens que ainda não têm opinião política firme e procuram uma orientação. Por isso mesmo, os serviços secretos internos da Alemanha intensificaram a sua vigilância contra os fóruns de chat e discussão no país.

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