Farmacêutica inicia pesquisa de vacina contra o zika
2 de fevereiro de 2016
Após OMS declarar emergência mundial por microcefalia, empresa Sanofi Pasteur anuncia esforços contra o vírus, possível responsável pelo aumento dos casos da malformação. Grupo já desenvolveu vacina contra a dengue.
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A empresa farmacêutica Sanofi Pasteur anunciou nesta terça-feira (02/02) que iniciou pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika, possível responsável pelo elevado número de casos de microcefalia no Brasil.
Em comunicado, o grupo francês Sanofi afirmou que deseja apoiar-se "no sucesso obtido com o desenvolvimento de vacinas contra vírus similares", como a vacina que criou contra a dengue, batizada de Dengvaxia e aprovada pela Anvisa em dezembro de 2015.
Segundo o laboratório, a experiência com a vacina da dengue será "aproveitada para ajudar a entender a propagação do zika" e "potencialmente acelerar a identificação de uma possível vacina". Ainda não há previsão para o fim dos trabalhos, mas, normalmente, o desenvolvimento de vacinas pode levar anos, afirma a empresa.
O anúncio sobre o desenvolvimento da vacina foi feito um dia depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar emergência sanitária mundial por causa do surto de microcefalia e outras complicações neurológicas no Brasil, possivelmente relacionadas ao vírus zika.
"A Sanofi Pasteur está respondendo ao apelo global para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika, justificado pela rapidez da propagação da doença e possíveis complicações médicas", disse Nicholas Jackson, diretor de pesquisa do Sanofi Pasteur.
"Além disso, estão em curso investigações para avaliar a possibilidade de uma associação entre a infecção pelo vírus zika e um problema neurológico grave, o que viria a se juntar à forte suspeita de malformações congênitas associadas à infecção", afirmou Jackson.
O zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, não era visto como causa de problemas sérios de saúde até recentemente, e, por isso, ainda não há tratamento contra o vírus.
Segundo a OMS, a infecção por zika já foi detectada em 25 países e territórios das Américas – e o número de casos nessas regiões pode chegar a quatro milhões somente neste ano.
Nesta segunda-feira, após o anúncio da OMS, o governo brasileiro se disse preocupado com o impacto que o surto de microcefalia pode causar no turismo do país. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, descartou cancelar os Jogos Olímpicos deste ano, mas recomendou que mulheres grávidas não viajem ao Rio de Janeiro para o evento esportivo.
EK/afp/ap/lusa/rtr
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.