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Extremista é condenado à perpétua pelo assassinato de Jo Cox

23 de novembro de 2016

Tribunal condena Thomas Mair, um defensor da supremacia branca e admirador do nazismo, a passar o resto da vida na cadeia por causa do assassinato da parlamentar, ocorrido uma semana antes do referendo sobre o Brexit.

A parlamentar britânica Jo Cox em foto de 2015
A parlamentar britânica Jo Cox em foto de 2015Foto: picture-alliance/PA Wire/Y. Mok

Um júri condenou nesta quarta-feira (23/11) em Londres o extremista Thomas Mair pelo assassinato da parlamentar britânica Jo Cox, ocorrido em junho. Mair, um seguidor de ideologias de supremacia branca, deverá cumprir prisão perpétua e não terá direito à liberdade condicional, disse um juiz.

O Tribunal Criminal Central de Londres deliberou o caso por menos de duas horas antes de proferir a decisão. Mair não reagiu ao ser informado da sentença. Ele também foi condenado por ter ferido Bernard Kenny, um passante de 77 anos que tentou socorrer a deputada, e considerado culpado por porte de armas. Embora o réu tenha se declarado inocente, seus advogados não apresentaram nenhum prova em sua defesa.

Ilustração mostra Thomas Mair durante o julgamentoFoto: picture-alliance/empics/E. Cook

Mair, de 53 anos, atingiu com tiros e esfaqueou a parlamentar pró-Europa enquanto gritava "Grã-Bretanha em primeiro lugar!". O episódio, que chocou o Reino Unido, aconteceu uma semana antes do referendo que decidiu pela saída do país da União Europeia (UE).

Cox, de 41 anos e mãe de duas crianças, foi atacada ao sair de uma biblioteca quando se preparava para se encontrar com moradores de Birstall, vilarejo no norte da Inglaterra. Ela foi morta com três tiros e 15 facadas. A deputada era uma conhecida defensora da permanência do Reino Unido na UE e do acolhimento de refugiados.

Na casa de Mair, os investigadores encontraram uma vasta coleção de livros sobre a história militar alemã, o Holocausto e as teorias raciais nazistas, além de uma estátua da águia alemã do Terceiro Reich. Na primeira audiência no tribunal, o extremista declarou "morte aos traidores, liberdade para o Reino Unido" na hora de informar o seu nome.

Após o veredito, o marido de Cox classificou o assassinato de "um ato político e um ato de terrorismo" e disse não buscar retaliação. "Não sentimos nada além de pena do criminoso, já que a vida dele foi tão privada de amor e repleta de ódio", acrescentou Brandan Cox. "Jo se interessava por todos. Ela não era movida pelo ego, mas pelo desejo de ajudar."

IP/ap/lusa/afp

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