Índice passa para faixa de 1,75% a 2% e sobe pela segunda vez em 2018. Banco central americano ainda melhora previsão de crescimento econômico do país e estima desemprego em 3,6% – nível que não se via há 49 anos.
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O banco central dos Estados Unidos – Federal Reserve, ou Fed – anunciou nesta quarta-feira (13/06) um aumento da taxa básica de juros do país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 1,75% e 2%. É a segunda alta neste ano.
Em comunicado, o Fed justificou a decisão, unânime, com uma queda no desemprego, um aumento dos gastos e uma alta da inflação, em linha com a meta das autoridades monetárias.
"As informações recebidas desde maio indicam que o mercado de trabalho continuou se fortalecendo e que a atividade econômica aumentou em um ritmo sólido", diz o texto, emitido após a reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que dirige a política monetária no país.
O banco prevê um total de quatro aumentos dos juros neste ano, mais do que os três anunciados anteriormente, o que fortaleceria ainda o dólar no âmbito internacional. Para 2019, a previsão é que a taxa seja elevada três vezes e, para 2020, mais uma.
Depois de manter a taxa num valor próximo de zero durante sete anos, o Fed decidiu aumentá-la pela primeira vez, em 0,25 ponto percentual, em dezembro de 2015. A última alta havia sido em março, também de 0,25 ponto percentual, para a faixa de 1,5% a 1,75%.
Inflação e desemprego
Nesta quarta-feira, o banco central americano também melhorou a previsão de crescimento econômico dos EUA neste ano para 2,8% – ante os 2,7% calculados em março –, e previu que a inflação fechará 2018 em 2,1%, em vez de 1,9%, como analisou três meses atrás.
Para 2019, o Fed manteve a previsão de crescimento em 2,4%. Já a estimativa de inflação para o próximo ano foi elevada de 2% para 2,1%.
Segundo analistas, os gastos dos consumidores e das empresas estão alimentando a economia americana, em parte como resultado do corte de impostos que o presidente Donald Trump impôs ao Congresso americano no final do ano passado.
Segundo a instituição, o índice de desemprego, por sua vez, continuará em um nível próximo ao pleno emprego. A taxa, que está em 3,8%, deve cair para 3,6% até o final do ano, e para 3,5% em 2019 e 2020 – níveis que não eram registrados há 49 anos.
EK/LPF/ap/dpa/efe/ots
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Qual o poder do presidente dos EUA?
Chefe de governo e de Estado da maior potência econômica e militar do planeta é frequentemente considerado a pessoa mais poderosa do mundo, mas nem por isso seu poder é ilimitado.
Foto: Klaus Aßmann
Assim diz a Constituição
O presidente é eleito por quatro anos e pode ser reeleito apenas uma vez. Ele é chefe de Estado e de governo. É tarefa dele fazer com que as leis aprovadas pelo Congresso sejam executadas. Cerca de 4 milhões de pessoas trabalham para o Poder Executivo. O presidente pode, como principal diplomata, receber embaixadores e, assim, reconhecer Estados.
Foto: Klaus Aßmann
Balanço entre os poderes
Cada um dos três poderes pode intervir no outro, o que limita de poder de todos. O presidente pode indultar pessoas e nomear juízes federais, mas apenas com a concordância do Senado. O presidente nomeia também, entre outros, seus ministros e embaixadores – se os senadores derem o aval. Esse é um dos meios que o Legislativo tem para controlar o Executivo.
Foto: Klaus Aßmann
Discurso sobre o Estado da União
O presidente tem que informar o Congresso sobre o destino do país, e ele faz isso em seu "discurso sobre o Estado da União". Apesar de não ter o poder de apresentar propostas de leis ao Congresso, ele pode expor suas prioridades no seu discurso. Assim, pode fazer pressão sobre o Congresso. Mas não mais do que isso.
Foto: Klaus Aßmann
Ele pode simplesmente dizer "não"
Se o presidente enviar de volta ao Congresso um projeto de lei sem sua assinatura, significa que ele usou seu poder de veto. E esse veto somente poderá ser revogado por uma maioria de dois terços nas duas câmaras. De acordo com o Senado, dos cerca de 1.500 vetos na história dos EUA, somente 111 foram derrubados.
Foto: Klaus Aßmann
Zona nebulosa na definição de poder
A Constituição e decisões da Suprema Corte não deixam bem claro quanto poder o presidente tem de fato. Uma brecha permite um segundo tipo de veto, o chamado "pocket veto". Sob certas circunstâncias, o presidente pode colocar uma proposta legislativa "no seu bolso", ou seja, ela não vale. O Congresso não pode derrubar esse veto. Essa manobra foi usada mais de mil vezes.
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Decretos que são válidos como leis
O presidente pode determinar como os funcionários do governo cumprirão seus deveres. Esses decretos presidenciais têm força de lei e não necessitam de aprovação parlamentar. Ainda assim, o presidente não pode fazer o que bem entender. A Justiça pode declarar um decreto inválido, ou o Congresso pode aprovar uma lei contrária. E, ainda, o próximo presidente pode simplesmente revogar um decreto.
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Contornar o Congresso
O presidente pode negociar acordos com outros governos, mas o Senado deve aprová-los com uma maioria de dois terços. Para contornar isso, em vez de tratados, os presidentes podem fazer uso de "acordos executivos", que não precisam ser aprovados pelo Congresso. Eles são válidos enquanto o Congresso não vetá-los ou aprovar legislação que torne o acordo inválido.
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Comandante em chefe
O presidente é o comandante em chefe das tropas, mas é o Congresso que tem o poder de declarar guerra. Não está claro, porém, se um presidente pode enviar tropas para uma região em conflito. Na Guerra do Vietnã, o Congresso entendeu que um limite havia sido ultrapassado e interveio por lei. Ou seja, o presidente só pode assumir competências enquanto o Congresso não agir.
Foto: Klaus Aßmann
Impeachment
Se um presidente abusar do poder do cargo ou cometer um crime, a Câmara dos Representantes pode iniciar um processo de impeachment. Mas há um instrumento muito mais poderoso para parar qualquer iniciativa presidencial: o Congresso tem a competência de aprovar o orçamento e pode simplesmente fechar a torneira de dinheiro do presidente.