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Férias na república dos aiatolás

Matthias von Hein (fca)13 de agosto de 2015

Distensão com o Ocidente, que levou à acordo nuclear, melhorou imagem do Irã no exterior. De carona, turismo cresce: segundo governo, hotéis quatro e cinco estrelas nas grandes cidades estão lotados até 2016.

Bildergalerie US-amerikanische Touristen in Jamaran
Foto: Jamaran.ir

A aproximação do Ocidente com o Irã, que levou ao êxito nas negociações nucleares no mês passado em Viena, colocará fim a uma série de sanções que o país vinha sofrendo há décadas. E tem levado esperança de crescimento a vários setores no país dos aiatolás – sobretudo ao de turismo.

"Só de 2013 para 2014, o número de intercâmbios para o Irã quadruplicou", conta Manfred Schreiber, gerente da agência de intercâmbio alemã Studiosos. Para este ano, ele espera um crescimento de 25%.

Outra empresa de turismo, a Gebeco, tem também observado, desde 2013, um forte crescimento na procura pelo Irã. Segundo Rulf Treidel, o responsável da agência para viagens à República Islâmica, a maior presença iraniana na mídia é um dos motivos.

"A imagem do Irã está melhorando", afirma. "Existem mudanças acontecendo, houve uma troca no governo. Com certeza, o êxito nas negociações sobre o programa nuclear também impactará positivamente no setor."

Manfred Schreiber concorda e lembra que o ambiente político tem uma enorme importância para os turistas que viajam ao Irã. Porém, mesmo em períodos politicamente conturbados, ele afirma que existia uma demanda para o país.

"Contudo, com a eleição do presidente Hassan Rohani, diminuíram os obstáculos", constata o gerente da Studiosos.

Turistas visitam a maquete de PersépolisFoto: DW

Modernidade

A alemã Gerlinde Lichtenberg, de Bremen, foi uma das que decidiu optar por uma viagem à República Islâmica. Em abril, ela esteve no Irã por uma semana – e a sua única reclamação é que a viagem foi curta demais.

"Eu tinha muita curiosidade pelo país", conta. "Por isso, não me deixei levar por preconceitos que poderiam prejudicar a minha experiência. Na verdade, várias pessoas haviam dito que os iranianos são bem abertos e que têm uma ótima imagem dos alemães."

Mesmo assim, a viajante de 65 anos ficou surpresa. "Os jovens e os adultos não têm nenhum problema em ter contato físico. Eles apertam as mãos para saudar e dão até mesmo abraços quando vão embora."

Manfred Schreiber conhece muito bem isso. "Há anos o Irã costuma aparecer nos jornais em notícias bem negativas. Contudo, quando nossos clientes retornam do país, ficam surpresos com a simpatia dos iranianos. É um dos povos que melhor recebe os turistas. As cidades são modernas, mais modernas que as pessoas costumam pensar", explica.

Os iranianos são bastante abertos para receber turistasFoto: DW

Limite de crescimento

Se as sanções ao Irã forem ainda mais aliviadas, a indústria do turismo ganhará mais ainda. Segundo Rulf Treidel, especialista para o país na agência Gebeco, os investimentos poderão melhorar a infraestrutura da República Islâmica. "As companhias aéreas, estradas, ônibus, tudo é limitado e sofreu com décadas de sanções. Com a mudança, até mesmo o número de hotéis deverá aumentar", prevê Treidel.

Porém, a expansão da indústria hoteleira precisará de tempo. No mínimo em dois ou três anos, a situação vai melhorar, observa Manfred Schreiber. "O Irã não está preparado para receber tantos turistas", afirma. "No momento, o país está no limite do crescimento."

Nisso concorda Ibrahim Pourfaraj, presidente da Associação de Turismo do Irã. Nesta semana, ele confirmou que, nas cinco principais cidades do país, os hotéis de quatro e cinco estrelas já estão totalmente lotados para o ano que vem todo.