FBI confirma inquérito sobre ligação entre Rússia e Trump
20 de março de 2017
Diretor revela que agência está investigando eventuais conexões entre Moscou e pessoas ligadas ao presidente dos Estados Unidos na campanha eleitoral. Trump fala em vazamento de informações confidenciais.
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O diretor do FBI, James Comey, confirmou nesta segunda-feira (20/03) que a agência está investigando eventuais conexões entre a Rússia e pessoas ligadas à campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"O FBI está investigando os esforços do governo russo para interferir na eleição presidencial de 2016", revelou Comey em seu discurso de abertura da primeira audiência no Congresso sobre a possível ingerência de Moscou na campanha eleitoral de 2016 em benefício de Trump.
"E isso inclui investigar a natureza de quaisquer conexões entre indivíduos associados à campanha de Trump e o governo russo e se houve alguma coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia", acrescentou diante do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes.
Dresscode: a gravata de Donald Trump
01:15
Comey reconheceu que o FBI não costuma discutir investigações em curso, mas que foi autorizado pelo Departamento de Justiça a fazê-lo dado o interesse público no caso. Segundo o diretor, a investigação também vai verificar se crimes foram cometidos, sem dar mais detalhes.
Trump se manifestou no Twitter antes da audiência desta segunda-feira. Ele acusou democratas de inventarem conexões entre pessoas ligadas à sua campanha e a Rússia.
"A verdadeira história para qual o Congresso, o FBI e outros deveriam estar olhando é esse vazamento de informações confidenciais. É preciso encontrar o responsável agora!", escreveu na rede social.
O presidente também sugeriu, sem fornecer evidências, que a campanha de sua rival democrata, Hillary Clinton, tinha contato com a Rússia – possibilidade que não foi levantada publicamente pelas autoridades. Investigadores afirmaram acreditar que Moscou tenha hackeado computadores de democratas na tentativa de favorecer a campanha de Trump.
Recentemente Trump acusou seu antecessor, Barack Obama, de ordenar um grampo telefônico na Trump Tower durante a campanha à Casa Branca no ano passado. Na audiência desta segunda-feira, Comey também afirmou não ter informações que sustentem as acusações do republicano, feitas por meio do Twitter.
LPF/ap/afp/efe
Qual o poder do presidente dos EUA?
Chefe de governo e de Estado da maior potência econômica e militar do planeta é frequentemente considerado a pessoa mais poderosa do mundo, mas nem por isso seu poder é ilimitado.
Foto: Klaus Aßmann
Assim diz a Constituição
O presidente é eleito por quatro anos e pode ser reeleito apenas uma vez. Ele é chefe de Estado e de governo. É tarefa dele fazer com que as leis aprovadas pelo Congresso sejam executadas. Cerca de 4 milhões de pessoas trabalham para o Poder Executivo. O presidente pode, como principal diplomata, receber embaixadores e, assim, reconhecer Estados.
Foto: Klaus Aßmann
Balanço entre os poderes
Cada um dos três poderes pode intervir no outro, o que limita de poder de todos. O presidente pode indultar pessoas e nomear juízes federais, mas apenas com a concordância do Senado. O presidente nomeia também, entre outros, seus ministros e embaixadores – se os senadores derem o aval. Esse é um dos meios que o Legislativo tem para controlar o Executivo.
Foto: Klaus Aßmann
Discurso sobre o Estado da União
O presidente tem que informar o Congresso sobre o destino do país, e ele faz isso em seu "discurso sobre o Estado da União". Apesar de não ter o poder de apresentar propostas de leis ao Congresso, ele pode expor suas prioridades no seu discurso. Assim, pode fazer pressão sobre o Congresso. Mas não mais do que isso.
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Ele pode simplesmente dizer "não"
Se o presidente enviar de volta ao Congresso um projeto de lei sem sua assinatura, significa que ele usou seu poder de veto. E esse veto somente poderá ser revogado por uma maioria de dois terços nas duas câmaras. De acordo com o Senado, dos cerca de 1.500 vetos na história dos EUA, somente 111 foram derrubados.
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Zona nebulosa na definição de poder
A Constituição e decisões da Suprema Corte não deixam bem claro quanto poder o presidente tem de fato. Uma brecha permite um segundo tipo de veto, o chamado "pocket veto". Sob certas circunstâncias, o presidente pode colocar uma proposta legislativa "no seu bolso", ou seja, ela não vale. O Congresso não pode derrubar esse veto. Essa manobra foi usada mais de mil vezes.
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Decretos que são válidos como leis
O presidente pode determinar como os funcionários do governo cumprirão seus deveres. Esses decretos presidenciais têm força de lei e não necessitam de aprovação parlamentar. Ainda assim, o presidente não pode fazer o que bem entender. A Justiça pode declarar um decreto inválido, ou o Congresso pode aprovar uma lei contrária. E, ainda, o próximo presidente pode simplesmente revogar um decreto.
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Contornar o Congresso
O presidente pode negociar acordos com outros governos, mas o Senado deve aprová-los com uma maioria de dois terços. Para contornar isso, em vez de tratados, os presidentes podem fazer uso de "acordos executivos", que não precisam ser aprovados pelo Congresso. Eles são válidos enquanto o Congresso não vetá-los ou aprovar legislação que torne o acordo inválido.
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Comandante em chefe
O presidente é o comandante em chefe das tropas, mas é o Congresso que tem o poder de declarar guerra. Não está claro, porém, se um presidente pode enviar tropas para uma região em conflito. Na Guerra do Vietnã, o Congresso entendeu que um limite havia sido ultrapassado e interveio por lei. Ou seja, o presidente só pode assumir competências enquanto o Congresso não agir.
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Impeachment
Se um presidente abusar do poder do cargo ou cometer um crime, a Câmara dos Representantes pode iniciar um processo de impeachment. Mas há um instrumento muito mais poderoso para parar qualquer iniciativa presidencial: o Congresso tem a competência de aprovar o orçamento e pode simplesmente fechar a torneira de dinheiro do presidente.