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Fórum Social Europeu em busca de um mundo melhor

ef12 de novembro de 2003

Até 60 mil críticos da globalização de 60 países participam em Paris da versão européia do Fórum Social Mundial de Porto Alegre. O lema do 2º Fórum Social Europeu traduz sua meta:"Um mundo melhor é possível ".

Manifestantes no primeiro Fórum Social Europeu em FlorençaFoto: AP

Em busca de alternativas para o neoliberalismo, a fim de evitar guerras e combater o racismo e a injustiça social, representantes de ONGs, movimentos sociais, igrejas e sindicatos dão prosseguimento ao Fórum Social Mundial já realizado três vezes no Brasil. Antes da abertura oficial do segundo Fórum Social Europeu, na noite desta quarta-feira (12/11) na capital francesa, já se realizou a Assembléia Européia dos Direitos das Mulheres. O megaevento terminará no sábado com uma grande manifestação no centro de Paris.

Um dos pontos principais do encontro dos críticos da globalização é uma conferência destinada a propor formas civis para solucionar conflitos mundiais. Paralelamente, os participantes deverão formular uma carta social e discutir sobre o fechamento da rica Europa a pessoas que tentam fugir da pobreza ou de perseguições em outras partes do mundo. Neste debate, eles vão criticar sobretudo o racismo e a xenofobia.

Paris foi escolhida como sede do fórum porque lá foi fundada há cinco anos a organização antiglobalização Attac, a célula do movimento civil de protesto. Os problemas de direitos humanos, saúde, alimentação e educação estão novamente na agenda. Um tema especial este ano são os direitos da mulher, mas tudo tem um único objetivo, que é abrir um caminho alternativo para um mundo mais justo.

Attac & injustiça social –

Como aconteceu no primeiro Fórum Social Europeu, em Florença, milhares de alemães também participam do segundo em Paris. Para Hugo Braun, da seção da Attac na Alemanha, a afluência cada vez maior ao movimento de protesto se deve ao fato de a globalização continuar custando sempre novas vítimas. Uma face cruel do sistema, segundo ele, é o fato de a cada dia ainda morrerem 30 mil crianças de fome e doenças que poderiam ser evitadas.

Depois do fiasco da rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Cancún, os adversários da globalização vão protestar em Paris também contra a privatização de bens públicos como água limpa e energia elétrica, prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) de oito anos atrás. Participantes do Fórum Social reclamam que os acordos de privatização em setores públicos importantes, como os de energia, saúde, educação e transporte, acontecem longe do público atingido.

Jens Loewe, da rede de ONGs Projetos Mundiais, diz ter muito medo desse processo de exclusão. Ele gostaria que fosse criado um mecanismo para permitir que bens públicos só pudessem ser vendidos depois de uma decisão da comunidade atingida diretamente.

Polícia de Berlusconi

O primeiro Fórum Social Europeu, em novembro passado em Florença, foi marcado por medidas rigorosas de segurança. Depois dos distúrbios violentos durante o encontro dos sete países mais ricos e a Rússia (G-8), em Gênova, dois anos atrás, o governo do premier Silvio Berlusconi declarou segurança máxima em Florença. Porém, o caos temido não aconteceu e, no final, cidadãos normais participaram da manifestação pacífica de meio milhão de pessoas, que encerrou o evento na metrópole toscana.

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