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PolíticaReino Unido

Festa de aniversário no lockdown eleva pressão sobre Johnson

25 de janeiro de 2022

Premiê britânico teria participado de comemoração com cerca de 30 pessoas em junho de 2020, quando reuniões em locais fechados estavam proibidas. Polícia vai investigar festas de Johnson durante confinamentos.

Boris Johnson de máscara e acenando
Festa de aniversário é a mais recente de uma série de revelações de festas regadas a álcool em Downing StreetFoto: WIktor Szymanowicz/NurPhoto/imago images

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, voltou a ser alvo de polêmica nesta terça-feira (25/01) após a divulgação de novas alegações dando conta de que ele teria participado de uma festa surpresa em comemoração ao seu aniversário em junho de 2020, quebrando as regras de confinamento impostas pelo seu próprio governo para conter a disseminação do coronavírus Sars-Cov-2.

Johnson, que foi eleito com maioria recorde conservadora no Reino Unido em 2019, tenta atualmente manter seu mandato após acusações de que ele e sua equipe organizaram festas na sede do governo britânico, o número 10 da Downing Street, em Londres, durante a pandemia de covid-19.

A nova revelação sobre Johnson foi feita pela emissora ITV, que relatou que Johnson teria comparecido a uma festa surpresa em seu aniversário, no dia 19 de junho de 2020, durante o primeiro lockdown anticovid no país. Até 30 pessoas estiveram presentes no evento no escritório e residência oficial do premiê.

A alegação foi divulgada apenas dias antes da divulgação, prevista para esta semana, de uma investigação oficial pela funcionária pública sênior Sue Gray sobre outras festas durante o lockdown que tiveram participação de Johnson.

O que se sabe sobre a festa

Segundo a ITV, a então noiva do premiê, Carrie Symonds – que se tornou sua esposa em maio de 2021 – organizou uma festa surpresa para comemorar o 56º aniversário de Johnson, com até 30 pessoas presentes.

A festa teria durado cerca de meia hora. Symonds teria trazido um bolo para Johnson, e os presentes teriam então cantado Parabéns a você.

Na época, as restrições anticovid permitiam apenas reuniões de até seis pessoas, e reunir-se a portas fechadas estava proibido.

Em comunicado, o escritório do premiê britânico afirmou que a equipe se reuniu brevemente após uma reunião de trabalho e que Johnson esteve presente por menos de dez minutos. Downing Street negou uma segunda alegação de que o premiê teria participado de outra festa na noite anterior com família e amigos, e afirmou que Johnson encontrou um pequeno número de familiares ao ar livre.

O ministro dos Transportes de Johnson, Grant Shapps, disse entender a preocupação dos eleitores sobre os relatos, mas afirmou que, claramente, o premiê não organizou a festa para receber um bolo de aniversário. "Houve erros", admitiu Shapps. "Apenas para deixar claro, obviamente o primeiro-ministro não organizou nada para receber um bolo; algumas pessoas se prontificaram e acharam apropriado dar um bolo de presente a ele no dia do aniversário", afirmou.

Pressão cresce

A festa de aniversário é a mais recente de uma série de acusações que Boris Johnson vem enfrentando. Revelações de festas regadas a álcool em Downing Street, caixas com garrafas de vinho, um balanço infantil quebrado e piadas da equipe de como apresentar à imprensa as festas durante o confinamento oficial vêm abalando fortemente as taxas de aprovação do chefe de governo.

Após as recentes notícias sobre as festas, Johnson se viu obrigado a pedir desculpas pessoalmente à rainha Elizabeth 2ª. Dois eventos em abril ocorreram na véspera do funeral do consorte real, o príncipe Philip.

Pouco antes, o premiê já havia admitido no Parlamento em Londres que fora a uma festa no jardim na Downing Street, em maio de 2020, e pediu desculpas. Ele pensara tratar-se de uma reunião de trabalho, alegou, desencadeando uma onda de escárnio nas redes sociais. 

Investigações oficiais

A Polícia Metropolitana de Londres afirmou nesta terça-feira que vai investigar a série de eventos realizados na residência oficial do primeiro-ministro durante severas regras de confinamento em vigor. A afirmação ocorre depois que o órgão havia negado estar investigando os acontecimentos envolvendo o chefe de governo.

Cressida Dick, chefe da Polícia Metropolitana de Londres, afirmou que a decisão foi tomada parcialmente depois que a polícia recebeu informações da investigação oficial do Cabinet Office, departamento do governo que apoia o primeiro-ministro e o governo britânico. A investigação está sendo liderada pelo Serviço Civil britânico, que por sua vez apoia a Coroa.

Segundo Dick, a polícia teria esperado até agora porque "normalmente não seriam um uso apropriado do tempo dos funcionários" examinar alegações surgidas tanto tempo depois que ocorreram.

rk/lf (Reuters, DW)

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