Tommy Robinson tem suas contas em redes sociais permanentemente removidas por violar políticas da plataforma com discursos de ódio, a maioria anti-islã. Figura controversa, ele já foi alvo da Justiça e banido do Twitter.
Anúncio
O Facebook removeu as contas em redes sociais do ativista britânico de extrema direita Tommy Robinson, alegando que seus discursos de ódio violam as políticas da plataforma. Os perfis dele no Facebook e no Instagram foram permanentemente deletados.
Em nota divulgada nesta terça-feira (26/02) para confirmar a remoção, o Facebook afirmou que Robinson descumpriu repetidas vezes as normas estabelecidas pela rede social ao "postar conteúdo que usa linguagem desumanizante e incita violência dirigida a muçulmanos".
"Ele também se comportou de maneiras que violam nossas políticas em torno do ódio organizado", diz o comunicado. O Facebook deixa claro que a plataforma rechaça "discursos de ódio que possam criar um ambiente de intimidação e exclusão para certos grupos".
"Esta não é uma decisão que tomamos superficialmente, mas indivíduos e organizações que atacam outros com base em quem eles são não têm lugar no Facebook ou no Instagram." Segundo a nota, Robinson não poderá reativar seus perfis.
O Facebook chegou a alertar o britânico no mês passado sobre várias de suas postagens, incluindo uma em que convoca uma "guerra" contra muçulmanos e outra em que incita seus seguidores a decapitar pessoas dessa religião, relata a imprensa britânica. Em suas mensagens, o ativista ainda costuma usar termos pejorativos para se referir a seguidores do Alcorão.
Não é a primeira vez que o comportamento de Robinson na internet lhe gera penalidades. Em janeiro, o YouTube suspendeu a publicidade do canal do ativista, alegando que ele havia descumprido a legislação da empresa sobre anúncios.
À época, Robinson se defendeu afirmando que não publica qualquer conteúdo que incite o ódio e disse ser vítima de censura por parte da plataforma de vídeos.
Em novembro passado, a empresa de pagamentos on-line PayPal anunciou que não processaria mais transações financeiras do britânico. Em março de 2018, ele foi expulso do Twitter.
Robinson, cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, tem 36 anos e é uma figura controversa no Reino Unido. Foi alvo da Justiça por crimes envolvendo drogas e assaltos e, em maio do ano passado, foi condenado a um ano e um mês de prisão por desacato à Justiça, após ter transmitido detalhes de um julgamento ainda em andamento. Acabou sendo libertado sob fiança em agosto.
Em 2009, ajudou a fundar o movimento anti-islã de extrema direita English Defense League (EDL), deixando a liderança do grupo em 2013. Também fundou a organização Pegida UK, nomeada em referência ao alemão Pegida (sigla para "patriotas europeus contra a islamização do Ocidente").
No último sábado, liderou um protesto de cerca de 4 mil pessoas contra o canal britânico BBC, que prepara um documentário sobre ele, em frente à sede da emissora em Manchester.
Quase 90% dos governantes têm conta na rede social, que soma mais de 1,8 bilhão de usuários. Entre os com maior número de seguidores, estão Modi, Trump e a rainha da Jordânia.
Foto: Getty Images/K.Frayer
Narendra Modi
De acordo com relatório da empresa de consultoria e relações públicas Burson-Marsteller, o premiê indiano tem mais de 40 milhões de seguidores em sua página pessoal. Com mais de 1,2 bilhão de pessoas vivendo na Índia, isso não é realmente uma surpresa. Para o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, o caso de Modi é um exemplo de como as redes sociais podem ajudar na interação entre governo e população.
Foto: Getty Images/K.Frayer
Donald Trump
O presidente americano tem cerca de 20 milhões de seguidores no Facebook. Mas a sua famosa conta no Twitter tem ainda mais: cerca de 27 milhões. O estudo da Burson-Marsteller analisou a atividade de 590 páginas de chefes de Estado e de governo, como também de ministros do Exterior. A análise se baseia em dados coletados na ferramenta de rastreamento Crowdtangle.
Foto: Getty Images/AFP/N. Kamm
Barack Obama
Apesar de não ser mais presidente americano, Barack Obama ainda possui mais de 54 milhões de seguidores no Facebook, ou seja, bem mais que os primeiros colocados no ranking da Burson-Marsteller de 2017. O ex-presidente foi o primeiro líder mundial a ter uma página na rede social, em 2007, quando ainda era senador pelo estado de Illinois.
Foto: picture alliance/dpa/T.Maury
Rainha da Jordânia
A rainha Rania da Jordânia, esposa do rei Abdullah 2°, tem mais de 10 milhões de seguidores em sua página no Facebook, ou seja, mais do que a população jordaniana. A popular monarca mostra uma imagem moderna da mulher muçulmana árabe, o que pode estar atraindo usuários tanto dentro quanto fora do país.
Foto: picture alliance/dpa/Balkis Press
Recep Tayyip Erdogan
O presidente turco vem logo atrás da rainha da Jordânia em termos de popularidade no Facebook: ele tem cerca de 9 milhões de seguidores, constatou a pesquisa. Na pesquisa anterior, ele era o terceiro líder mais seguido na rede social, atrás de Obama e Modi.
Foto: Reuters/T. Schmuelgen
Abdel Fattah al-Sissi
De acordo com o estudo, o líder turco é seguido pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, em termos de alcance no Facebook. Sissi possui cerca de 7 milhões de seguidores. Segundo a pesquisa realizada pela maior agência de relações públicas do mundo, 55% das atividades dos líderes mundiais em 2016 foram postagens com fotos.
Foto: Getty Images/AFP/M. El-Shahed
Samdech Hun Sen
No ranking da Burson-Marsteller, atrás do presidente egípcio está o primeiro-ministro do Camboja, Samdech Hun Sen, com mais de 6,5 milhões de seguidores. O líder asiático possui uma interessante página no Facebook: em suas postagens, ele compartilha, sobretudo, fotos que o mostram por trás das câmeras ou de férias com sua esposa e netos.
Foto: Getty Images/AFP/T.C.Sothy
Joko Widodo
De acordo com o levantamento, em 1° de fevereiro de 2017, todos os governantes avaliados possuíam, juntos, um alcance no Facebook de mais de 311 milhões de usuários. Entre eles, está o presidente da Indonésia, Joko Widodo, com pouco menos de 6,5 milhões de seguidores. Ele ocupa o oitavo lugar no ranking da Burson-Marsteller.
Foto: Reuters/D. Whiteside
Enrique Peña Nieto
Em termos de alcance no Facebook, o presidente mexicano é o governante mais popular na América Latina, com mais de 5 milhões de seguidores, à frente do colega de pasta argentino, Mauricio Macri (4,13 milhões), e do chefe de Estado peruano, Pablo Kuczynki (1,39 milhão).
Foto: picture-alliance/AP Photo/R.Blackwell
E no Brasil...
No Brasil, o presidente Michel Temer está longe de competir com outros governantes mundiais. O político brasileiro de maior alcance no Facebook é o vereador paulista Adilson Barroso, com 4,9 milhões de seguidores. Ele é seguido pelo senador Aécio Neves (4,39 milhões), pelos deputados Marco Feliciano (3,99 milhões) e Jair Bolsonaro, (3,9 milhões) e pela ex-presidente Dilma Rousseff (3,19 milhões).