Federação deixa atletismo russo fora dos Jogos do Rio
17 de junho de 2016
IAAF mantém suspensão de todos os competidores de atletismo da Rússia, em decisão inédita que exclui dos Jogos Olímpicos nomes como a saltadora Yelena Isinbayeva. COI vai avaliar caso, mas mudança é tida como improvável.
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A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) decidiu nesta sexta-feira (17/06) manter a suspensão a todos os competidores russos de atletismo, em meio ao escândalo que relacionou vários atletas do país a um programa sistemático de dopagem.
A participação da equipe de atletismo russa nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro está agora nas mãos do Comitê Olímpico Internacional (COI), que terá uma reunião sobre o assunto na próxima semana. Uma mudança na decisão, porém, é tida como improvável.
"Algum progresso foi feito, mas não o suficiente. A decisão foi unânime, e a política não teve papel durante a reunião", disse o presidente da IAAF, Sebastian Coe.
A decisão foi tomada após a divulgação de mais um relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada), na quarta-feira, sobre doping na Rússia, uma das superpotências no atletismo. Com nomes como a saltadora Yelena Isinbayeva, o país foi segundo lugar no quadro de medalhas de atletismo nos Jogos de 2012.
O documento revelou 52 novos casos de dopings e tentativas de obstruir os testes e resultados, sugerindo que não houve uma mudança com relação a essa prática no país.
Com a manutenção da suspensão, a IAAF rejeitou o apelo da Rússia, que alegou ter tomado as medidas requeridas para que a equipe de atletismo voltasse à ativa. É a primeira vez que a IAAF suspende um país como um todo após um escândalo de doping.
Coe disse também que casos de atletas que não foram pegos em exames antidopings poderão possivelmente ser analisados individualmente.
Rússia pretende recorrer
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia está pronta para tomar medidas legais para evitar que atletas sejam banidos. A Rússia pretende recorrer da decisão junto ao Tribunal Arbitral do Esporte.
"Obviamente, tudo que for preciso para defender o direito dos atletas e o time olímpico está sendo feito e será feito no nível legal", ressaltou.
"Estamos extremamente desapontados com a decisão da IAAF de manter a suspensão para todos os atletas, criando uma situação sem precedentes de uma nação inteira de atletas sendo banida dos Jogos Olímpicos", disse o ministro russo dos Esportes, Vitaly Mutko.
Em carta aberta divulgada antes da reunião da associação, Mutko afirmou que o país aplicou todas as condições impostas, incluindo uma reforma na federação e criando testes adicionais.
"Atletas limpos que dedicaram anos de suas vidas em treinos e que nunca tentaram ganhar vantagem injustamente através do doping não devem ser punidos por ações passadas de outros indivíduos", pediu.
CN/rtr/afp/ap
Dez esperanças de medalha para o Brasil
Meta do COB é conquistar no mínimo 27 medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016. Entre multicampeões, potências mundiais e promessas, confira quais são as modalidades que podem levar o Brasil para o pódio no Rio.
Foto: Getty Images
Robert Scheidt - vela
Em busca de seu sexto pódio em Jogos Olímpicos, o maior medalhista brasileiro (junto com o também velejador Torben Grael), Robert Scheidt voltou à classe Laser, pela qual é eneacampeão mundial. Na vela, destaque também para a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs mundiais na classe 49er FX e eleitas as melhores velejadoras do mundo em 2014, além de Ricardo Winicki, na classe RS-X.
Foto: Imago
Sarah Menezes - judô
Desde Los Angeles 1984, o judô brasileiro conquistou medalhas em todas as edições dos Jogos Olímpicos. A atual campeã olímpica Sarah Menezes é forte candidata a repetir a dose no Rio de Janeiro. Rafael Silva, o Baby, as campeãs mundiais Mayra Aguiar e Rafaela Silva, além do veterano Tiago Camilo, também estão bem colocados nos rankings de suas respectivas categorias.
Foto: Getty Images/B. Mendes
Arthur Zanetti - ginástica
Único campeão olímpico latino-americano na história da ginástica olímpica, Arthur Zanetti vem dominando as provas nas argolas, onde conquistou um ouro e uma prata nos dois últimos mundiais. Ao lado de Diego Hypólito e Sérgio Sasaki, primeiro brasileiro a ser finalista no individual geral nos Jogos Olímpicos, em Londres 2012, Zanetti quer levar o Brasil ao inédito pódio na competição por equipes.
Foto: Reuters
Fabiana Murer - atletismo
Em 2008, equipamento roubado; em 2012, a culpa foi do vento. Após duas decepcionantes participações, Fabiana Murer quer se redimir com uma medalha no Rio de Janeiro. A missão da campeã mundial do salto com vara de 2011, porém, é complicada: a cubana Yarisley Silva, melhor marca do ano, a americana Jennifer Suhr e a russa Yelena Isinbayeva, dona do recorde mundial, são as principais concorrentes.
Foto: Imago
Bruno Fratus - natação
A cena de Bruno Fratus (dir.) cumprimentando César Cielo, em Londres 2012, não irá se repetir nos Jogos do Rio. Com a ausência de Cielo, Fratus se tornou a principal esperança de medalhas. Bronze no Mundial de 2015, ele detém o segundo melhor tempo nos 50m livres em 2016. Outros bons nomes são Felipe França, Nicholas Santos, além de Thiago Pereira, maior medalhista pan-americano da história.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Walton
Duda Amorim - handebol
A seleção feminina de handebol conquistou o inédito título mundial em 2013, na Sérvia. Treinada pelo dinamarquês Morten Soubak, a equipe espera superar a campanha de Londres (6º lugar) e se recuperar do fraco Mundial de 2015, quando caiu nas oitavas de final. O time conta com Alexandra Nascimento e Duda Amorim (foto), eleitas as melhores jogadoras do mundo em 2012 e 2014, respectivamente.
Foto: Imago
Isaquias Queiroz - canoagem
Atual bicampeão mundial da prova não olímpica do C1 500m e medalhistas nos últimos dois mundiais nas provas C1 1.000m, C1 200m e C2 200m, Isaquias Queiroz quer conquistar a primeira medalha olímpica para a canoagem brasileira. Atenção também para a mineira Ana Sátila, que esteve em Londres com apenas 16 anos e foi campeã mundial júnior de slalom em 2014.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch
Yane Marques - atletismo
Grande surpresa em Londres 2012, quando conquistou a inédita medalha de bronze no pentatlo moderno, Yane Marques manteve a sequência de bons resultados, conquistando uma prata e um bronze em dois mundiais da modalidade. Além disso, ela já conseguiu derrotar as últimas duas campeãs olímpicas: Laura Asadauskaite, da Lituânia, e Lena Schöneborn, da Alemanha.
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Schmidt
Ágatha e Bárbara Seixas - vôlei
Nenhuma modalidade deu tantas medalhas olímpicas ao esporte brasileiro como o vôlei: 20, sendo seis de ouro. O Brasil é potência mundial na quadra e na areia, tanto no masculino como no feminino. Destaque para as duplas femininas do vôlei de praia, que ocuparam todas as três posições do pódio na Holanda, coroando Ágatha e Bárbara Seixas como campeãs mundiais de 2015.
Foto: Getty Images/G. Arroyo Moreno
Neymar - futebol
Pentacampeão mundial, fábrica de craques e maior exportador de jogadores do mundo. Em Jogos Olímpicos, no entanto, o futebol brasileiro tem um retrospecto decepcionante: três pratas, em 1984, 1988 e 2012. Para quebrar o jejum, o craque Neymar está pedindo dispensa do Barcelona para aproveitar a segunda chance em dois anos de ser campeão no Maracanã e levar o Brasil ao ouro inédito.