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Extremismo

20 de agosto de 2007

Tentativas de levar à frente marchas neonazistas ocorreram em várias localidades pequenas do país. Em Mügeln, na Saxônia, 50 jovens perseguiram e feriram oito indianos durante festa popular.

Mügeln, na Saxônia: 50 alemães perseguem oito indianosFoto: picture-alliance/dpa

Apesar de uma proibição que vale para todo o território alemão, grupos neonazistas tentaram levar a cabo manifestações em várias localidades do país, por ocasião dos 20 anos de morte do líder nazista Rudolf Hess, braço direito de Hitler. Segundo informaram autoridades de Magedeburg, um policial ficou ferido num posto de gasolina da cidade de Halberstadt, ao ser atacado com chutes e garrafas por dez jovens skinheads.

Em várias cidades de pequeno porte do país, houve reações de protesto contra a ameaça de marchas neonazistas. Na última sexta-feira e sábado (17-18/08), foram apreendidos vários adesivos referentes aos 20 anos da morte de Hess.

Em Müngeln, no estado da Saxônia, oito cidadãos indianos foram perseguidos durante uma festa popular e ameaçados por um grupo de aproximadamente 50 alemães, em sua maioria jovens. Segundo informações da polícia local, os indianos procuraram abrigo em uma pizzaria.

Os tumultos deixaram um saldo de 12 feridos, entre estes os oito indianos perseguidos e dois policiais, que tentavam conter os agressores. Segundo o diretor da polícia da Saxônia, Bernd Merbitz, a agressão pode ter tido motivos xenófobos. Testemunhas relatam que curiosos ao redor aplaudiram os agressores e não defenderam os perseguidos. Segundo informa o semanário Der Spiegel, a polícia local sabia que um grupo de neonazistas havia planejado uma visita à festa pública no dia.

Detenções na Dinamarca

Na Dinamarca, a polícia condenou neste domingo (19/08) o líder de uma facção neonazista (legalizada no país), Jonni Hansen, a dez dias de prisão por ter atacado policiais. No dia anterior, Hansen havia participado, em companhia de aproximadamente 100 extremistas, de uma marcha em homenagem a Rudof Hess. Nos arredores de Pattburg, na fronteira teuto-dinamarquesa, a polícia impediu 50 extremistas de direita alemães de entrarem na Dinamarca para participar da manifestação neonazista.

Centro em construção

Também neste fim de semana, a mídia do norte alemão noticiou a intenção do partido extremista NDP de criar uma centro de formação em Anklam, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Segundo um jornal da região, a prefeitura da cidade deve se reunir em caráter de urgência nesta segunda-feira (20/08), a fim de tomar providências contra a criação do centro. Em fins de julho passado, correram boatos de que o partido extremista havia adquirido um terreno nos arredores de Berlim, destinado à construção de um centro neonazista.

Atrocidades na Rússia

Na Rússia, atrocidades veiculadas em um vídeo – em que dois homens são mortos tendo bandeiras com suásticas ao fundo – causou a indignação da opinião pública. Segundo o título do material que circulou pela internet, um dos homens vinha do Tadjiquistão e outro do Dagestão, república russa localizada na região do Cáucaso.

Enquanto o caso é investigado no país, autoridades divergem a respeito da autenticidade do material. Organizações de defesa dos direitos humanos acreditam, porém, que a execução das vítimas tenha realmente ocorrido. "O vídeo é uma provocação", observa Alexander Verchovski, diretor do centro Sova. O ativista não descarta a possibilidade de que ações extremistas no país sejam executadas sob a influência do serviço secreto.

O número de delitos praticados por extremistas de direita e nacionalistas cresceu sensivelmente na Rússia nos últimos meses. De janeiro a julho deste ano, 310 pessoas foram vítimas de ataques racistas ou neonazistas – 22% a mais do que no mesmo espaço de tempo do ano anterior. Destas vítimas, 34 morreram em consequência dos ataques. Principalmente em Moscou e São Petersburgo aumentou o número de delitos praticados por grupos nacionalistas.

Indiferença da população

As vítimas são, em sua maioria, membros de minorias étnicas de pele escura, como tadjiques ou tártaros, muitos deles operários da construção civil ou trabalhadores da área de gastronomia. Os ataques costumam acontecer nas ruas ou metrôs das cidades e muitas vezes causam a indiferença da população.

Tornou-se comum ver pedestres desviando o olhar, ao observar como extremistas maltratam algum estrangeiro. Segundo estimativas de especialsitas, existem hoje na Rússia aproximadamente 150 organizações de extrema direita, reunindo em torno de 60 mil skinheads. (sv)

Extremistas em Moscou: várias vítimasFoto: AP
Skinheads em convenção do partido de extrema direita NPDFoto: AP
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