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Farc afastam cinco "comandantes"

14 de dezembro de 2016

Após assinatura de acordo de paz, guerrilha colombiana afirma que alguns de seus mais importantes líderes foram desligados por desobediência, ao não seguirem as orientações político-militares do comando central.

O líder das Farc, Timochenko, durante discurso após a assisntura do acordo de paz com o governo colombiano, em novembroFoto: Getty Images/AFP/L. Acosta

Cinco "comandantes" das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foram afastados por não seguirem as orientações político-militares traçadas pela organização após a assinatura de um acordo de paz com o governo da Colômbia no dia 24 de novembro, em Bogotá. Entre os afastados estão os guerrilheiros conhecidos como "Gentil Duarte" e "John Cuarenta".

O Estado-Maior Central das Farc, que rege o comando eleito pelas conferências nacionais da guerrilha, afirmou em comunicado que também foram afastados "Euclides Mora", "Giovanny Chuspas" e "Julian Chollo", que "até poucos dias tinham tarefas de comando na organização".

A decisão do alto comando das Farc foi comunicada ao Mecanismo Tripartite de Monitoração e Verificação, criado em janeiro deste ano, em Havana, para garantir o cessar-fogo bilateral.

As Farc tinham advertido, em julho passado, aos comandantes e combatentes da Frente 1 que se declararam dissidentes que as ordens de sua chefia central são "obrigatórias para todos seus membros".

Miguel Botache Santillana, conhecido como "Gentil Duarte", que esteve na mesa de negociação da paz em Cuba, e "John Cuarenta" eram os chefes das frentes 1 e 7 que tinham influência no departamento do Guaviare.

"John Cuarenta", cujo verdadeiro nome é Gener García Molina, era considerado um dos maiores narcotraficantes das Farc, especialmente nos departamentos (estados) de Meta e Guaviare, e segundo as autoridades chegou a movimentar nesta região do país até 100 toneladas de cocaína por ano.

No mesmo comunicado, as Farc também lançam um chamado para outros guerrilheiros dissidentes que retornem às fileiras, onde serão amparados novamente.

A organização também assegura que o país passa por um momento crucial de sua história, que "demanda a unidade de todos os setores de diferentes perspectivas". "Estamos comprometidos a fornecer o nosso modesto esforço para que o futuro do nosso país seja de paz com justiça social, democracia e soberania", diz o comunicado.

TMS/efe

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