Família Schumacher processará revista por falsa entrevista
20 de abril de 2023
Semanário de fofocas divulgou supostas falas do heptacampeão de Fórmula 1 geradas por inteligência artificial, afirmando ser a "primeira entrevista" do ex-piloto.
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A família de Michael Schumacher confirmou nesta quinta-feira (20/04) por meio de uma porta-voz que está planejando uma ação legal contra uma revista semanal alemã por causa de uma falsa entrevista com o heptacampeão de Fórmula 1 gerada por inteligência artificial.
A última edição do semanário de fofocas Die Aktuelle, publicada no último sábado, traz na capa a foto de um Schumacher sorridente e a manchete prometendo "Michael Schumacher, a primeira entrevista! Sensação mundial!". Mais abaixo, em letras bem menores, escreve: "Parece enganosamente real".
Somente dentro da publicação, descobre-se que as supostas citações foram produzidas por inteligência artificial. Mas a indicação pode facilmente escapar do leitor mais desatento diante do texto, intitulado "Minha vida mudou por completo".
Na legenda de uma foto, a publicação destaca de forma ambígua: "Michael Schumacher. Numa entrevista, pela primeira vez ele dá respostas sobre seu acidente de esqui. Mas será mesmo nosso Schumi que está falando?"
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Ex-piloto vive na Suíça
O ex-piloto não é visto em público desde que sofreu uma grave lesão cerebral em um acidente de esqui durante férias nos Alpes franceses em dezembro de 2013. Desde então, a família protege sua privacidade, com acesso limitado às pessoas mais próximas a ele, divulgando poucas informações sobre sua condição.
Existe um acordo com a maioria dos meios de comunicação alemães para que sua privacidade e a de seus familiares sejam respeitadas, o que, no entanto, não é compartilhado por algumas publicações mais sensacionalistas como a Die Aktuelle.
O blog de mídia especializada Übermedien aponta que a revista "sempre tenta dar a sensação de que é uma conversa autêntica com Michael Schumacher".
"O que é privado é privado"
Piloto com mais títulos da história da Fórmula 1, com sete campeonatos conquistados, empatado com Lewis Hamilton, que o sucedeu na Mercedes, ele deixou o hospital seis meses após o acidente e foi internado em leito médico na residência de sua família na Suíça, em Gland.
No final de 2021 foi lançado um documentário sobre ele pela Netflix."O que é privado é privado, como ele sempre disse", declarou sua esposa, Corinna Schumacher, no filme."Michael sempre nos protegeu e agora protegemos Michael", acrescentou.
Seu filho, Mick, de 24 anos, também na Fórmula 1, é atualmente piloto reserva da Mercedes, equipe onde o pai encerrou a carreira em outubro de 2012.
md/lf (EFE, Reuters, AFP)
O legado incontestável de Michael Schumacher
Sete títulos mundiais, 91 vitórias e muitos recordes na principal categoria do automobilismo. O alemão continua sendo o piloto que mais conquistou prêmios.
Foto: picture-alliance/Sven Simon/E. Kremser
Tudo começa no kart
Nascido em 3 de janeiro de 1969, Schumacher (segundo da esq.) começa, como muitos pilotos de F1, no kart. Com 12 anos, tira carteira de piloto da categoria. Ele vence diversos campeonatos alemães e europeus antes de passar para outras modalidades a partir de 1987. Mas ele continua sempre fiel ao kart, onde atua como mentor de seu irmão, Ralf, que posteriormente também consegue atuar na Fórmula 1.
Foto: picture-alliance/Hoch2/Ronco
Estreia na Fórmula 1
Pode ser surpresa para alguns o fato de Michael Schumacher não ter começado sua carreira de Fórmula 1 na Benetton, mas na Jordan. Mas, em 1991, ele só largou pelo time fundado por Eddie Jordan (esq.) numa única corrida, no Grande Prêmio da Bélgica em Spa-Francochamps. Problemas na embreagem obrigaram o piloto de 22 anos a abandonar a prova ainda na primeira volta.
Foto: picture-alliance/Panimages
Chegada à Benetton
Cinco corridas depois, Michael Schumacher volta a competir na Fórmula 1, depois de ser contratado pela Benetton. Em seu primeiro ano na categoria, ele consegue quatro pontos, ficando na posição 14 no campeonato de 1991.
Foto: picture alliance / dpa
Primeira vitória num Grande Prêmio
Um ano após a estréia na F1, ele ganha em Spa-Francorchamps seu primeiro Grand Prix, no circuito que mais tarde ele diz ser seu preferido. Na imagem, o britânico Nigel Mansell campeão da temporada de 1992, ajuda Schumacher a levantar a taça. Schumi termina aquele ano com 53 pontos, no terceiro lugar.
Foto: picture-alliance/dpa/EPA
Primeiro título mundial
Apenas dois anos depois, Michael Schumacher deixa todos os seus concorrentes para trás pela primeira vez. Mas a temporada de 1994 foi marcada pela morte de Ayrton Senna e de Roland Ratzenberger em Ímola. Mesmo assim, Schumi comemora seu primeiro título em Adelaide, na Austrália, com sua equipe Benetton. Em 1995, ele conquista o bicampeonato.
Foto: picture-alliance/Panimages
Ferrari
Em 1996, Schumacher vai para a Ferrari. Após um longo período sem títulos no início de sua carreira com a equipe italiana, ele vive os anos mais bem-sucedidos na Fórmula 1, com cinco títulos seguidos entre 2000 e 2004. Nos anos anteriores, Schumacher havia voltado a fazer da Ferrari uma equipe de ponta, ganhando o primeiro campeonato da equipe desde o título de Jody Scheckter, em 1979.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Melchert
Manobras pouco nobres
Michael Schumacher também passava dos limites. Na última corrida de 1997, ele jogou seu carro contra o de Jacques Villeneuve, quando o canadense tentava uma ultrapassagem. Schumi vai parar na caixa de brita. Villeneuve termina a prova em terceiro e se torna campeão mundial. A FIA desqualifica Schumacher como punição pela manobra, tirando todos os pontos obtidos pelo alemão naquela temporada.
Foto: picture-alliance/ASA/LAT Photographic
Última vitória em GPs
Em 1° de outubro de de 2006, Schumi venceu seu último Grande Prêmio. Em Xangai, foi a 91ª vitória de sua carreira na Fórmula 1. No final daquela temporada, o piloto se aposentava da modalidade, aos 37 anos. Ela terminara o ano como segundo colocado. Em 2007, ele assumiu o posto de conselheiro na Ferrari.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Breloer
Jogador de futebol apaixonado
Não somente nos pedais, mas também no gramado Michael Schumacher prova ter muito talento nos pés. Torcedor do Colônia e jogador apaixonado, ele participa de partidas com famosos, sempre fazendo bonito com a bola. Quando passa o Natal em sua casa em Trysil, na Noruega, chega mesmo a treinar e jogar com o time de terceira liga Nybergsund IL.
Foto: JOHN THYS/AFP/Getty Images
Desafiando limites sobre duas rodas
Em 2008, ele concorre como piloto amador numa série de corridas de moto, sofrendo alguns tombos (foto). No começo de 2009 em Cartagena, um acidente faz com que ele quebre uma costela e sofra leve traumatismo cranioencefálico. As sequelas da queda fazem com que ele descarte um retorno à Fórmula 1 em agosto de 2009, quando deveria substituir Felipe Massa após um acidente sofrido pelo brasileiro.
Foto: Getty Images
Volta às pistas
Em 2010, Michael Schumacher retorna à Fórmula 1 pela Mercedes, mas com sucesso limitado. No Grande Prêmio da Europa em 2012 em Valencia, na Espanha, Schumi consegue o terceiro lugar. Com 43 anos e 173 dias, ele é o piloto mais velho a chegar ao pódio. Após a temporada de 2012, ele se aposenta definitivamente da Fórmula 1.
Foto: Getty Images/C. Mason
O acidente de esqui
Em 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher perde o controle ao andar de esqui nos Alpes franceses e bate a cabeça contra uma rocha. Apesar do capacete, ele sofre graves ferimentos na cabeça. Após diversas operações e coma induzido, seus assessores anunciam que Schumi voltou à consciência em junho de 2014. Desde então, ele vive recluso em sua mansão em Gland, na Suíça.
Foto: Getty Images
Um terceiro Schumacher da F1?
Michael não era o único membro da família na Fórmula 1. Seu irmão mais novo, Ralf, corre entre 1997 e 2007 pela Jordan, Williams e Toyota e ganha seis corridas. O filho de Michael, Mick (foto) vence em 2018 o Campeonato Europeu de Fórmula 3 e deve ir para a Fórmula 2. Uma ascensão para a Fórmula 1 poderia ser possível.