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Farc se apresentam como partido político

1 de setembro de 2017

Grupo anuncia manutenção da sigla, com pequena alteração no nome, e divulga símbolo. Ex-guerrilheiros vão buscar eleitores entre agricultores, trabalhadores e classe média.

Membros das Farc participam de congresso para a criação do partido, em BogotáFoto: Reuters/J. Saldarriaga

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) confirmaram nesta quinta-feira (31/08) que manterão sua sigla na transformação para partido político, mudando, no entanto, o nome para Forças Alternativas Revolucionárias da Colômbia.

O novo nome foi aprovado pelos 900 membros presentes no congresso que começou no domingo passado e termina nesta sexta-feira (1º/09). Eles também deram também aval ao símbolo do partido, com uma rosa estilizada e uma estrela vermelha no centro.

De acordo com os termos do acordo de paz assinado no ano passado, os antigos combatentes têm dez lugares garantidos no Congresso (cinco no Senado e cinco na Câmara) e acesso ao mesmo tipo de financiamento que os outros 13 partidos políticos da Colômbia, além de mais de meio milhão de dólares para criar um instituto de pesquisa para desenvolver sua ideologia política.

O novo partido Farc já sinalizou que vai manter suas raízes marxistas e buscar eleitores entre os agricultores mais pobres, os trabalhadores e a classe média, mas enfrenta a desconfiança de muitos colombianos, que o veem como uma guerrilha responsável por raptos e terrorismo.

Uma sondagem divulgada em agosto concluiu que menos de 10% do eleitorado colombiano têm total confiança nos rebeldes como partido político e uma larga maioria disse que nunca votaria em ex-guerrilheiros para o Congresso.

Histórico de atritos

As Farc lutaram contra o governo colombiano por quase cinco décadas, antes de chegar a um acordo de paz em 2016, depois de quatro anos de negociações em Cuba. O conflito deixou feridas profundas na Colômbia e resultou em 250 mil mortos, cerca de 60 mil desaparecidos e 7 milhões de deslocados.

O acordo de paz foi rejeitado por margem mínima num referendo nacional e acabou sendo renegociado e levado ao Congresso pelo presidente Juan Manuel Santos.

Opositores do acordo de paz foram contra a entrada das Farc na política partidária depois de anos de violência, sequestros e tráfico de drogas. Eles também foram contra anistias para a maioria dos ex-combatentes ou sentenças de serviço comunitário em vez de prisão.

As Farc emergiram na década de 1960 de uma revolta camponesa num país atormentado pela desigualdade de renda e pobreza rural, no qual grandes proprietários de terras exerciam o poder econômico e político.

PV/lusa/efe/abr

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