Extremista de direita abre fogo contra policiais na Baviera
19 de outubro de 2016
Membro do movimento de extrema direita Reichsbürger, que não reconhece a existência da República Federal da Alemanha, é detido após tiroteio com policiais. Quatro agentes ficam feridos, um deles morre.
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Um membro do grupo de extrema direita Reichsbürger (literalmente cidadãos do Império Alemão) matou um policial nesta quarta-feira (19/10), ao disparar contra forças de segurança durante uma operação de apreensão de armas na cidade de Georgensgmünd, perto de Nurembergue, no sul da Alemanha.
Quatro policiais foram feridos na operação. Um deles, de 32 anos, do comando de operações especiais SEK, teve de ser operado, mas não resistiu aos ferimentos. Ele teve a morte confirmada na madrugada desta quinta-feira.
Um segundo policial do SEK teve seu braço perfurado por uma bala. Os outros dois foram feridos por estilhaços de vidro. A promotoria iniciou uma investigação por tentativa de homicídio.
O agressor, de 49 anos, abriu fogo contra as forças de segurança quando estas invadiram sua casa, mas acabou sendo detido. Segundo a Secretaria do Interior da Baviera, a operação policial visava recolher o armamento do homem, que, mesmo tendo as armas legalmente registradas, não era mais considerado confiável para a posse delas. Ele tinha 31 armas registradas e era aficionado por caça.
O Reichsbürger é um grupo de extrema direita que não reconhece a existência da República Federal da Alemanha como Estado e afirma que o Império Alemão continua existindo, dentro das fronteiras de 1937. Assim, eles não reconhecem a legitimidade da Lei Fundamental (Constituição), de autoridades e tribunais e não aceitam notificações oficiais.
Depois do tiroteio em Georgensgmünd, os partidos de oposição A Esquerda e Partido Verde acusaram o governo alemão de subestimar a ameaça representada pelo grupo.
"Os incidentes de Georgensgmünd mostram mais uma vez, de forma clara, como os extremistas de direita e neofascistas são perigosos na Alemanha", disse a especialista em política interna de A Esquerda, Ulla Jelpke. A deputada verde Irene Mihalic chamou o Reichsbürger de uma "ameaça real à segurança interna".
Não é o primeiro incidente desse tipo na Alemanha. No fim de agosto, o despejo de uma casa no estado da Saxônia-Anhalt saiu do controle. No tiroteio, na cidade de Reuden, um homem de 41 anos, morador da casa, sofreu ferimentos graves. Dois policiais ficaram levemente feridos.
O residente da casa era um ex-mister Alemanha (concurso de beleza que elege o homem mais bonito do país) e, segundo a polícia, também faria parte do Reichsbürger.
Também em agosto, no estado de Baden-Württemberg, um homem suspeito de fazer parte da cena do Reichsbürger arrastou com seu carro um policial por vários metros quando este o abordou.
Oktoberfest 2016: segurança, recordes e cerveja
O grande festival de Munique terminou com um recorde negativo de público: há 15 anos não recebia tão poucos visitantes. Mesmo assim, não faltou animação – e cerveja.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Hörhager
Recorde negativo
A festa foi, como sempre, grandiosa. Mas há 15 anos a Oktoberfest não recebia tão poucos visitantes. Neste ano, cerca de 5,6 milhões estiveram presentes – 300 mil a menos do que em 2015. Um dos motivos foi a preocupação com segurança, que levou as autoridades a colocar uma cerca em volta de toda a área da festa e obrigar os visitantes a passarem por revistas nas entradas.
Foto: Getty Images/J. Koch
Menos gente, menos cerveja
Uma das cenas mais típicas da Oktoberfest são os bêbados espalhados pelos gramados. Compreensível: a cerveja do festival tem um teor alcoólico mais alto que a convencional, e é mais suave e menos amarga, o que a torna mais saborosa. Cerca de 7,5 milhões de litros foram consumidos em 2015, mas neste ano a expectativa é de uma queda entre 12% e 15%.
Foto: Getty Images/AFP/C. Stache
Segurança reforçada
Cerca de 600 policiais garantiram a segurança da maior festa mundial da cerveja, 100 a mais do que em 2015. A prefeitura contratou 450 guardas civis adicionais – segundo a imprensa local, a um custo de 3,6 milhões de euros. Houve ainda 29 câmeras de vídeo para vigiar a movimentação.
Foto: picture-alliance/dpa/K. J. Hildenbrand
Haja braço!
As garçonetes merecem respeito: elas carregam, de uma vez, até 12 canecas que, cheias, pesam cerca de 2,3 kg cada uma. Arrecadando quase dez euros, neste ano, por bebida, mais gorjetas, é fácil entender o porquê do esforço. "Ein Prosit, ein Prosit der Gemütlichkeit!", diz o brinde típico da Oktoberfest.
Foto: picture-alliance/AAPimages/Marx
Dentro das regras
Dançar nas tendas da Oktoberfest: sobre os bancos é até incentivado, nas mesas é proibido. Tirar a roupa também é permitido, desde que não haja fotógrafos por perto. Roubar canecos também não pode, em caso de flagrante é feita uma notificação. Na foto, jovem celebra a abertura da festa – em cima do banco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Schrader
Dura declaração de amor
Eles parecem deliciosos e, em tese, são comestíveis. Mas isso não é recomendado: os corações do pão-de-mel lebkuchen encontrados por todos os cantos da Oktoberfest são duros como pedra. Mas são também um jeito diferente de dizer "Ich liebe dich" (te amo), e uma lembrança divertida.
Foto: Getty Images/J. Simon
Pouca fome?
Carnes não faltam na Oktoberfest. O frango assado é parecido com o que se compra no Brasil e faz muito sucesso entre os visitantes. Em 2015 foram consumidos mais de 480 mil frangos em duas semanas. Neste ano estima-se uma queda de até 20%.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert
Vestido a caráter
Não há obrigatoriedade de usar roupas típicas. Há alguns anos, era até cafona e fora de moda vestir um dirndl, como os usados pelas meninas da foto. O importante é a coerência, dos pés à cabeça, sem misturar estilos. Os modelos estão disponíveis em todas as cores, tecidos e estilos.
Foto: Getty Images/J. Simon
Estreante
Ao lado da esposa Mariann, o novo técnico do Bayern de Munique, o italiano Carlo Ancelotti, foi pela primeira vez à Oktoberfest. É tradicional os jogadores do time bávaro comparecerem à festa, devidamente trajados. E em 2016 não foi diferente, apesar do tropeço na Bundesliga contra o Colônia.
Foto: Getty Images/AFP/C. Stache
Até a próxima!
Encerrada neste 3 de outubro, feriado do Dia da Unidade Alemã, a festa volta em setembro do ano que vem. Mas por que então Oktoberfest? A primeira edição da festa, em 1810, realmente começou em outubro. Mas desde 1904 foi transferida para setembro. A razão é o mau tempo na capital bávara. Já houve até dias de outubro em que nevou. Em 2016 a chuva ajudou a afastar alguns frequentadores.