Fósseis retratam dia em que asteroide matou os dinossauros
1 de abril de 2019
Pesquisadores encontram nos EUA quantidade inédita de fósseis de criaturas que morreram minutos após o impacto que, segundo cientistas, selou fim dos dinossauros, há 66 milhões de anos.
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Pesquisadores nos Estados Unidos afirmam ter encontrado uma quantidade inédita de fósseis de várias criaturas que teriam morrido minutos após o impacto do asteroide que, acreditam cientistas, selou o fim dos dinossauros na Terra, há 66 milhões de anos.
Num estudo divulgado nesta segunda-feira (01/04) pela publicação científica Proceedings of the Academy of Natural Sciences, uma equipe de paleontologistas reunida pela Universidade do Kansas diz ter encontrado um "filão principal de fósseis de animais e peixes primorosamente preservados" no estado da Dakota do Norte, nos EUA.
Os pesquisadores afirmam que encontraram provas de que o asteroide, que atingiu o território atual do México e gerou a cratera de Chicxulub, na Península do Yucatán, provocou chuvas de fragmentos flamejantes que fossilizaram animais, deixaram resquícios de árvores queimadas, evidências de um tsunami em terra e amostras de âmbar derretido. Alguns fósseis de peixes tinham resíduos de vidro quente em suas guelras.
Com o impacto do asteroide, que gerou terremotos de proporções maiores do quaisquer outro nos dias atuais, 75% de toda a vida na Terra foi extinta. Os pesquisadores acreditam que o evento gerou abalos sísmicos que resultaram no rápido surgimento de uma torrente maciça de água e destroços vindos um braço do chamado Mar Interior Ocidental, que cortava o continente.
Na formação chamada de Hell Creek, na Dakota do Norte, foi encontrada uma "massa emaranhada de peixes de água doce, vertebrados terrestres, árvores, galhos, troncos, amonóides marinhos e outras criaturas", afirmou o pesquisador-chefe do estudo, Robert DePalma.
Alguns peixes teriam ingerido dejetos associados ao evento de Chicxulub, o que sugere que os abalos sísmicos atingiram a área onde hoje se localiza a Dakota do Norte em poucos minutos.
"A sedimentação ocorreu de maneira tão rápida que tudo está preservado em três dimensões, sem ter sido esmagado", disse o coautor do estudo David Burnham. "É como uma avalanche que desaba quase como um líquido e aí se transforma em concreto. Eles foram mortos imediatamente em razão da violência da água", afirmou.
Por que os dinossauros eram tão grandes?
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Os fósseis encontrados incluem o que os cientistas acreditam ser espécies ainda não identificadas de peixes e alguns que são os melhores exemplares de outras já conhecidas. "Observamos o registro momento a momento de um dos mais notáveis eventos de impacto na história da Terra. Nenhum outro local possui registros como esse", disse DePalma.
"Este evento, em particular, está diretamente associado a todos nós – de fato, a todos os mamíferos da Terra. Isso porque, foi essencialmente a partir dali que herdamos o planeta. Nada mais foi o mesmo após o impacto. [A Terra] se tornou um planeta de mamíferos em vez de um planeta de dinossauros."
Paralelamente a essa pesquisa, uma equipe de cientistas da Universidade de Amsterdã afirma ter encontrado pegadas de dinossauros que remetem a pouco antes do desaparecimento desses animais. O pesquisador Jan Smit disse que as pegadas – uma delas do herbívoro hadrossauro e outra de um pequeno carnívoro – seriam "prova definitiva de que os dinossauros estavam bem vivos durante a época do impacto [...] eles corriam por aí, perseguindo uns aos outros", observou.
RC/ap/afp
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Os mais antigos artefatos feitos por humanos, de 40 mil anos atrás, foram encontrados na Suábia, no sul da Alemanha. As seis cavernas onde objetos foram localizados são candidatas a patrimônio cultural da Unesco.
Foto: LAD, Y. Mühleis
A Vênus de Hohle Fels
Descoberta em 2008, a figura de Vênus da gruta de Hohle Fels data de 35 mil anos atrás. A mais antiga representação de figura humana é o mais conhecido dos 50 artefatos encontrados nas grutas da Suábia. Esculpida em marfim de mamute, a estatueta de 6 cm tem seios volumosos. Um pequeno aro substitui a cabeça, uma indicação de que a peça tenha sido usada como pingente.
Foto: Hilde Jensen, Universität Tübingen
A caverna Hohle Fels
Os arqueólogos encontraram a figura feminina nesta caverna. A maioria dos artefatos encontrados representa animais e remonta ao período aurignaciano (início do paleolítico superior) um tempo em que o neandertal e o homo sapiens viveram, em parte, lado a lado, e procuravam abrigo em cavernas. Já naquela época havia inúmeras grutas na região de Schwäbische Alb (montanhas da Suábia).
Foto: H. Parow-Souchon
O vale do rio Ach
Durante a era do gelo havia poucas florestas nesta região, coberta de estepes e habitada por mamutes e renas. Hoje em dia, a área, que tem mais de duas mil cavernas, é coberta por bosques. Seis das grutas onde aconteceram os achados espetaculares são candidatas a patrimônio cultural da humanidade. A candidatura foi oficializada no início do ano passado pelo estado alemão de Baden-Württemberg.
Foto: LAD, Chr. Steffen
Instrumento musical pré-histórico
O ser humano já fazia música há 40 mil anos. A prova são três flautas encontradas no abrigo rochoso Geißenklösterle, no sul da Alemanha, em 2009. A mais bonita delas, feita de marfim, pode ser vista junto com a Vênus no Museu da Pré-História da cidade alemã de Blaubeuren. O abrigo rochoso Geißenklösterle está bloqueado por uma cerca, mas, como não é muito profundo, pode ser visto a partir de fora.
Foto: Claus Rudolph, Urmu
Gruta Sirgensteinhöhle
A gruta Sirgensteinhöhle, de 42 m de comprimento, é aberta a visitantes e fecha só no inverno europeu, para a proteção dos morcegos que ali vivem. Os arqueólogos descobriram que o homem pré-histórico permanecia principalmente na entrada da caverna, onde fazia fogo, trabalhava e dormia. Há 500 anos, acreditava-se que na caverna havia vivido um monstruoso ciclope (gigante imortal com um só olho).
Foto: LAD, M. Steffen
Vale do rio Lone
As três outras grutas indicadas a patrimônio da humanidade ficam no vale do rio Lone, perto de Heidenheim. Elas se chamam Vogelherd, Hohlenstein Stadel e Bockstein. Da mesma forma como no vale do Ach, os sítios são área protegida. Não podem ser feitas alterações na área sem consentimento das autoridades de defesa do patrimônio. Sem essa garantia, a candidatura à Unesco não teria chance.
Foto: LAD, O. Braasch
A gruta Hohlenstein Stadel
As escavações nas cavernas da Suábia começaram no século 19. Os arqueólogos descobriram ali restos de fogueiras, armas, ferramentas e adornos feitos de pedra, chifre, marfim e osso. Em 1861, foram encontrados na gruta Hohlenstein 10 mil ossos de ursos. Apenas uma parte da caverna é aberta a visitantes.
Foto: Museum Ulm
Figura com traços humanos e de leão
A maior peça encontrada na gruta Hohlenstein Stadel é este artefato em marfim, de 31 cm de altura. Na foto, ele é visto de diferentes perspectivas. A peça, que faz parte do acervo do museu em Ulm, foi reconstruída quase completamente a partir de mais de 300 pedaços. Os arqueólogos não conseguiram identificar se se trata de homem ou mulher, por isso o chamam "Löwenmensch", "humano leão".
Foto: LAD, Y. Mühleis
Gruta Vogelherd
A localização da gruta Vogelherd era perfeita para o homem pré-histórico porque oferece uma ótima vista para o vale. Já se podia avistar os perigos de longe. Ou localizar a caça. Ali foram encontradas dez pequenas figuras de animais feitas de marfim de mamute. Um leão e uma figura de mamute podem ser vistos no parque temático arqueológico que fica junto à caverna.
Foto: LAD, Th. Beutelspacher
Cavalo selvagem
Uma figura de cavalo selvagem de cerca de cinco centímetros é considerada a principal peça encontrada na gruta Vogelherd. Seu pescoço curvado e as formas redondas e elegantes refletem a habilidade artesanal do homem pré-histórico. Ele está exposto no castelo de Tübingen, juntamente com outros achados das cavernas.
Foto: Hilde Jensen, Universität Tübingen
Gruta Bockstein
No rochedo Bockstein, no vale do Lone, há várias cavernas que podem ser acessadas. Os artefatos encontrados apontam que ali já moraram neandertais há mais de 60 mil anos. Em julho próximo, a Unesco vai decidir se "as cavernas com a mais antiga arte da era do gelo" virarão patrimônio cultural da humanidade.