Falha impede aviões alemães de sobrevoar a Síria à noite
19 de janeiro de 2016
Defeito gera iluminação exagerada no cockpit das aeronaves de reconhecimento Tornado, o que pode dificultar a identificação de alvos. Ministério da Defesa afirma que problema não prejudica combate ao "Estado Islâmico".
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Aviões alemães de reconhecimento Tornado enviados à Síria para auxiliar no combate ao grupo extremista "Estado Islâmico (EI) não podem voar à noite devido à iluminação intensa no cockpit, confirmou nesta terça-feira (19/01) o Ministério alemão da Defesa.
A falha foi divulgada pelo jornal alemão Bild. Segundo informações do periódico, o problema foi causado por uma atualização de um software. O defeito faz com que o cockpit fique mais iluminado, provocando reflexos nos óculos para voo noturno. Isso pode atrapalhar o piloto durante a decolagem e a aterrissagem, além de dificultar a identificação de alvos para o reconhecimento.
"É uma deficiência conhecida por nós e deveria ser corrigida em outubro. Agora, no entanto, isso deve ocorrer in loco, em Incirlik, já no início de fevereiro", afirmou um porta-voz da Força Aérea alemã, acrescentando que as aeronaves não precisam ser trocadas.
O Ministério da Defesa ressaltou ainda que a participação alemã na luta contra o grupo terrorista não será prejudicada e reforçou que, até o momento, os alemães não precisaram realizar voos de reconhecimento noturnos. De qualquer maneira, o sistema utilizado pelos Tornados para captar imagens de alta resolução funciona melhor de dia, disse o porta-voz.
Desde o início do ano, a Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) participa do combate ao EI com o emprego dos Tornados para voos de reconhecimento sobre a Síria. Apesar de fazer parte da coalizão internacional contra o "Estado Islâmico", a Alemanha não realiza bombardeios.
O governo alemão decidiu aumentar a sua participação no combate aos extremistas em novembro, após os ataques terroristas em Paris que mataram 130 pessoas. Além das aeronaves de reconhecimento, o país disponibilizou um avião de reabastecimento e um navio de guerra. Há um ano, os alemães também treinam as forças curdas peshmerga, no norte do Iraque.
CN/rtr/dpa/afp
As combatentes peshmerga
Há quase duas décadas que mulheres lutam ao lado dos homens nas forças curdas, conhecidas como peshmerga, que lutam no norte do Iraque contra o "Estado Islâmico".
Foto: Getty Images/S. Hamed
O início
A primeira unidade feminina das forças peshmerga, como o Exército curdo é conhecido, remonta a 1996. Segundo o próprio Exército, cada vez mais mulheres se unem à luta dos curdos contra o "Estado Islâmico", mas não há verificação independente dessa informação.
Foto: Getty Images/S. Hamed
No front
Uma das maiores unidades femininas fica centenas de quilômetros ao sul de Dahuk, na província de Suleimânia. Cerca de 600 mulheres servem no local. Elas são responsáveis pela vigilância de prédios públicos e também de instalações militares. Cerca de cem já participaram de combates.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Número desconhecido
A quantidade exata de mulheres que servem no Exército curdo é segredo militar. Mas a noção de que a participação feminina nas forças peshmerga é necessária é muito forte. "Quero aprender a manusear armas para defender meu país", declarou uma das combatentes. Os curdos possuem autonomia no norte do Iraque e lutam pelo próprio Estado.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Solteiras e casadas
Algumas das mulheres que se alistam como voluntárias são casadas e têm filhos. Em alguns casos, os maridos também são combatentes. Outras são filhas de antigos soldados, ou lutam ao lado dos irmãos. Mas a maioria delas é solteira, e muitas se alistaram ainda adolescentes.
Foto: Reuters/Ahmed Jadallah
Aceitação
Algumas combatentes têm o apoio familiar. Mas nem sempre é o caso. De acordo com uma oficial, a unidade feminina ainda é vista com ceticismo por alguns homens. Mas muitos deles as apoiam e incentivam.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Engajamento
Para a comandante de um regimento, os batalhões femininos são um acréscimo importante para o Exército peshmerga. E o comprometimento das mulheres é exemplar, afirma. "Aqui estão mulheres armadas e dispostas a lutar por seu país."
Foto: Getty Images/S. Hamed
Beleza e coragem
Peshmerga significa "aquele que encara a morte". O olhar determinado e a beleza de muitas das combatentes chamam a atenção.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Contra o "Estado Islâmico"
Unidades femininas já participaram de combate contra milícias do "Estado Islâmico". Com o avanço dos radicais, a participação das mulheres ganha em importância.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Medo das mulheres
Uma guerrilheira disse achar engraçada a ideia de encarar um dos jihadistas do Estado Islâmico, grupo radical que reprime as mulheres nas áreas que ocupa. "Acho que eles teriam mais medo de nós do que dos homens, pois acreditam que vão para o inferno se forem mortos por uma mulher."
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Luta contra a repressão
Outra guerrilheira disse que se alistou justamente para combater um grupo radical que reprime as mulheres, proibindo-as de circular nas ruas e obrigando-as a vestir a burca.