Facebook intensifica combate a "fake news" na Alemanha
4 de agosto de 2017
A poucas semanas de eleições no país, rede social anuncia medidas para evitar disseminação de conteúdo falso. Muitas notícias duvidosas que circulam na plataforma dizem respeito à Merkel e a sua política de refugiados.
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O Facebook anunciou nesta quinta-feira (03/08) que dará novo impulso aos esforços para evitar o fenômeno das "fake news" (notícias falsas) na Alemanha, França e Holanda. A empresa disse que intensificará o processo de identificação de conteúdo e verificação de fatos, ao mesmo tempo em que oferecerá aos usuários as ferramentas necessárias para que possam se manter informados corretamente.
"Um de nossos objetivos mais importantes é apoiar uma comunidade bem informada no Facebook. Isso inclui ajudar as pessoas a interagir com as últimas notícias e informações", afirmou a rede social através de postagem na própria plataforma.
A empresa sediada nos Estados Unidos afirmou que vai melhorar o sistema de identificação de potenciais notícias falsas, que poderão ser repassadas a verificadores de conteúdo externos.
O Facebook planeja complementar seu processo de revisão ao incrementar a capacidade da ferramenta "artigos relacionados", que agrupa textos de conteúdos semelhantes abaixo daquele que o usuário lê na página.
Essa ferramenta aparecerá junto a uma notificação, antes que um artigo de conteúdo suspeito seja aberto, para que o usuário possa determinar se deseja ou não ler o texto. Dessa forma, um alerta dizendo "possível notícia falsa sobre alienígenas" poderia aparecer antes de um artigo sobre a chegada de extraterrestres à Terra, por exemplo.
Após as controvérsias geradas pela onda de notícias falsas durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos, o fenômeno se proliferou na Alemanha através das redes sociais, com milhares de artigos de conteúdo questionável visando influenciar os eleitores antes das eleições federais, marcadas para o dia 24 de setembro.
As notícias falsas se voltam, em grande parte dos casos, contra a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e sua política de acolhimento aos refugiados. Diferentes correntes do cenário político alemão pediram ações legais para punir os que forem considerados culpados por produzir e disseminar artigos de conteúdo nocivo, tentando se fazer passar por fatos verdadeiros.
A "lei do Facebook"
O Bundestag (Parlamento alemão) aprovou no final de junho uma lei que determina medidas rígidas contra redes sociais para combater a propagação do discurso de ódio e as notícias falsas divulgadas por usuários nas plataformas.
A legislação – conhecida como lei do Facebook – prevê, entre outros pontos, que as redes sociais devem remover conteúdos que explicitamente ferem a lei alemã no prazo de 24 horas após uma denúncia.
Para qualquer outro conteúdo ofensivo foi estabelecido um prazo de sete dias. Em caso de violações sistemáticas, as empresas enfrentam penalidades de até 50 milhões de euros.
Grupos de defesa dos direitos digitais e em favor da liberdade de expressão vêm criticando as manobras legislativas para criminalizar as notícias falsas. Os opositores – que incluem membros da indústria da internet – alertam que a lei deixará às empresas a decisão sobre o que é lícito.
Além disso, eles também mencionam um risco de restrição da liberdade de expressão, já que as redes sociais vão optar por deletar mensagens duvidosas por medo de sofrer sanções – o que é chamado de overblocking.
RC/dw/rtr
Líderes mundiais mais seguidos no Facebook
Quase 90% dos governantes têm conta na rede social, que soma mais de 1,8 bilhão de usuários. Entre os com maior número de seguidores, estão Modi, Trump e a rainha da Jordânia.
Foto: Getty Images/K.Frayer
Narendra Modi
De acordo com relatório da empresa de consultoria e relações públicas Burson-Marsteller, o premiê indiano tem mais de 40 milhões de seguidores em sua página pessoal. Com mais de 1,2 bilhão de pessoas vivendo na Índia, isso não é realmente uma surpresa. Para o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, o caso de Modi é um exemplo de como as redes sociais podem ajudar na interação entre governo e população.
Foto: Getty Images/K.Frayer
Donald Trump
O presidente americano tem cerca de 20 milhões de seguidores no Facebook. Mas a sua famosa conta no Twitter tem ainda mais: cerca de 27 milhões. O estudo da Burson-Marsteller analisou a atividade de 590 páginas de chefes de Estado e de governo, como também de ministros do Exterior. A análise se baseia em dados coletados na ferramenta de rastreamento Crowdtangle.
Foto: Getty Images/AFP/N. Kamm
Barack Obama
Apesar de não ser mais presidente americano, Barack Obama ainda possui mais de 54 milhões de seguidores no Facebook, ou seja, bem mais que os primeiros colocados no ranking da Burson-Marsteller de 2017. O ex-presidente foi o primeiro líder mundial a ter uma página na rede social, em 2007, quando ainda era senador pelo estado de Illinois.
Foto: picture alliance/dpa/T.Maury
Rainha da Jordânia
A rainha Rania da Jordânia, esposa do rei Abdullah 2°, tem mais de 10 milhões de seguidores em sua página no Facebook, ou seja, mais do que a população jordaniana. A popular monarca mostra uma imagem moderna da mulher muçulmana árabe, o que pode estar atraindo usuários tanto dentro quanto fora do país.
Foto: picture alliance/dpa/Balkis Press
Recep Tayyip Erdogan
O presidente turco vem logo atrás da rainha da Jordânia em termos de popularidade no Facebook: ele tem cerca de 9 milhões de seguidores, constatou a pesquisa. Na pesquisa anterior, ele era o terceiro líder mais seguido na rede social, atrás de Obama e Modi.
Foto: Reuters/T. Schmuelgen
Abdel Fattah al-Sissi
De acordo com o estudo, o líder turco é seguido pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, em termos de alcance no Facebook. Sissi possui cerca de 7 milhões de seguidores. Segundo a pesquisa realizada pela maior agência de relações públicas do mundo, 55% das atividades dos líderes mundiais em 2016 foram postagens com fotos.
Foto: Getty Images/AFP/M. El-Shahed
Samdech Hun Sen
No ranking da Burson-Marsteller, atrás do presidente egípcio está o primeiro-ministro do Camboja, Samdech Hun Sen, com mais de 6,5 milhões de seguidores. O líder asiático possui uma interessante página no Facebook: em suas postagens, ele compartilha, sobretudo, fotos que o mostram por trás das câmeras ou de férias com sua esposa e netos.
Foto: Getty Images/AFP/T.C.Sothy
Joko Widodo
De acordo com o levantamento, em 1° de fevereiro de 2017, todos os governantes avaliados possuíam, juntos, um alcance no Facebook de mais de 311 milhões de usuários. Entre eles, está o presidente da Indonésia, Joko Widodo, com pouco menos de 6,5 milhões de seguidores. Ele ocupa o oitavo lugar no ranking da Burson-Marsteller.
Foto: Reuters/D. Whiteside
Enrique Peña Nieto
Em termos de alcance no Facebook, o presidente mexicano é o governante mais popular na América Latina, com mais de 5 milhões de seguidores, à frente do colega de pasta argentino, Mauricio Macri (4,13 milhões), e do chefe de Estado peruano, Pablo Kuczynki (1,39 milhão).
Foto: picture-alliance/AP Photo/R.Blackwell
E no Brasil...
No Brasil, o presidente Michel Temer está longe de competir com outros governantes mundiais. O político brasileiro de maior alcance no Facebook é o vereador paulista Adilson Barroso, com 4,9 milhões de seguidores. Ele é seguido pelo senador Aécio Neves (4,39 milhões), pelos deputados Marco Feliciano (3,99 milhões) e Jair Bolsonaro, (3,9 milhões) e pela ex-presidente Dilma Rousseff (3,19 milhões).