Um dos maiores defensores do Brexit, eurodeputado anuncia que deixará liderança do Partido da Independência do Reino Unido. "Nunca quis ser um político de carreira. Meu objetivo era tirar o Reino Unido da UE", afirma.
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Veja trechos da renúncia de Farage como líder do Ukip
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O líder do Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), Nigel Farage, anunciou nesta segunda-feira (04/07) sua renúncia ao cargo, argumentando ter alcançado sua maior ambição política com o referendo de 23 de junho, que decidiu pela saída do país da União Europeia (UE).
"Eu nunca fui, e nunca quis ser, um político de carreira. Meu objetivo na política era tirar o Reino Unido da União Europeia", afirmou Farage, um dos maiores defensores do Brexit, em pronunciamento à imprensa. "Agora, eu sinto que o certo é que eu deixe de ser líder do Ukip."
"Durante a campanha antes do referendo, eu dizia que queria meu país de volta. O que eu estou dizendo hoje é que eu quero minha vida de volta. E ela começa agora", acrescentou Farage, de 52 anos, membro do partido desde sua criação, em 1993.
O político afirmou que manterá seu assento no Parlamento Europeu, porque quer acompanhar "como um falcão" as negociações com Bruxelas sobre a saída do Reino Unido do bloco econômico.
Farage ainda reiterou que o novo primeiro-ministro do país deve ser um político que defendeu veementemente o Brexit, diferente do premiê David Cameron, que acabou renunciado ao cargo logo após o referendo. O líder do Ukip, porém, recusou-se a apoiar um candidato específico.
A disputa pela liderança do Partido Conservador e, consequentemente, pelo comando do Reino Unido, está entre cinco candidatos: Andrea Leadsom, Theresa May, Michael Gove, Liam Fox e Stephen Crabb. O nome do novo primeiro-ministro deve ser revelado em 9 de setembro.
Essa não é a primeira vez que Farage anuncia sua renúncia como líder do partido. Em maio de 2015, ele disse que deixaria a liderança depois de não ter conseguido um assento no Parlamento britânico nas eleições gerais do ano passado. Ele voltou atrás na decisão três dias mais tarde.
EK/ap/rtr
Eurocéticos comemoram Brexit
Da França à Hungria, da Holanda à Sérvia. políticos populistas de direita de todo o continente se apressaram em declarar sua aprovação à decisão dos eleitores do Reino Unido a favor da saída da UE.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Sulejmanovic
Marine Le Pen - França
"Vitória para a liberdade! Como tenho reivindicado há anos, deve agora haver o mesmo referendo na França e em todos os países da UE", disse Marine Le Pen, líder do partido francês de extrema direita Frente Nacional.
Foto: Reuters/Y. Herman
Frauke Petry - Alemanha
"Chegou o momento para uma nova Europa!", comentou Frauke Petry, uma das presidentes do partido Alternativa para a Alemanha (AfD).
Foto: Reuters/W. Rattay
Geert Wilders - Holanda
"Viva os britânicos! Agora é a nossa vez. Hora de um referendo holandês!", comemorou o líder do Partido para a Liberdade (PVV), Geert Wilders,
Foto: picture-alliance/dpa/S. Koning
Norbert Hofer - Austria
"A União Europeia tem que andar numa nova direção agora, se quiser sobreviver", alertou Norbert Hofer, da legenda populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ).
Foto: picture-alliance/dpa/H.Tosun
Vladimir Jirinovski - Rússia
"Vamos enviar um telegrama parabenizando o primeiro-ministro Cameron: 'Caro David, meu amigo, estamos felizes que o povo britânico tenha feito a escolha certa, independente da sua propaganda. Claro que você precisa renunciar imediatamente'", disse Vladimir Jirinovski , chefe do Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR).
Foto: dapd
Viktor Orbán - Hungria
"Bruxelas deve ouvir a voz do povo, esta é a maior lição dessa decisão. A Europa é forte somente se pode dar respostas às principais questões, como a imigração. A UE deixou de dar essas respostas", afirmou o premiê húngaro, Viktor Orbán.
Foto: Reuters
Vojislav Seselj - Sérvia
O líder ultranacionalista Vojislav Seselj, da Sérvia, disse que o resultado do referendo "trouxe alegria para os sérvios em todos os lugares". "Os Ingleses enfiaram uma estaca de madeira no coração do cadáver da UE", acrescentou, com conotações vampirescas.