Físicos criam supercondutor que pode revolucionar computação
30 de abril de 2022
Pesquisadores de universidade na Holanda desenvolveram material supercondutor que transmite corrente de elétrons em apenas uma direção sem a necessidade de usar campos magnéticos, o que era considerado inviável.
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Cientistas da Universidade Técnica de Delft, na Holanda, descobriram a supercondutividade unidirecional sem campos magnéticos, um fenômeno que era considerado impossível desde a descoberta dos supercondutores em 1911, segundo um estudo publicado nesta semana na revista científica Nature.
Essa tecnologia abre caminho para o desenvolvimento de supercomputadores baseados em supercondutores, com velocidade centenas de vezes mais rápida do que é possível hoje usando semicondutores e sem perda de energia. Supercondutores são materiais pelos quais a corrente elétrica transita sem nenhuma resistência, sendo praticamente impossível bloqueá-la ou controlar a direção do seu fluxo.
O professor Mazhar Ali e seu grupo de pesquisa desenvolveram um material quântico em duas dimensões (2D) que permite que a eletricidade flua em um só sentido do supercondutor. Dessa forma, circuitos de alta velocidade e baixo consumo baseados na física da supercondutividade teriam potencial para levar a tecnologia de supercomputação a um novo nível.
"Se o século 20 foi o século dos semicondutores, o século 21 pode ser o século dos supercondutores", disse Ali, em um comunicado de imprensa da Universidade Técnica de Delft.
Desafiando as leis da física
As características que fazem com que essa forma de corrente elétrica sem perda de energia seja tão útil também criam uma série de desafios.
Normalmente, quando uma corrente elétrica flui ao longo de um fio, os elétrons enfrentam resistência devido ao atrito com os átomos que compõem o fio. Parte da energia elétrica é perdida, muitas vezes sob a forma de calor – essa é uma das razões pelas quais os dispositivos eletrônicos podem esquentar. É também uma perda de eficiência.
Com supercondutores, a corrente flui através do fio sem qualquer resistência, o que significa que inibir essa corrente ou mesmo bloqueá-la é quase impossível, e muito menos conseguir que a corrente, ou os elétrons, fluam apenas em uma direção e não na outra, pois eles sempre demonstram o que é chamado de comportamento "recíproco".
"Nos anos 70, cientistas da IBM testaram a ideia de computação supercondutora, mas tiveram que interromper seus esforços. Em seus trabalhos sobre o assunto, a IBM menciona que, sem supercondutividade não recíproca, um computador rodando em supercondutores é impossível", explicam os pesquisadores.
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Malha 2D baseada no nióbio metálico
Agora, sem utilizar campos magnéticos, a equipe de pesquisadores demonstrou que a eletricidade pode fluir por supercondutores em apenas uma direção sob as condições certas, utilizando uma malha 2D baseada no nióbio metálico, com a qual eles puderam dispensar o campo magnético e confiar apenas nas propriedades quânticas do material.
"Fomos capazes de remover apenas algumas camadas atômicas deste [material] Nb3Br8 e criar um sanduíche muito, muito fino, com algumas camadas atômicas de espessura, que era necessário para fazer o diodo Josephson, o que não era possível com materiais 3D normais", diz Ali. O material em questão foi desenvolvido pelo professor Tyrel McQueen, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
Uma vantagem dessa técnica é que ela se baseia em "supercondutores de alta temperatura", que usam nitrogênio líquido para serem resfriados e estão presentes em equipamentos já existentes."Muitas tecnologias são baseadas em versões mais antigas de supercondutores JJ [Junções Josephson], por exemplo, a tecnologia de ressonância magnética. A computação quântica de hoje também se baseia nas Junções Josephson", explica Ali.
"Tecnologias que antes só eram possíveis usando semicondutores agora podem ser potencialmente feitas com supercondutores, usando este bloco de construção. Isso inclui computadores mais rápidos, como aqueles com velocidades até terahertz, de 300 a 400 vezes mais rápidos do que os computadores que usamos agora. Isso influenciará todos os tipos de aplicações sociais e tecnológicas", afirma o físico.
bl (ots, DW)
De caixotão a pulseira, a evolução do computador
Há 75 anos, um invento abria a era digital: em 12 de maio de 1941, o alemão Konrad Zuse apresentou o Z3. A primeira calculadora programável de base eletrônica parecia um armário. Hoje, minicomputadores cabem no pulso.
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Retrô chique no museu
O design retrô dos primeiros tempos da informática, como este Commodore PET 2001 de 1977, voltaram a ser chiques. E, na maioria dos casos, ainda funcionam. Neste ano de 2016, deverá ser criado em Dortmund, na Alemanha, o Museu Alemão da Cultura Digital.
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O inventor
O primeiro computador a funcionar com um sistema binário foi construído pelo engenheiro mecânico alemão Konrad Zuse. Ele montava suas máquinas de calcular com material de sucata e os cartões de perfurar eram de filmes velhos. Quando visitou a feira de computadores em Nurembergue em 1982 (foto), ele ficou maravilhado com a evolução da máquina que criou.
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O legendário Z3
Konrad Zuse fez a primeira máquina de calcular programável em 1938. O Z3 foi criado três anos depois. Era do tamanho de três guarda-roupas e fazia três operações básicas de matemática e extraía raízes. Por ser a primeira máquina de calcular calcada no sistema binário (0 e 1), é considerada antecessora do computador moderno. O Z3 foi destruído na 2ª Guerra. Uma réplica está num museu em Munique.
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Altair 8800, o primeiro computador pessoal
Em 1974, uma revista americana lançou um kit de um computador fácil de montar em casa. O sucesso foi inesperado. Logo se formaram clubes de aficionados do "personal computer". Até os fundadores da Apple Steve Jobs e Steve Wozniak eram frequentadores regulares e se deixaram inspirar para criar seus inventos.
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O sucesso da Apple
O Apple I ou Apple-1, de 1976, foi montado na legendária garagem de Steve Wozniak, cofundador da Apple. O que mais parece um televisor improvisado, custava na época 666,66 dólares. O teclado e a carcaça tinham de ser comprados separadamente. Hoje, os Apple I são cobiçados por colecionadores. Em leilões, podem chegar a custar centenas de milhares de dólares.
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O primeiro mainframe da IBM
A americana IBM apresentou seu primeiro computador pessoal em 1981. Este, no entanto, não fez tanto sucesso quanto os caros mainframes, os computadores de grande porte, que já existiam há mais tempo. Em 1964, havia sido lançado o IBM System/360 (S/360). O sistema permitia combinar computadores para as áreas científica, econômica, industrial e administrativa, conforme a necessidade.
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Apple II, peça de museu
Após a fundação da Apple, cresceu rapidamente a influência de Steve Jobs sobre os produtos a serem oferecidos pela inovadora empresa de computadores no Vale do Silício. Os novos modelos da Apple se caracterizaram pelo design claro e purista. O Apple II, lançado em 1977, pode ser visto no Museum of Moving Image de Nova York.
Foto: cc-by-2.0 Marcin Wichary
Formas e cores variadas
Enquanto a concorrente Microsoft apostava no desenvolvimento inovador de software e sistemas operacionais, e manteve os computadores em forma de caixas cinzas, a Apple se dedicou também à estética de seus produtos. O primeiro iMac, em 1998, inovou não só por ser em cor turquesa e ter cantos arredondados, mas também por ser levemente transparente.
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O chipe como espécie de joia
O lançamento dos primeiros microprocessadores no mercado, em 1971, pela Intel, acelerou o desenvolvimento de computadores cada vez menores. Hoje em dia, minúsculos circuitos integrados, ou chips, também são trabalhados por designers de joias. Dentro dos computadores, eles são responsáveis por verdadeiros milagres de processamento.
Foto: picture-alliance/dpa/Intel
Fácil de manusear
Os tablets são um minicomputador prático e leve. Ao contrário do jornal, cuja leitura é complicada pelo tamanho e pelo barulho do virar de páginas, o usuário do tablet pode ler seu jornal, ou mesmo livro ou revista, de forma prática e silenciosa. Sem falar das facilidades de navegar na internet.
Foto: Colourbox
Computador de pulso
O smartwatch, ou relógio inteligente, que permite checar emails, monitorar a saúde e também ver as horas, já está há alguns anos no mercado. Mas só se tornou conhecido do grande público com o lançamento do Apple Watch em 2015.