Facebook admite que redes sociais podem ameaçar democracia
23 de janeiro de 2018
Empresa reconhece ter demorado em perceber uso indevido da plataforma e afirma estar trabalhando para minimizar riscos de interferências em eleições.
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O Facebook admitiu nesta segunda-feira (22/01) que não pode oferecer garantias de que as redes sociais não representam um perigo para a democracia. A empresa, no entanto, afirmou que está fazendo de tudo para reduzir riscos de interferências em eleições.
"Apesar de ser um otimista, não ignoro os perigos que a internet pode provocar, mesmo no seio de uma democracia que funciona bem", disse o diretor de produto do Facebook Samidh Chakrabarti, num texto divulgado na rede social.
O Facebook é alvo de críticas por fazer pouco para impedir a propagação de notícias falsas, as chamadas fake news, na plataforma. O tema tornou-se uma questão global após as acusações de que a Rússia tentou desta maneira influenciar as eleições nos Estados Unidos, França e Reino Unido. Moscou nega as acusações.
Segundo Chakrabarti, o Facebook, que possui mais de 2 bilhões de usuários, tem o dever moral de entender como sua tecnologia está sendo usada e o que deve ser feito para se tornar uma plataforma mais confiável possível.
O diretor admitiu também que a empresa demorou em perceber que "pessoas mal-intencionadas estavam utilizando a plataforma de maneira abusiva". Ele assegurou que o Facebook está trabalhando para neutralizar esses riscos.
Chakrabarti lamentou ainda a maneira como a plataforma foi usada durante as eleições americanas em 2016. O Facebook identificou 80 mil mensagens criadas por agentes russo que alcançaram 126 milhões de pessoas em dois anos.
Em um comunicado distinto, a encarregada das questões ligadas à política do grupo baseado na Califórnia, Katie Harbath, afirmou que a plataforma continua determina a combater as influências negativas e contribuir para o bem da democracia.
Recentemente, a empresa anunciou que dará prioridade aos conteúdos publicados por familiares e amigos em detrimento dos perfis de empresas, marcas ou meios de comunicação social. No início do ano, fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu ter subestimado em 2016 o seu papel na propagação de informações falsas.
CN/afp/lusa/rtr
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Líderes mundiais mais seguidos no Facebook
Quase 90% dos governantes têm conta na rede social, que soma mais de 1,8 bilhão de usuários. Entre os com maior número de seguidores, estão Modi, Trump e a rainha da Jordânia.
Foto: Getty Images/K.Frayer
Narendra Modi
De acordo com relatório da empresa de consultoria e relações públicas Burson-Marsteller, o premiê indiano tem mais de 40 milhões de seguidores em sua página pessoal. Com mais de 1,2 bilhão de pessoas vivendo na Índia, isso não é realmente uma surpresa. Para o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, o caso de Modi é um exemplo de como as redes sociais podem ajudar na interação entre governo e população.
Foto: Getty Images/K.Frayer
Donald Trump
O presidente americano tem cerca de 20 milhões de seguidores no Facebook. Mas a sua famosa conta no Twitter tem ainda mais: cerca de 27 milhões. O estudo da Burson-Marsteller analisou a atividade de 590 páginas de chefes de Estado e de governo, como também de ministros do Exterior. A análise se baseia em dados coletados na ferramenta de rastreamento Crowdtangle.
Foto: Getty Images/AFP/N. Kamm
Barack Obama
Apesar de não ser mais presidente americano, Barack Obama ainda possui mais de 54 milhões de seguidores no Facebook, ou seja, bem mais que os primeiros colocados no ranking da Burson-Marsteller de 2017. O ex-presidente foi o primeiro líder mundial a ter uma página na rede social, em 2007, quando ainda era senador pelo estado de Illinois.
Foto: picture alliance/dpa/T.Maury
Rainha da Jordânia
A rainha Rania da Jordânia, esposa do rei Abdullah 2°, tem mais de 10 milhões de seguidores em sua página no Facebook, ou seja, mais do que a população jordaniana. A popular monarca mostra uma imagem moderna da mulher muçulmana árabe, o que pode estar atraindo usuários tanto dentro quanto fora do país.
Foto: picture alliance/dpa/Balkis Press
Recep Tayyip Erdogan
O presidente turco vem logo atrás da rainha da Jordânia em termos de popularidade no Facebook: ele tem cerca de 9 milhões de seguidores, constatou a pesquisa. Na pesquisa anterior, ele era o terceiro líder mais seguido na rede social, atrás de Obama e Modi.
Foto: Reuters/T. Schmuelgen
Abdel Fattah al-Sissi
De acordo com o estudo, o líder turco é seguido pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, em termos de alcance no Facebook. Sissi possui cerca de 7 milhões de seguidores. Segundo a pesquisa realizada pela maior agência de relações públicas do mundo, 55% das atividades dos líderes mundiais em 2016 foram postagens com fotos.
Foto: Getty Images/AFP/M. El-Shahed
Samdech Hun Sen
No ranking da Burson-Marsteller, atrás do presidente egípcio está o primeiro-ministro do Camboja, Samdech Hun Sen, com mais de 6,5 milhões de seguidores. O líder asiático possui uma interessante página no Facebook: em suas postagens, ele compartilha, sobretudo, fotos que o mostram por trás das câmeras ou de férias com sua esposa e netos.
Foto: Getty Images/AFP/T.C.Sothy
Joko Widodo
De acordo com o levantamento, em 1° de fevereiro de 2017, todos os governantes avaliados possuíam, juntos, um alcance no Facebook de mais de 311 milhões de usuários. Entre eles, está o presidente da Indonésia, Joko Widodo, com pouco menos de 6,5 milhões de seguidores. Ele ocupa o oitavo lugar no ranking da Burson-Marsteller.
Foto: Reuters/D. Whiteside
Enrique Peña Nieto
Em termos de alcance no Facebook, o presidente mexicano é o governante mais popular na América Latina, com mais de 5 milhões de seguidores, à frente do colega de pasta argentino, Mauricio Macri (4,13 milhões), e do chefe de Estado peruano, Pablo Kuczynki (1,39 milhão).
Foto: picture-alliance/AP Photo/R.Blackwell
E no Brasil...
No Brasil, o presidente Michel Temer está longe de competir com outros governantes mundiais. O político brasileiro de maior alcance no Facebook é o vereador paulista Adilson Barroso, com 4,9 milhões de seguidores. Ele é seguido pelo senador Aécio Neves (4,39 milhões), pelos deputados Marco Feliciano (3,99 milhões) e Jair Bolsonaro, (3,9 milhões) e pela ex-presidente Dilma Rousseff (3,19 milhões).