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Facebook ativa "Safety Check" para a Nigéria

19 de novembro de 2015

Usado normalmente após desastres naturais, o verificador de segurança foi ativado depois dos recentes atentados do Boko Haram. Antes, nigerianos acusaram Facebook de valorizar mais vítimas do Ocidente.

Screenshot do "Safety Check" do Facebook
Foto: Facebook

O Facebook ativou novamente a ferramenta Safety Check — que permite aos usuários se marcarem como "seguros" — após o atentado suicida em Yola, capital do estado de Adamawa, no nordeste da Nigéria.

"Nós ativamos o Safety Check de novo depois do atentado na Nigéria", postou Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook.

Atribuído a extremistas do grupo Boko Haram, o ataque perpetrado na noite de terça-feira (17/11) matou pelos menos 32 pessoas e feriu 80. O ruído da explosão foi ouvido em toda a cidade. Segundo a polícia local, em sua maioria as vítimas eram vendedores ou transeuntes.

Tina, que se encontrava em Yola quando a bomba foi detonada, disse à DW que seus pais, que estão em Lagos, a mais de mil quilômetros de distância, tentaram entrar em contato, mas não conseguiram. Então enviaram uma mensagem pelo Facebook. "Eu respondi imediatamente, dizendo que estávamos bem."

O recurso foi bem recebido por Hamza, usuário do Facebook que também mora no nordeste da Nigéria. Ele disse à DW que recebeu verificações de segurança de todos os seus amigos e colegas. "Aqueles que estão bem, marquem que estão em segurança. Eu realmente aprecio o esforço do Facebook."

Atentado suicida do Boko Haram em Yola, na NigériaFoto: picture alliance/AA/M. Elshamy

Esse foi o terceiro atentado suicida nos últimos meses. Yola está superlotada com parte dos 2 milhões de refugiados expulsos de seus lares pelos rebeldes radicais islâmicos. Pelo menos 17 mil pessoas já tiveram morte violenta nestes seis anos da insurgência do Boko Haram.

"Padrões contraditórios"

Normalmente, o Safety Check é disponibilizado após desastres naturais, mas não para atentados e ataques. Ele não foi ativado, por exemplo, após os atentados suicidas em Beirute, capital do Líbano, que mataram 43 pessoas na véspera dos ataques de Paris.

Mas o Facebook decidiu ativar a função à medida que surgiam as notícias dos atentados na França, e o nível de atividade na rede disparava, superando 1,5 bilhão de usuários. As pessoas em Paris estavam postando para seus amigos saberem que elas estavam seguras, registrou no fim de semana o vice-presidente de crescimento da Facebook, Alex Schultz.

A questão suscitou críticas a supostos "padrões contraditórios da empresa". Nigerianos acusam o Facebook de valorizar mais as vidas de vítimas do Ocidente do que de outras regiões.

Zuckerberg declarou que o Safety Check será disponibilizado com mais frequência no futuro. "Depois do ataque em Paris, nós tomamos a decisão de usar o verificador de segurança para eventos trágicos como esses, daqui para frente."

Jamilia disse à DW ser esta "a primeira vez que eu quero elogiar o Facebook, na esperança de que eles mantenham o serviço". "Eu recebi tantas notificações de amigos, da família e de colegas, confirmando que eles estavam a salvo da explosão em Yola." O analista político Anas Bamusa observou que o fato de "o Facebook se identificar conosco neste período de luto nos deu muito mais esperança e confiança neles".

AF/afp/dpa/rtr

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