Falha técnica ameaça 1º pouso dos EUA na Lua em 50 anos
9 de janeiro de 2024
O Peregrine seria o primeiro módulo construído por uma empresa privada a aterrissar na Lua. Mas problemas com o sistema de propulsão e perda de combustível foram relatados horas após a decolagem.
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A primeira espaçonave dos EUA a tentar pousar na Lua em meio século começou a enfrentar falhas técnicas algumas horas após a decolagem.
O foguete Vulcan, construído pela Boeing e pela United Launch Alliance (ULA), da Lockheed Martin, decolou de Cabo Canaveral, na Flórida, na segunda-feira (08/01).
A bordo do foguete está o módulo de pouso lunar criado pela empresa Astrobotic Technology, o Peregrine. A companhia de robótica espacial sediada em Pittsburgh pretendia ser a primeira empresa privada a pousar uma nave na Lua.
Entretanto, relatos de uma "perda crítica" de combustível sugeriram que a missão estava fadada ao fracasso.
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Qual foi o problema?
Algumas horas após a decolagem, a Astrobotic começou a relatar problemas técnicos. Primeiro, informou que não conseguiu orientar o painel solar montado na parte superior do módulo de pouso em direção ao Sol, essencial para manter a carga da bateria a bordo. A empresa informou que isso se devia a um problema em um sistema de propulsão.
Os engenheiros disseram que "improvisaram" uma maneira de inclinar o Peregrine na direção correta, conseguindo manter sua energia. No entanto, a empresa anunciou que a mesma falha no sistema de propulsão parecia ser a causa de uma "perda crítica de propelente".
"Estamos atualmente avaliando quais perfis alternativos de missão podem ser viáveis neste momento", disse a Astrobotic. A declaração foi interpretada como uma admissão de que o Peregrine não conseguiria fazer um pouso controlado na Lua, conforme planejado.
Imagens de uma câmera a bordo mostraram danos extensos a uma camada externa do módulo. Um problema no sistema de propulsão "ameaça a capacidade da espaçonave de aterrissar suavemente na Lua", disse a empresa.
O módulo de pouso é equipado com motores e propulsores para manobras, não apenas durante a viagem até a Lua, mas também para a descida lunar.
O que pode acontecer em seguida?
A Astrobotic disse na noite de segunda-feira que a nave tinha aproximadamente 40 horas de combustível restante antes de entrar em uma "queda incontrolável".
"Neste momento, o objetivo é levar o Peregrine o mais próximo possível da distância lunar antes que ele perca a capacidade de manter sua posição de apontar para o Sol e, consequentemente, perca energia", disse a empresa.
Observadores especularam se a nave poderia tentar uma descida controlada ou um pouso forçado na superfície lunar.
A Nasa também abordou os desafios enfrentados pela missão lunar. "Cada missão é uma oportunidade para aprender. Temos orgulho de trabalhar com nossos parceiros para avançar na exploração da Lua", disse a agência espacial nacional dos EUA.
O voo estava programado para aterrissar em 23 de fevereiro. A missão prevista do módulo de pouso lunar Peregrine tinha o objetivo de coletar dados sobre a superfície lunar antes das futuras missões humanas planejadas pela Nasa.
O Peregrine seria o primeiro pouso suave dos EUA na Lua desde o último pouso do programa Apollo, em 1972.
Os países que conseguiram realizar pousos suaves na Lua com sucesso foram a União Soviética, em 1966, seguida dos Estados Unidos – o único país a colocar astronautas na superfície lunar. A China realizou três pousos na última década. O último país a conseguir completar um pouso sucesso foi a Índia, no ano passado.
bl (AP, Reuters, AFP)
Apollo 11: Fotos da chegada do homem à Lua
Em 1969, Neil Armstrong se tornava o primeiro homem a pisar na Lua. Um passo incrível. Ainda hoje, o satélite terrestre nos fascina – especialmente quando vemos fotos tiradas na época da histórica missão espacial.
Foto: NASA
"Um pequeno passo para um homem"
Primeiros passos na Lua. Ao pisar na superfície lunar, em 20 de julho de 1969, o americano Neil Armstrong disse uma das frases mais famosas de todos os tempos: "Este é um pequeno passo para [um] homem, mas um grande salto para a humanidade." Ainda hoje se discute como e quando o astronauta chegou a essa frase, e se ao dizê-la ele esqueceu o artigo "um". Existem até mesmo estudos sobre isso.
Foto: NASA
A partida
Da sala de controle do Centro Espacial Kennedy (KSC), o diretor do programa Apollo, Samuel C. Phillips, supervisiona as atividades antes da partida, em 16 de julho de 1969. Apollo 11, a primeira missão de pouso lunar, foi lançada com o foguete Saturno 5. A bordo da espaçonave estavam Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.
Foto: NASA
TV espacial
Estas três pessoas estavam entre os milhares de curiosos que acamparam em praias e estradas próximas ao Centro Espacial Kennedy, a estação de lançamento da Nasa, no Cabo Canaveral, na Flórida, para acompanhar de perto a partida da Apollo 11. Cerca de um milhão de pessoas foram ao local ver de perto o voo espacial histórico.
Foto: NASA/Kennedy Space Center
Luzes, câmera, ação, decolar!
Mas não apenas milhares de entusiastas estavam presentes, também milhares de repórteres cobriram a partida da missão Apollo 11. Um total de 3.497 jornalistas foi oficialmente credenciado para o acontecimento, e todos se amontoaram na área de imprensa do Centro Espacial Kennedy. Em 16 de julho de 1969, o Saturno 5 decolou.
Foto: NASA
Trabalho em equipe
Um dos tripulantes não pôde pisar na Lua e teve que ficar em órbita. Michael Collins (centro) disse em 2009: "Eu me senti parte do que aconteceu na Lua. Sei que eu seria um mentiroso ou um idiota se dissesse que ocupei o melhor dos três assentos [da Apollo 11], mas posso dizer honestamente que estou satisfeito com o que fiz."
Foto: NASA/Kennedy Space Center
"A águia pousou!", mas...
Às 20h17min58s (UTC) de 20 de julho de 1969, Neil Armstrong fez uma transmissão concisa: "A águia aterrissou!" Mas demorou um pouco até os dois astronautas realmente pisarem na Lua. Primeiro, o voo de retorno tinha que ser preparado. Finalmente, no dia 21 de julho, às 2h56min20s (UTC), chegou o grande momento: Neil Armstrong pisou na superfície lunar.
Esta foto foi tirada por Michael Collins em 21 de julho. O módulo lunar Eagle pode ser visto em seu retorno da Lua; atrás dele, vê-se a superfície lunar e, em seu horizonte, a Terra. Enquanto Armstrong e Aldrin foram os primeiros humanos a pisar na Lua, Collins manteve seu posto no módulo de comando Columbia e ficou à espera em órbita lunar.
Foto: NASA
Amostra n° 10.003
Durante o passeio exploratório de mais de duas horas fora do Eagle, Armstrong e Aldrin coletaram 21,5 quilos de material lunar. Esta pequena rocha é parte dele. A foto foi tirada em 27 de julho, após o retorno à Terra. Durante os seis desembarques lunares, os astronautas coletaram 2.415 amostras, totalizando quase 400 quilos. Elas estão todas listadas no "Catálogo de amostras e fotos lunares".
Foto: NASA/AccuSoft Inc.
Curiosidades astrais
Mas os astronautas deixaram para trás todo tipo de coisa. Este broche de Neil Armstrong ainda é um dos itens mais emblemáticos. O ramo de oliveira de 15 centímetros de comprimento representa a paz. Futuros visitantes também poderão se deparar com bolas de golfe, uma foto de família junto a uma câmera, obras de Andy Warhol ou uma pena de falcão. E cuidado com os excrementos dos astronautas.
Foto: NASA/Johnson Space Center
De volta à Terra
Às 16h50 (UTC) de 24 de julho, a tripulação desembarcou no Pacífico, a 21 quilômetros do porta-aviões USS Hornet e a 1.480 quilômetros a sudoeste do Havaí. Na chegada, os astronautas tiveram que preencher um formulário da alfândega, declarando as rochas lunares. Indagados se eles poderiam ter trazido agentes patógenos, eles responderam: "A ser determinado." E assim foram primeiro para quarentena.
Foto: NASA/Johnson Space Center
Estrelas não apenas em trajes espaciais
Nesta foto, os astronautas da missão Apollo 11 não usam trajes espaciais, mas sombreiros e ponchos. Uma turnê os levou para 24 países e 27 cidades em 45 dias. Os Estados Unidos queriam enfatizar sua disposição de compartilhar seu conhecimento espacial. Os astronautas foram celebrados como estrelas, como aqui, na Cidade do México, em 23 de setembro de 1969.