FBI mantém decisão de não processar Hillary por e-mails
6 de novembro de 2016
Após análise de novas mensagens, FBI diz não ter mudado de conclusão sobre a ex-secretária de Estado e candidata democrata à presidência. Caso envolvendo uso de servidor privado sacudiu a corrida à Casa Branca.
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A apenas dois dias da eleição presidencial nos EUA, o FBI informou ao Congresso americano neste domingo (06/11) que manteve sua decisão de que não é justificado um processo criminal contra a candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, após a análise de novos e-mails da ex-secretária de Estado.
"A equipe investigativa do FBI trabalhou dia e noite para processar e analisar um grande volume de e-mails [...] para e de Hillary Clinton quando era secretária de Estado", disse o diretor do FBI, James Comey, numa carta enviada a membros do Congresso. "Com base em nossa análise, não mudamos nossas conclusões que expressamos em julho em relação à secretária Clinton."
Em julho, Comey havia afirmado que, apesar de Hillary e seus assistentes terem sido "extremamente descuidados" ao usarem um servidor de e-mails privado, não havia evidência de mau uso intencional de informações sigilosas. A investigação original referente ao mandato como secretária de Estado, de 2009 a 2013, havia começado pouco depois de Hillary anunciar sua candidatura, em abril do ano passado.
Os novos e-mails revelados há poucos dias foram encontrados no computador de uma das principais assistentes de Hillary, Huma Abedin, que compartilhava o dispositivo com o marido, o ex-deputado democrata Anthony Weiner. Ele foi forçado a renunciar em meio a um escândalo sexual em 2011.
Alívio para campanha democrata
A revelação, há pouco mais de uma semana, de que o FBI estava investigando novos e-mails de Hillary, sacudiu a corrida à Casa Branca, fazendo a democrata perder pontos em pesquisas de opinião.
"Estamos felizes que a questão tenha sido resolvida", disse Brian Fallon, porta-voz da campanha de Hillary no Twitter após o anúncio deste domingo. "Sempre estivemos confiantes de que nada mudaria a decisão de julho. Agora Comey confirmou isso."
O rival republicano, Donald Trump, chegou a Minnesota para um comício pouco depois do anúncio do FBI. Ele não fez nenhuma menção direta à decisão e continuou a insistir que Hillary seria investigada. "Ela é protegida por um sistema fraudulento. Ela não deveria sequer poder ser candidata à presidência."
Numa pesquisa nacional divulgada neste domingo pela emissora ABC e o jornal Washington Post , Hillary aparece cinco pontos percentuais à frente de Trump. Outra enquete, da NBC e do Wall Street Journal, indica uma vantagem de quatro pontos para a democrata.
LPF/rtr/efe/ap/dpa
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
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Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
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A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
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Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
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Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
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Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
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Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
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Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.