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Facebook intensifica combate a fake news

22 de outubro de 2019

A um ano das eleições americanas de 2020, rede social adota novas medidas para evitar propagação de notícias falsas. Rede social afirma ter aprendido lições após campanha russa de desinformação em 2016.

página de acesso do Facebook na tela de um smartphone
Facebook promete agir contra tentativas de intimidar ou enganar eleitoresFoto: picture-alliance/dpa/T. Hase

A pouco mais de um ano das eleições presidenciais dos Estados Unidos, o Facebook adotou medidas adicionais para minimizar a propagação de notícias falsas na internet. O departamento de segurança cibernética da empresa já relatou alguns primeiros sucessos.

O Facebook determinou que perfis de veículos de comunicação controlados por um Estado – por exemplo, a emissora russa Russia Today (RT) – devem estar claramente identificados como tal. Além disso, postagens que sejam declaradas como sendo falsas por organizações independentes de verificação de fatos serão destacadas com as devidas observações, assegurou a empresa californiana.

Contas de políticos eleitos, candidatos a eleições e seus funcionários terão sua segurança cibernética reforçada por meio de um programa chamado "Facebook Protect". A empresa americana também afirmou que quer ser mais vigilante contra tentativas de intimidar eleitores ou, por exemplo, de enganar com informações erradas sobre o local e o procedimento de votação.

Em um artigo publicado no jornal britânico Daily Telegraph, a empresa americana afirmou ter aprendido lições após a campanha russa de desinformação durante as eleições presidenciais dos EUA em 2016 e que planeja criar um centro de operações dedicado a ajudar a remover o conteúdo que viola as regras do Facebook.

No entanto, o vice-presidente para soluções políticas da empresa, Richard Allan, afirmou que novas regras para a era das campanhas eleitorais digitais precisam ser decididas por parlamentos e seus legisladores.

"Enquanto estamos dando vários passos, há muitas áreas em que simplesmente não é apropriado uma empresa privada como o Facebook definir as regras do jogo ou dar as ordens", disse. "Por exemplo, não acreditamos que deva ser nosso papel verificar ou julgar a veracidade do que dizem os políticos – até porque o discurso político é fortemente escrutinado pela mídia e por nossos processos democráticos."

Nos últimos anos houve progresso no combate a propaganda e notícias falsas, afirmou o presidente-executivo e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, numa teleconferência. Ao mesmo tempo, a rede social está exposta a ataques cada vez mais sofisticados vindos de países como Rússia, Irã e China, apontou Zuckerberg.

Segundo comunicado do próprio Facebook, o departamento de segurança cibernética da empresa desvendou uma rede de contas falsas no Instagram geridas a partir da Rússia, além de três operações iranianas. Os responsáveis teriam bombardeado cidadãos americanos com mensagens políticas controversas e fingiam residir nos Estados Unidos.

Qual era a motivação? "Não se pode dizer", afirmou o responsável pelo gerenciamento de segurança cibernética no Facebook, Nathaniel Gleicher. No entanto, há "algumas conexões" com a organização russa Internet Research Agency (IRA), acusada de disseminar manipulações na internet a mando de Moscou – a empresa foi apelidada de "Exército Troll".

O governo de Washington acusa o Kremlin de interferir nas eleições presidenciais americanas de 2016 por meio da Internet Research Agency. A Rússia rejeita veementemente as alegações.

PV/dpa/rtr/ap

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